Catarina de Siena (1347-1380)
CATARINA DE SIENA (1347-1380)
(ZollaMO4)
Caterina Benincasa nasceu em uma família de mercadores em Siena, em 25 de março de 1347, e teve que lutar para superar a hostilidade familiar contra suas práticas ascéticas, que incluíam a flagelação, a privação do sono, uma corrente de ferro que penetrava sua carne e o jejum completo. Por fim, conseguiu vestir o hábito dominicano. Teve frequentes êxtases e recebeu a infusão da ciência. Suas chagas foram invisíveis, mas dolorosas. Frei Raimundo de Capua, em sua Legenda maior, narra eventos extraordinários, como sua iniciação com traços xamânicos: um dia, ela rezou com as palavras do profeta: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova o espírito reto em minhas entranhas”, e então teve uma visão de Deus, que lhe retirou o coração e partiu com ele. Ao confessor, confidenciou que não tinha mais um coração, até que Deus retornou trazendo-lhe um coração vermelho e resplandecente, dizendo: “Eis que te dou o meu”, e deixando uma cicatriz como sinal do milagre (cap. VI).
Quando sentiu tentação de repugnância diante de uma ferida de um doente que tratava—não tanto por efeito natural, mas por obra do inimigo, que provocava um odor pungente—irritou-se santamente com seu próprio corpo, dizendo: “Aquilo que tanto abominas entrará em tuas entranhas.” Então, recolheu a água suja da lavagem e bebeu-a. “Feito isso, a tentação da repugnância desapareceu. Catarina me disse em voz baixa e em segredo: ‘Desde que estou no mundo, nunca provei alimento ou bebida mais doce e deliciosa do que essa’”, testemunha Frei Raimundo. O demônio também lhe infligia visões de homens e mulheres desonestos, colocando diante de seus olhos figuras impuras e fazendo-a cercar-se de uma turba zombeteira. Cristo, por outro lado, a instruiu em sua arte: “Filha, por amor a mim, aceita o doce como amargo e o amargo como doce, e então não temas mais nada.” Então, Catarina exclamou: “Ó eterna bondade de Deus, o que fizeste? Da culpa nasce a virtude, da fraqueza a força, da ofensa a clemência, da dor o prazer.”
Em 1370, Santa Catarina iniciou sua obra política, acompanhada por sua “bela brigada”. Viajou para Pisa, Florença e Avinhão, persuadindo o Papa Gregório XI a retornar a Roma. Faleceu em Roma em 29 de abril de 1380.
Acredita-se que tenha sido analfabeta; seus Diálogos foram certamente ditados.
Se precisar de ajustes na tradução ou quiser explorar mais o significado do texto, estou à disposição!
