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Saint-Martin (SMNH) – lei do espírito

Por que todas as águas que o globo contém comunicam-se umas com as outras? Por que não fazem senão circular e passar alternadamente por abismos infectos e por filtros puros que as clarificam? Por que o ar que preenche a atmosfera segue a mesma lei, introduzindo-se em nossos pulmões e nos canais das plantas? Por que todos os fluidos da natureza não fazem senão passar de um lugar a outro, para o benefício de tudo o que existe? Por que são como se no-los emprestássemos mutuamente, como se todos bebêssemos do mesmo licor, e não fizéssemos senão passar o copo uns aos outros? É para nos ensinar que tal é a lei do espírito sobre nós; e que toda a atmosfera da inteligência é contígua. Unidade suprema e universal, sim, todos participamos do mesmo pensamento. O mesmo espírito circula em todos os seres pensantes, bebemos sem cessar da mesma fonte. Nossos espíritos se comunicam por nossa nutrição intelectual, como nossos corpos se comunicam pela circulação dos elementos. Como estaríamos então separados da vida? Tudo está vivo. Como teríamos inimizade pelos homens? Estamos todos sentados à mesma mesa, e bebemos todos do cálice da fraternidade. Os homens não buscam as obras vivas. Tudo o que fazem, tudo o que escrevem, suas ocupações, seus tratados científicos, não são dirigidos para a vida. Enquanto que um só instante de atividade poderia colocá-los em união com o verdadeiro, para nunca mais se separarem! Força natural do homem, tu te concentras, te absorves, mas não te destróis pelos acidentes involuntários. Passada a tempestade, te encontras o mesmo, e tens além disso os tesouros da experiência. Suspiras pela paz universal? O pêndulo foi posto em movimento desde o crime. Suas oscilações só podem diminuir por progressão. É preciso esperar o fim dos séculos, para que o pêndulo marque seu último batimento, e que os seres retornem ao repouso. Que surpresa para aqueles que, em sua passagem terrestre, terão acreditado que não havia nada além, e que terão desconhecido a circulação universal! Deus seria tão paciente, se não tivesse meios de surpreender a posteridade humana, quando ela chega à região da vida e da luz? Quando chega a essa região onde pode contemplar esse fluido simples e fixo, princípio e fonte de todos os movimentos, e levando por toda parte a plenitude da vida? Onde tomar a ideia das luzes e claridades que acompanham o nascimento do homem? Não somos aqui senão nadando sob uma sombra, e na atmosfera das imagens. Sabedoria, deves ser tão bela que o próprio perverso se tornaria teu amigo, se pudesse perceber o menor de teus raios. L’Homme de désir: 11

Esta época primária apresentou ao mesmo tempo três caracteres; foi comemorativa do chamado do primeiro homem à vida terrestre; foi o chamado atual do povo escolhido à lei do espírito, e foi o indício profético de nosso renascimento futuro na lei de Deus, e este triplo caráter se encontra em todas as épocas que percorremos, porque estão todas ligadas umas às outras no cumprimento do número que representam e porque se tornam assim sucessivamente 1) comemorativas; 2) atuais ou efetivas e 3) figurativas ou proféticas. Le Ministère…: De l’Homme.

Esta lei não operou contudo para eles senão uma espécie de preparação à lei do espírito que os aguardava quando a lei das formas e dos sacrifícios materiais tivesse cumprido seu curso. Era preciso que esta lei das formas desenvolvesse as bases e essências espirituosas que tinham em si, para que pudessem por sua vez apresentar ao espírito um receptáculo de seu gênero, e sobre o qual ele pudesse vir repousar. Le Ministère…: De l’Homme.

Enfim, esta própria lei do espírito não devia ser senão preparatória à lei divina, a única que é o verdadeiro termo do homem, pois ele é um ser divino. Ora, é nessa progressão lenta, mas doce de todos os socorros enviados por Deus sobre a terra, que se pode dizer em geral de todas as leis, o que São Paulo dizia da lei dos Hebreus em particular (Gal. : .); a saber; que lhes serviu de condutor para os levar como crianças, etc.; pois não há uma dessas leis temporais que não possa ser considerada como um condutor, em relação àquela para a qual nos conduz, e para a qual somos realmente crianças, até que nela sejamos admitidos, e tenhamos as forças necessárias para praticá-la. Le Ministère…: De l’Homme.

Se o povo tivesse seguido fielmente as ordenanças do Senhor, confiadas aos chefes da raça sacerdotal, as mesmas graças que o haviam acompanhado no deserto, não o teriam abandonado na terra prometida, e a lei dos sacrifícios dos animais o teria conduzido à lei do espírito, na qual teria recebido diretamente os socorros que só recebia por intermédio sob essa lei dos sacrifícios. Le Ministère…: De l’Homme.

