ORIGENES BALTHASAR VERBO
von Balthasar — ORÍGENES — ESPÍRITO E FOGO
- II. VERBO
- O Verbo com Deus
- O mundo da revelação
- O Logos é a imagem do Pai de toda eternidade, a revelação intra-divina e, como tal, ainda não autorizada do Pai.
- Mas porque ele é a revelação eterna do Pai, ele é também o uno no qual o Pai, para revelar-se ele mesmo, cria o mundo.
- Ele é a única simples ideia, a ideia original, mas cuja riqueza e plenitude já contém em si mesma a rica diversidade das ideias do mundo
- Assim ele é a atualidade (Eigenlichkeit) do mundo, ele é seu significado, Verbo e vida, sua verdade pessoal que dá tanta verdade ao maundo quanto lhe agrada dar; mas a multiplicação da verdade primal em "muitas" verdades diferentes do mundo é apenas consequência da própria multiplicidade daqueles a compartilhando.
- Estas verdades são uma unidade através da presença do única verdade primal em cada espírito criado
- As riquezas da ideia primordial no pode ser exaurida: a designação PALAVRA (Logos) é somente uma entre tantas
- Mas o sentido proposital da criação é que a participação das criaturas no Logos seja modificada em uma participação subjetiva, consciente, e isto através de uma nova possibilidade do Logos: ser para as criaturas também o "caminho"
- Pois ele é o "todo" do mundo
- O conhecimento de Deus
- A doutrina do conhecimento de Deus é o complemento subjetivo da doutrina da revelação objetiva da PALAVRA na criação
- Não há aqui em baixo nenhuma visão imediata do divino
- Mas porque todo corporal é similar, é também revelação velada da PALAVRA primordial
- Nesta figura velada, portanto, Deus é bem reconhecível
- Mas porque o mundo como tal é participação na PALAVRA, e assim em qualquer ser essencialmente falante, o conhecimento de Deus pode por conseguinte ser real somente como sua revelação
- Esta revelação é disseminada através da extensão e amplitude do mundo: o Logos é "logos spermatikos"
- Ainda assim, se Orígenes previamente teve que se defender contra um agnosticismo pagão, ele deve agora rejeitar de novo o conhecimento de Deus geral "espontâneo" que Celso parece conceber de acordo com o modo de dedução científica, pois este também já pressupõe uma auto-revelação de Deus
- Sem Deus, Deus não é nem mesmo buscado; deste modo o conhecimento de Deus é tornado perfeito não no filósofo mas no simples cristão que encontra a auto-revelante Deus
- O Verbo como Escritura
- A escritura como Corpo
- Os Padres posteriores verão a natureza e a santa escritura como duas igualmente ordenadas revelação físicas do Verbo de Deus. Para Orígenes, entretanto, há uma diferença clara em nível.
- Mesmo se todo o corpo do mundo é uma similitude multifacetada do verbo primordial, a escritura ainda mantém-se essencialmente superior.
- É a manifestação pessoal do Verbo de Deus no mundo, posto que o Logos é essencialmente Verbo, fala, discurso, proclamação.
- Orígenes determina o locus sistemático da escritura colocando-a como um verbo-discurso intermediário entre o verbo-espírito e o verbo-carne.
- Mas isto somente tenciona dizer que a “encarnação” do Verbo no corpo da escritura é tanto uma encarnação mais universal e mais imaterial do que a encarnação no corpo carnal de Jesus Cristo; isto de modo algum tenciona dizer que a escritura não é uma realidade criada, integramente mundana.
- Na escritura a fundação da ordem de redenção é estabelecida; nela uma “encarnação” é levada a cabo.
- É o corpo da verdade.
- O Verbo que vem
- Na totalidade da escritura tem lugar a única chegada no mundo da PALAVRA de Deus.
- A letra, o "corpo", a "voz" externa são os meios, os sinais efetivos e assim por dizer o sacramento desta sempre nova, irresistível, apaixonada chegada da PALAVRA nas almas.
- O mistério
- A Escritura, como expressão corporal do divino, é o vaso dos mistérios supra-terrestres.
- Do fato de que Deus é o autor real da Escritura, decorre a maneira pela qual deve ser apreciada: nada nela, até a última letra, é sem significado.
- Ela contém todo o medicamento espiritual; como natureza, é uma obra de arte do Criador que pode ser compreendido somente através de sua graça.
- Mas não é uma espécie de quebra-cabeça que pode ser resolvido de uma vez por todas, mas se torna tanto mais misteriosa quanto mais nela se penetra.
- Nenhum ser humano pode ver completamente através dela; e em termos de sua substância, não pode nem mesmo ser traduzida em fala exterior.
- A imagem aberta para o Alto
- A Escritura é mistério porque é, como toda coisa corporal, imagem que significa alé de si mesma; exceto que aqui, o “corpo” consiste de histórias terrenas, leis e ditos, mas o “espírito” é a PALAVRA pessoal de DEUS Ele mesmo.
- Logo a tensão interminavelmente intensificada entre os ambos os polos.
- Paulo Apóstolo é o melhor exemplo de como a predominância do espiritual, irresistivelmente rompendo, é uma perspectiva que brilha através da letra.
- Em toda parte milhares de mistérios surgem de um ponto; e a expressão corporal é apenas simplesmente reduzida para muitos a um pensamento.
- Mas falar em imagens é fundamentada na natureza humana ela mesma; é o meio de mostrar ao espírito o caminho da pluralidade à unidade.
- Isto é porque estudar a escritura é tão sublime e tão necessário.
- Na compreensão de que toda coisa corporal na escritura é somente um signo em direção ao que estabelecida no Alto, o qual, como signo, não contém ele mesmo a verdade mas aponta em direção à verdade, Orígenes sustenta sua persistente batalha conta a exegese literal da escola de Antioquia.
- E toda compreensão da escritura cresce, de acordo com ele, somente da fé e da oração.
- Do Verbo-Escritura ao Verbo-Espírito
- Da interpretação da Escritura
- A água e o vinho
- O Verbo como carne
- Cristo
- A Antiga Aliança e a Nova Aliança
- A demolição daquilo que foi preliminar
- O definitivo naquilo que foi preliminar
- A vida de Jesus como parábola
- A encarnação
- A infância
- A humildade
- Ao sofrimento
- O Cristo Eterno
- O consumo do terrestre
- O mistério do transitus
- O corpo e o super-corpo
- O ser humano e o ser super-humano
- A salvação universal
- A igreja
- A igreja na Antiga Aliança
- A igreja na Nova Aliança
- A prostituta e o santo
- A heresia
- A lei da "Aufhebung" (termo intraduzível da filosofia de Hegel — abolição?)