Elias Ekdikos — FLORILÉGIO
113. O intelecto (nous) que pretende abrir para si vários caminhos, mostra-se insaciável; aquele que se recolhe no caminho único da oração (euche), sofre enquanto não chega à perfeição, e suplica que o libertem, para que possa voltar ao lugar de onde vem.
114. O intelecto (nous), exilado do alto, não volta para lá antes de mostrar absoluto desprezo pelas coisas deste mundo, através da aplicação às coisas divinas.
115. Se não consegues ocupar tua alma (psyche) unicamente com pensamentos (logismos) que lhe digam respeito, pelo menos obriga teu corpo (sarx) a viver como monge, tendo no espírito, sem cessar a sua miséria. Desse modo, com o tempo e a misericórdia de Deus, poderás voltar à dignidade de tua nobreza primitiva.
117. Quando tiveres libertado o intelecto (nous) do apego à carne, ao alimento e às riquezas, tudo o que puderes fazer será acolhido por Deus como um dom puro. Ele o devolverá a ti, abrindo os olhos do teu coração (kardia), fazendo-te meditar fluentemente as suas leis que ali estão escondidas. Essas leis, pela suavidade que derramam, vão parecer, a teu paladar espiritual, mais doces que o favo de mel.