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theosophos:saint-martin-smtn-xvii-ser

Saint-Martin (SMTN, XVII) – Ser

Essas são algumas das fontes do conhecimento sublime que os homens parecem buscar inconscientemente. Elas devem, um dia, revelar a eles a verdadeira ocupação e o verdadeiro propósito de seu Ser. Quadro natural…: XVII Contudo, quanto mais sublime é essa esfera, mais desafiador é para o homem se manter nela. Para alcançá-la, é preciso que todas as ilusões que o preenchem desapareçam e se aniquilem, permitindo que apenas sua essência pura e real brilhe. Enquanto ele mantém essa integridade indestrutível de seu Ser, as ilusões devem dar lugar a substâncias sólidas e verdadeiras, assim como vegetais tenros que, na terra, perdem sua maciez e absorvem uma matéria durável em seus canais, que, sem mudar sua forma, lhes confere consistência inabalável. Em última análise, o homem, ao unir a vida de outro Ser à sua própria, deve se renovar perpetuamente sem deixar de ser ele mesmo, e a vida desse outro Ser é a do Infinito. Quadro natural…: XVII Se a primeira dessas bases deve servir de modelo à segunda, a segunda deve sustentar a primeira, a fim de satisfazer a todas as leis do nosso Ser e de estabelecer um equilíbrio perfeito em todas as faculdades que nos compõem. Pois, se o homem, aspirando à ciência intelectual, negligencia os recursos que a Natureza lhe apresenta, ele corre o risco de apenas transitar da ignorância para a loucura. Quadro natural…: XVII Além disso, se nos encontramos inseridos nesses objetos físicos, isso é uma prova de que o Ser supremo deseja que comecemos a conhecê-lo dessa forma. Se ele nos colocou este livro diante dos olhos, é para que o leiamos antes dos livros que ainda não vemos. Em suma, um dos maiores segredos que o homem pode desvendar é não ir diretamente a Deus, mas dedicar tempo ao caminho que o leva. Quadro natural…: XVII Eles tiveram como foco exclusivo o Ser inferior do homem; e se eles se dedicaram ocasionalmente ao seu Ser superior, foi apenas para apresentar a ele objetos que não são dignos dele. Quadro natural…: XVII É essa instrução que apresenta o Ser intelectual do homem como um todo, visto que ele se conecta à raiz intelectual e divina, da qual todas as potências são inteiras. Consequentemente, ela anuncia que, de acordo com a lei dos inteiros, ele deve se expandir e crescer à medida que se eleva às suas potências, pois o privilégio dos inteiros é manifestar cada vez mais sua grandeza e a indestrutibilidade de seu ser. Quadro natural…: XVII Julguemos agora se a sabedoria é algo precioso, e se há algo que possa se comparar a ela. O homem deveria pedi-la incessantemente, mas com palavras de fogo que expressassem o quanto ele a deseja; seu rosto deveria antecipar a alegria que esse tesouro pode o preencher; é uma sede ardente, uma necessidade voluptuosa, é todo seu Ser interior que deve falar. Quadro natural…: XVII Que seriam os conhecimentos do homem, que seria esse Ser feito para possuir a unidade das ciências e das verdades, se ele não pudesse esperar conhecer senão uma subdivisão das virtudes divinas? Sua natureza o chamando a contemplar a reunião dessas mesmas virtudes; e a ser seu sinal vivo, como ele jamais teria recuperado privilégios tão sublimes, se ele não tivesse visto senão raios esparsos dessa unidade? Quadro natural…: XVII De fato, o que são esses Heróis, esses semideuses, esses Agentes célebres, cuja Tradição histórica e fabulosa nos apresenta incessantemente a correspondência com a Terra? Eles foram cada um depositários apenas de algumas virtudes particulares da unidade. Um deles manifestou a força pela grandeza de suas empresas e por seus imensos trabalhos. O outro manifestou a justiça pela punição dos malfeitores e pela subjugação dos rebeldes. Outros, enfim, manifestaram a bondade, a beneficência, pelas Ciências e pelos socorros que trouxeram aos desafortunados, e pelas suavidades que proporcionaram