Elias Ekdikos Anthologion 161-170

Elias Ekdikos — FLORILÉGIO

162. A contemplação dos inteligíveis é um paraíso. Pela oração (euche) o gnóstico entra ali, como numa casa interior. O ativo parece um transeunte cuja idade espiritual seja um obstáculo à sua entrada, apesar do desejo.

161. Chegada a primavera, o potro não suporta mais o estábulo, nem a manjedoura. Do mesmo modo, o intelecto (nous) novato não se pode manter por muito tempo no espaço tão pequeno da oração (euche); ele acha mais agradável ganhar os espaces da contemplação natural, aquela que se encontra na salmodia e na leitura.

166. A vida ativa tem os rins cingidos — as potências vitais — com o jejum e com a pureza. A vida contemplativa carrega as tochas ardentes das virtudes (arete) gnósticas: o silêncio e a oração (euche). A primeira tem a razão por pedagoga; a segunda, o verbo interior por paraninfo.

167. O intelecto (nous) imperfeito não tem autorização para penetrar na vinha carregada de frutos da oração (euche); mas, como o pobre aceite na rebusca da vinha, tem acesso apenas aos ecos simples dos salmos.

168. Dos que são aceitos junto do imperador, nem todos jantam com ele. Nem todos os que vêm encontrar-se com a oração (euche) farão parte da contemplação que a acompanha.

169. O irascível tem por mordaça o silêncio oportuno; o desejo insensato tem a alimentação medida; a razão renitente tem a oração (euche) monológica.