Elias Ekdikos — FLORILÉGIO
171. O intelecto (nous) que, na oração (euche), torna a entrar na alma (psyche), conversará no quarto nupcial: esposo e esposa. Quem não tem permissão para entrar, permanece fora, gritando e se lamentando: “Quem me conduzirá à cidade fortificada?” ( SI 60,11 ) Quem me guiará para que eu não veja, em minha oração (euche), seus furores mentirosos?
175. Os demônios têm extrema aversão pela oração (euche) pura. O que os apavora não é a grande quantidade dos bens, assim como os efetivos do inimigo possam apavorar um exército. Não. É a concordância e a harmonia dos três: intelecto (nous) e razão, razão e sentidos.
176. A oração (euche) simples é o pão que fortalece os principiantes; a oração (euche) acompanhada por certa contemplação é o óleo que amacia. A oração (euche) sem forma, nem imagem, é o vinho perfumado que põe fora de si mesmos os que com ele se embriagam.
180. Os que oram tendo a alma (psyche) ainda apegada às paixões (pathos), porque são ainda materiais, estão cercados de rãs: os pensamentos (logismos) que os assediam. Os que introduziram a medida em suas paixões (pathos), são alegrados pelas contemplações (theoria), como rouxinóis que saltam de galho em galho e passam de uma contemplação para outra. Os impassíveis ( apatheia ) experimentam na oração (euche) um grande silêncio e um extremo recesso de representações e de conceitos.