Mas se o homem se retarda em sua marcha por suas iniquidades, o tempo não se retarda na sua; e como a hora da lei do espírito havia chegado para os Judeus, ela não podia deixar de se cumprir aos seus olhos, ainda que não os encontrasse preparados. Somente tomou então um duplo caráter, conforme ao duplo tipo de misericórdia e justiça que tem a operar sobre a terra; e a luz que foi acesa por ocasião da eleição dos Judeus não podendo se apagar, manifestou então ao mesmo tempo os primeiros raios de sua claridade, e os terrores da cólera divina. Le Ministère…: De l’Homme.

Assim, o povo que não havia reconhecido a lei do espírito nas cerimônias levíticas, embora ela ali estivesse contida, não reconheceu tampouco a lei divina que lhe era anunciada na lei do espírito ou nas profecias, e continuando a caminhar nas trevas, chegou assim à época da libertação universal, da qual não somente os profetas não haviam cessado de falar cada um segundo o que lhes era concedido conhecer, mas que estava também indicada nos livros de Moisés, particularmente nas bênçãos de Jacó; pois se o povo tivesse realmente feito um estudo cuidadoso desses livros, deveria ter feito sérias reflexões, quando viu o poder temporal de Judá passar às mãos do idumeu, chamado Herodes. Le Ministère…: De l’Homme.

Ela pronuncia em seguida todos os outros preceitos do Decálogo, que não são senão uma sequência necessária deste primeiro preceito. Ora, como ela não pronuncia esta lei, ao mesmo tempo salutar e terrível, senão na época em que somos censurados por ter saído da terra do Egito, e gozar de nossa liberdade, estamos desde então engajados na lei do espírito, e nos tornamos responsáveis por nossa própria conduta, sob a luz dessa lei que nos é traçada. Eis porque nos é recomendado no Deuteronômio (cap. : , etc.) gravar esta lei em nosso coração, escrevê-la em nossa fronte, etc. Le Ministère…: De l’Homme.

É a esta importante ocupação que se consagra o que podemos chamar de primeira idade da lei do espírito; e esta obrigação é tão rigorosa para nós, que se nela falharmos, recairemos logo em diferentes servidões análogas a nossas prevaricações; mas também, quando oprimidos pelo jugo de nossos tiranos, reclamamos a mão suprema, ela suscita diversos libertadores, que nos restabelecem em nossos caminhos. Le Ministère…: De l’Homme.

Estes socorros são fundados sobre as centelhas de vida e luz que nosso chamado à lei do espírito semeou em nós, e que não se extinguindo completamente apesar de nossos desvarios, fermentam ainda mais pela contenção e tormento de nossas diversas escravidões, e lançam por este meio alguns raios que a Divindade reconhece como seus, e que a impelem a descer para vir em socorro de sua miserável criatura. Le Ministère…: De l’Homme.

É assim que ela se conduziu com os Hebreus, quando chegou o tempo de sua libertação do Egito, pois não se deve esquecer que eram filhos da promessa, e que traziam em si o espírito da eleição de seu pai; é assim que se conduziu com eles sob o reinado dos juízes, onde representavam então o homem em sua lei de emancipação ou liberdade. Enfim, é assim que numa alternância quase contínua de quedas e reerguimentos, chegamos à segunda idade da lei do espírito, ou à idade profética. Le Ministère…: De l’Homme.

Pois é preciso recordar que foi dito ao pai dos Judeus, que todas as nações seriam benditas nele; ora, até esta idade profética, o povo Hebreu vive separado de todos os povos, e só tem relações com eles para combatê-los; sua lei lhe proíbe aliar-se com os estrangeiros, e lhe ordena exercer para seu único proveito, o culto e as cerimônias das quais foi feito depositário; imagem representativa do que temos a fazer em nossa primeira idade da lei do espírito, onde devemos nos separar de tudo o que nos impediria de crescer e adquirir os dons necessários para que um dia as nações sejam benditas em nós. Le Ministère…: De l’Homme.

Quando o homem entra na lei do espírito, vimos que recebe o primeiro preceito do Decálogo; Eu sou o Senhor teu Deus, etc. Quando entra na lei do reparador, recebe um novo preceito, o de amar seu próximo como a si mesmo, e este preceito é a chave da obra do Cristo; pois qual é o homem na servidão que não faria todos os esforços para recuperar a liberdade? Deve portanto fazer todos os esforços para procurar também a liberdade a seu próximo, se o ama como a si mesmo e se não o ama como a si mesmo, não está iniciado no espírito do reparador, que levou o amor até a se mergulhar conosco em nossos abismos para nos arrancar com ele. Le Ministère…: De l’Homme.

É avançando assim que ela vê se estender cada vez mais suas angústias e tribulações; também os salmos seriam bem outra coisa que o que são, se fossem feitos agora. Pois a palavra é o desejo divino personificado humanamente e em ação. À medida que penetra e se mostra à atmosfera humana, à medida também é reduzida a não encontrar para seu alimento e subsistência senão fel e amargura. Mas que compensação para ela quando encontra alguma alma de desejo e que busca ser realmente regenerada segundo a nova lei do espírito e da verdade! Le Ministère…: De la Parole.

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