Evangelho de Felipe – Nome de Deus [NDEP]

(9a) Há apenas um nome que não é pronunciado no mundo, o nome que o Pai deu ao Filho. Ele é superior a tudo o mais. É o nome do Pai. Pois o Filho não se tornaria o Pai se não se revestisse do nome do Pai. Aqueles que têm esse nome o conhecem, mas não o pronunciam. Aqueles que não o têm não o conhecem.

O nome “Jesus”, Yehoshua em hebraico, contém as quatro letras do Tetragrama divino, o nome impronunciável de Deus. Ele contém um “s” a mais, poderia ser o “shin” hebraico, uma letra de fogo, que também pode evocar o Filho, a Palavra, o Cordeiro, sem esquecer o “s” grego, a inicial de “soter”, salvador?

O nome de Deus é uma irradiação de fogo e luz, a força vibratória fundamental da eternidade imutável da qual todas as outras forças surgiram e, portanto, da qual o universo surgiu e da qual todos os nomes surgiram como vibrações.

Sob essas condições, é compreensível que não pronunciemos o nome de Deus; além disso, não há palavra para ele e, se tal palavra existisse, pronunciá-la inevitavelmente trairia seu profundo significado interior, o que de fato acontece com todas as palavras deste mundo…

O nome de Deus é uma força viva com a qual ele deseja a plenitude de seus filhos. E como Deus é amor, essa força de fogo que é o amor divino vem para preencher o Filho, de modo que o Filho, inundado por esse amor, se esquece completamente de si mesmo em Deus, seu Pai. Essa vibração de luz, amor, paz e bem-aventurança total é indescritível, inexprimível, impronunciável no reino terreno. Portanto, esse nome permanece secreto, embora não o seja, e o fato de Deus ter recebido e receber um número infinito de nomes em todo o planeta Terra é compreensível, embora todos eles sejam “nomes enganosos”, nomes superficiais, sujeitos a todos os tipos de ilusões.

O iniciado perfeito, o filho de Deus, Jesus, experimenta as vibrações que emanam do Éon, a eternidade imutável, o domínio puro da luz divina e, em particular, o poder do amor dos filhos imortais de Deus, que estão todos imbuídos do amor divino. Nesse sentido, pode-se dizer que todo filho de Deus recebe o próprio nome de Deus. E cada um retorna uma vibração especial de amor em agradecimento pelo amor divino recebido, e essa vibração, por mais humilde que seja, é sua assinatura, seu nome junto a Deus.

“Àquele que vencer, darei… uma pedra branca, e nessa pedra está escrito um novo nome, que ninguém conhece, exceto aquele que o recebe” (Apocalipse 2, 17).

O novo nome na pedra filosofal é a nova vibração emitida pela pessoa que a recebe, unindo-a a Jesus e, portanto, a seu Pai. Por meio dessa vibração, Jesus, o Filho de Deus, reconhece seu servo, enquanto o servo reconhece o amor que recebe dele. Então o servo pode dizer com os antigos rosacruzes: “Jesus é tudo para mim” e acrescentar: minha vida não é nada sem esse amor do Pai.

“Escreverei nele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, vinda do meu Deus, e o meu novo nome”. (Apoc. 3, 12).