Elias Ekdikos — Florilégio
1. Longe de não se inquietar, todo cristão que crê retamente em Deus deve sempre atender à provação e se prepara à recebê-la, a fim de não se surpreender e de não se perturbar quando ela chega, mas de suportar com reconhecimento a pena e a aflição e de bem compreender o que diz, quando canta com o Profeta: «Ponha-me à prova, Senhor, experimente-me». Ele não diz: «A educação que me dá está terminada», mas «Não cessa de corrigir».
2. O princípio dos bens e o temor de Deus. Seu fim é o desejo que se tem de amá-lo.
3. A obra (praxis) do corpo (sarx) é o jejum e a vigília; a obra (praxis) da boca, a salmodia. Acima da salmodia, há a oração (euche). A obra (praxis) da alma (psyche) é a temperança e a simplicidade. A do intelecto (nous), a oração (euche) de contemplação e a contemplação de Deus na oração (euche).
4. A ação do corpo é o jejum e as vigílias. A ação da boca é a salmodia, a oração e o silêncio, mais precioso que a palavra. A ação das mãos é de fazer o trabalho sem se queixar. E a ação dos pés é de ir à meta na primeira exortação.
5. Tudo isso é precedido pela compaixão e a verdade, cujos frutos são a humildade e o discernimento, o qual, seguindo os Padres, vem a humildade: sem ela, nem a compaixão nem a verdade não poderão ver seus próprios limites. Pois a ação que rejeita o jugo da razão se acha a errar aqui e ali, como uma bezerra, entre as vaidades. E a razão que recusa de portar os mantos preciosos da prática não mantém seu nível, mesmo se, de uma maneira ou de outra, ela aparente.