Faivre (FETC) – Eckartshausen, cadeia do ser
Eckartshausen (FETC) — ANALOGIA
Sabe-se do interesse que eles têm pela física e pela química; Novalis, Baader e muitos outros tentam interpretar os fenômenos naturais segundo as leis de uma « física superior », que não seria apreensível apenas pelos métodos do empirismo. Certamente, essa ideia não é nova; mas ela se expressa no século XVIII e no início do seguinte com tanta insistência quanto mais as ciências se expandem e se tornam inseparáveis dos problemas morais, filosóficos e religiosos. Trata-se então de captar os novos conhecimentos para integrá-los aos sistemas antigos. Para Eckartshausen, a natureza manifesta por si só a existência da cadeia analógica; basta observá-la para se convencer disso: as belezas naturais revelam-se em todo seu esplendor, fornecendo-nos ideias analógicas capazes de nos iluminar. É que todas as forças celestes trabalham pela harmonia. De modo muito saint-martiniano, ele explica que cada ser está submetido a um princípio, ou principium generationis, indestrutível e imutável, preexistente aos corpos e sobrevivendo à sua destruição. Assim, nada se perde, e a cadeia dos seres não se rompe. Tudo é tipo, marca, eco da voz mais pura da harmonia; as leis físicas apenas repetem as do intelecto e do espírito, permitindo-nos assim passar das verdades naturais às verdades da eternidade; tudo o que acontece na natureza é, portanto, de uma simplicidade admirável e grandiosa.
