ENERGEIA = OPERAÇÃO, FUNCIONAMENTO, ATIVIDADE, ATO, ATUALIZAÇÃO
EVANGELHO DE JESUS: Ef 1:19; Ef 3:7; Ef 4:16; Fil 3:21; Col 1:29; Col 2:12; 2Tess 2:9; 2Tess 2:11
ATO, ATUALIDADE
Aristóteles emprega o termo dynamis no sentido de potência que tem o ser de realizar sua função (ergon, entelekheia). Este estado em ato, energeia, é, segundo a noção, anterior à potência (Metafísica). O que não é algo pode ser dynamei (em potência) para se tornar energeiai (em ato). Excertos de “Les Notions philosophiques. PUF, 1990
Trabalho, operação, ação, sempre de seres sobrenaturais (Bauer, Greek-English lexicon)
Ao mesmo tempo o poder do criado no homem e o poder do não-criado (ageneton): o Espírito Santo.
Vladimir Lossky: SOBRE O TERMO “ENERGEIA”
OPERACIÓN (energeia): operación o más bien energía, es la acción propia de cada naturaleza. El término es usado también para indicar la acción divinizante de Dios (vide theosis), y también el acto, la acción puntual, en oposición a la acción habitual o hábito.
Este trasfondo es esencialmente el de la doctrina tradicional de las «dos mentes», o de los dos aspectos de la mente, uno en acto y el otro en acción. Combinando los textos de Aristóteles de Metafísica XII.7.8, 1072 b 20 f. y XII.9.5, 1074 a 34 f., con los de De Anima III.5, 430 a f., encontramos que, de estas dos mentes, la primera, o la Mente «en acto» (energeía) — «en sí misma, (kath’ adtén) en su propio acto de ser — es «aparte» (choristós) «de los sensibles» (ton aistheton), «contemplativa» (theoretikós), «impasible» (apathés), sin recuerdo y sin mezcla; «ella no piensa», o más bien, «su “pensamiento” es el “Pensamiento del pensamiento”» (noéseos nóesis), es decir, el principio y sine qua non, pero no la actividad del pensamiento. En otras palabras, «ella se piensa sólo a sí misma» (autón ARA noe) «por toda la eternidad» (tón apanta aiona), sin distinción entre sujeto y objeto, pues donde ambos son inmateriales «la tesis es a la vez la operación y el pensamiento» (o lógos tó pragma ki he nóesis), «el pensamiento y lo que es pensado son uno y lo mismo» (he nóesis tou noouménou mía); la Mente , «al devenir todo» (pánta gínesthai), es lo que conoce. Además, es Vida eterna y beatífica (hedistos), la Vida (zoé) de Dios mismo. La segunda mente es creativa (poietikós), y una «causa eficiente (tó aition kai poietikon) puesto que hace todo» (tou pánta poein); es pasible (pathetikós) y mortal, y piensa en las cosas contingentes como distintas de sí misma. Por Metafísica I.1.17, vemos que en un plano todavía más bajo que el de su actividad creativa, la mente es «sensitiva» (aisthetikós = pathetikós). (Coomaraswamy, ¿QUÉ ES CIVILIZACIÓN?: CAPÍTULO DIECINUEVE)
enérgeia: funcionamento, atividade, ato, atualização
1. O uso técnico de enérgeia é uma inovação aristotélica e um correlato do seu conceito de dynamis como capacidade. A análise de gênesis na Física continua a abordagem já iniciada por Platão no seu relato da gênesis pré-cósmica no Timeu, i. e., a transição de poderes ou qualidades opostos num substrato, com o aperfeiçoamento da privação (steresis) adicionado por Aristóteles que responde às objeções de Parmênides sobre a questão do não-ser. Mas no fim deste tratamento da questão, Aristóteles refere-se a outra linha de abordagem do problema que desenvolverá noutro lugar com maior profundidade, a saber, uma análise baseada na dynamis e na energeia (Physica I, 191b).
2. Esta análise, exposta na Metafísica, apresenta dificuldades metodológicas dado que nem a dynamis nem a energeia são susceptíveis de definição no sentido vulgar, mas apenas podem ser ilustradas por exemplo e analogia (Metafísica 1048a). Mas é, não obstante, de primordial importância pelo fato de transcender a mera cinética da Física: estamos agora no cerne de uma análise do ser (ibid. 1045b-1046a), análise que permitirá a Aristóteles lidar com as entidades transcendentes e imperecíveis do mundo supra-lunar e do Primeiro Motor.
3. A relação entre kinesis e energeia é explorada pela primeira vez. Ficamos a saber que é o movimento que primeiro sugere a noção de energeia (ibid. 1047a), mas que permanece uma diferença no fato da kinesis ser essencialmente incompleta (ateies), i. e., é um processo no sentido de um objetivo ainda não alcançado (notar que a kinesis dos elementos cessa quando estes alcançaram o seu «lugar natural»; ver stoicheion), enquanto que a energeia é completa; não é processo mas atividade (ibid. 1048b).
4. Igualmente esclarecedora a derivação que Aristóteles faz da energeia a partir da função (ergon). A função é aquilo que uma coisa está naturalmente apta a fazer, i. e., para cuja realização ou feitura tem uma capacidade (dynamis). Assim temos a noção de energeia, o estado de se encontrar em ação, em funcionamento (ibid. 1050a). Rapidamente Aristóteles atinge a noção correlativa de fim (telos). Uma vez que a função é o fim, a energeia está obviamente relacionada com a entelecheia, encontrando-se num estado de completude. Deste modo é descrita e delimitada a energeia: é o funcionamento de uma capacidade, a sua realização e atualização, normalmente acompanhada de prazer (para as implicações éticas disto, ver hedone), e anterior à potência na definição, no tempo e na substância (ibid. 1049b-1050a).
5. A prioridade da energeia na substância introduz novas e importantes considerações. Dynamis é a capacidade de uma coisa ser outra além da que é; não existe necessariamente. Isto pode referir-se quer à sua ousia quer às várias dynameis para mudanças de quantidade, qualidade ou lugar. Assim o movimento eterno dos corpos celestes, sendo eterno, é pura energeia; não pode ser de outro modo se bem que possam ter dynameis para mudança acidental de lugar (ibid. 1050b; a gênese eterna e cíclica dos elementos é uma mimesis disto; ver gênesis).
6. No fim deste processo dialético encontra-se a suprema energeia que em última análise está por trás e atualiza cada dynamis no universo, o Primeiro Motor (ver kinonn) cuja energeia absolutamente pura é a noesis: «a vida é a energeia do nous; ele é essa energeia» (ibid. 1072b). (FEPeters)