Apresentação traduzida de Lost Scriptures: Books that Did Not Make It into the New Testament
O Evangelho de Felipe era completamente desconhecido na Alta Antiguidade, até à Idade Média; e mesmo até os dias atuais, quando foi descoberto como um dos documentos da Biblioteca de Nag Hammadi. Embora seja facilmente reconhecido como uma obra gnóstica, o livro é notoriamente difícil de compreender em seus detalhes. Em parte devido à forma de sua composição: não é um evangelho narrativo do tipo encontrado no Novo Testamente, nem um grupo de Ditos auto-suficientes como o Evangelho de Tomé. De fato é uma coleção de reflexões místicas que provavelmente foram extraídas de sermões, tratado, e meditações teológicas, previamente existentes, reunidos sob o nome de um discípulo de Jesus. Do momento que estas reflexões são dadas aqui em relativo isolamento, sem qualquer contexto narrativo, são difíceis de interpretar. Há, no entanto, uso extensivo de termos-chaves para organizar parte do material, e alguns dos principais temas emergem sob leitura cuidadosa.
Uma das mais claras ênfases é o contraste entre aqueles que podem compreender e aqueles que não podem, entre o conhecimento que é exotérico (disponível para todos) e aquele que é esotérico (disponível apenas aos de dentro), entre os imaturos “de fora” (cristão regulares, chamados “hebreus”) e os maduros “de dentro” (gnósticos, chamados “gentios”). Aqueles que não compreendem, os “de fora” com somente conhecimento exotérico, erram em muitos de seus julgamentos — por exemplo, em tomando tais noções como o nascimento virginal ou a ressurreição de Jesus, como afirmações literais de fatos históricos, ao invés de expressões simbólicas de verdades mais profundas.
Através de grande parte da obras, os sacramentos cristãos figura de maneira proeminente. Cinco são explicitamente nomeados: batismo, unção, eucaristia, salvação e câmara nupcial. é difícil saber que significado mais profundo estes rituais tinham para o autor (especialmente a “câmara nupcial”, que provocou um debate considerável entre os acadêmicos), ou mesmo o que ele os imaginava em termos de consequências quando praticados literalmente.
É difícil datar a obra, mas é provavelmente um compilação do século III, embora recorra a fontes anteriores.