Elias Ekdikos Anthologion 151-160

Elias Ekdikos — FLORILÉGIO

155. O ativo, na oração (euche), usa no coração (kardia) um véu: a ciência das coisas sensíveis, que seus apegos o impedem de erguer Só o contemplativo, desprovido de apegos, pode, até certo ponto, ver a glória de Deus sem disfarces.

156. A oração (euche) que acompanha a contemplação pneumática é a “terra da promessa, onde correm o leite e o mel”: a ciência das razões divinas sobre a Providência e o Juízo.

A oração (euche) que acompanha uma certa contemplação natural, é o Egito, onde aquele que ora encontra a lembrança dos desejos grosseiros. A oração (euche) simples é o maná do deserto, cuja uniformidade tira dos impacientes os bens da promessa ( membro obscuro ), mas consegue, para os que suportam pacientemente esse alimento monótono ( lit.: restrito ), o gosto excelente e duradouro.

158. O átrio da alma (psyche) racional é o sentido; seu templo, a razão; seu pontífice, o intelecto (nous). Fica no átrio o intelecto (nous) pilhado pelos pensamentos (logismos) intempestivos; no templo, o intelecto (nous) pilhado pelos pensamentos (logismos) oportunos. Quem escapa a uns e a outros é julgado digno de entrai no divino santuário.

160. O ativo deseja a dissolução do corpo (sarx) e a união a Cristo, por causa dos sofrimentos desta vida. O contemplativo acha melhor permanecer na carne, por causa da alegria que recebe da oração (euche) e para ser útil ao próximo.