aos homens de paz. E mesmo se pode dizer desses Agentes, sem exceção dos mencionados nas Tradições dos Hebreus, que eles mostravam ao homem apenas virtudes isoladas, temporais e passageiras, e que, consequentemente, não lhe davam uma ideia perfeita de seu Ser, nem dos direitos que lhe são inerentes. Quadro natural…: XVII Era preciso, portanto, que uma Ação Poderosa demonstrasse a real e fecunda existência do homem, lhe facilitando a compreensão de seu Ser, e elevando-o a um estado de superioridade ao qual ele não cessava de tender, desde sua queda, por uma lei irresistível de sua essência. Era preciso, digo, uma terceira época; era preciso um tipo total, que lhe oferecesse uma lei mais simples e mais una que todas as que a precederam: uma lei mais análoga à verdadeira natureza do homem, cuja grandeza e sublimidade não cessaremos de defender. Quadro natural…: XVII Por essa nova virtude, o homem não só devia ver desaparecer nele as leis do instinto e das afeições brutas, mas também substituí-las pelos direitos e afeições da inteligência. Ele não só devia reconhecer todos os poderes da ordem e da justiça, mas também aprender a se elevar acima da própria justiça, conduzindo-se por uma lei bem diferente daquela que havia sido escrita apenas para os escravos e os malfeitores. Em suma, ele devia aprender a julgar o verdadeiro propósito de seu Ser, que não foi feito para ser confinado em amarras, mas para fazer o bem, como Deus, por natureza, por amor, e sem ser motivado pelo aparato de punições e recompensas. Quadro natural…: XVII Durante a primeira fase de sua expiação, o homem, como a criança nos laços sombrios da matéria, sem dúvida, experimentou os benefícios da Sabedoria. No entanto, recebendo esses benefícios, como a criança, sem os perceber ou reconhecer a mão que os derramava sobre ele, ele era apenas passivo, e seu Ser real e inteligente ainda não desfrutava de sua verdadeira nutrição, que consiste na atividade e na vida. Quadro natural…: XVII Por meio disso, esses Agentes o instruíam sobre o propósito das diferentes partes do Universo. Eles lhe ensinavam que não havia um único Ser na criação universal que não fosse a imagem de uma das virtudes divinas; que a Sabedoria havia multiplicado essas imagens ao redor do homem, a fim de que, quando ela as lhe apresentasse, ela fizesse surgir de si mesma uma nova unção diante de sua visão; que, assim, ela transmitisse ao homem todos os socorros de que ele precisa; e que, unindo o modelo à cópia, o homem pudesse possuir ambos. Quadro natural…: XVII É, portanto, nesse ponto que o homem, descobrindo a ciência de sua própria grandeza, aprende que, ao se apoiar em uma base universal, seu Ser intelectual se torna o verdadeiro Templo; que os candelabros que o devem iluminar são as luzes do pensamento que o cercam e o seguem por toda parte; que o Sacrificador é sua confiança na existência necessária do Princípio da ordem e da vida; é essa persuasão ardente e fecunda diante da qual a morte e as trevas desaparecem; que os perfumes e as oferendas1 são a oração, é seu desejo e seu zelo pelo reino da unidade exclusiva; que o altar é essa convenção eterna, fundamentada em sua própria emanação, e à qual Deus e o homem vêm se submeter, como de comum acordo, para renovar a aliança de seu amor, e para nela encontrar, um sua glória, e o outro sua felicidade; em uma palavra, que o fogo destinado à consumação dos holocaustos, esse fogo sagrado que nunca devia se extinguir, é o daquela centelha divina que anima o homem e que, se ele tivesse sido fiel à sua lei primitiva, o teria tornado para sempre como uma lâmpada brilhante e auxiliadora, colocada no caminho do Trono do Eterno, a fim de iluminar os passos daqueles que se haviam afastado dele; porque, afinal, o homem não deve mais duvidar de que ele só recebeu a existência para ser o testemunho vivo da luz e o sinal da Divindade. Quadro natural…: XVII

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