Saint-Martin – faculdades do homem
Ele nos fará descobrir na terra este altar imortal, onde devíamos incessantemente oferecer nosso sacrifício, e manifestar no universo visível o que se passa no universo invisível. Todas as faculdades do homem não são como essas luzes imortais que deviam repousar sobre o candelabro de ouro? O Homem de desejo: 286
Podemos distinguir esses erros em três classes; a saber: . As abominações do primeiro gênero, e nas quais todas as faculdades do homem se corromperam. . As abominações piedosas que, sem dúvida, começaram para ele como as precedentes, isto é, por sua própria corrupção; mas que depois tiveram simplesmente império sobre sua fraqueza. . Enfim, as simples superstições da idolatria que descendem dos abusos e dos erros dos dois primeiros gêneros, mas que não têm os efeitos e as consequências destes. O Ministério: Do Homem.
Mais uma palavra talvez possa ajudar na nossa persuasão, e aumentar a nossa coragem para trabalhar nesta grande empreitada; assim, não a calaremos. O homem, sob as leis de sua matéria, está aprisionado e limitado por todos os lados; para amarrá-lo assim, foi preciso que se reunissem, numa espécie de unidade, as potências, as forças e as faculdades que ele havia deixado sair de si mesmo, e que havia disseminado em todas as regiões, para ali operar a desordem de seus planos ímpios e mentirosos: o inimigo ainda pressiona as cadeias com as quais ele foi carregado, e busca assim tratar como seu brinquedo e sua vítima, aquele que outrora fingiu querer tratar como seu amigo. Mas esse duplo peso, reunindo e concentrando, cada vez mais, em uma unidade, as potências e faculdades do homem, o torna, em sua própria privação, uma nova imagem dessa unidade que ele deveria ter representado em seus justos desenvolvimentos. Então, essa harmonia concentrada, recuperando naturalmente uma espécie de relação com a harmonia superior e livre, a atrai insensivelmente a si, e dela recebe os socorros de que é suscetível, segundo sua medida limitada e restrita. O Novo Homem: 4.
Já que nenhum desses direitos nos parece estranho, já que, ao contrário, encontramos traços multiplicados nas faculdades do homem, é evidente que estamos destinados a possuí-los todos, e a manifestá-los aos olhos daqueles que os ignoram ou que querem desconhecê-los. Admitamos, pois, abertamente: se cada um dos Seres da Natureza é a expressão de uma das virtudes temporais da sabedoria, o homem é o sinal ou a expressão visível da própria Divindade; é por isso que deve ter em si todos os traços que a caracterizam; caso contrário, não sendo a semelhança perfeita, o modelo poderia ser desconhecido. E aqui já podemos formar uma ideia das relações naturais que existem entre Deus, o homem e o Universo. Quadro natural…: III
É viva por si mesma, e só tende a multiplicar ao infinito a ordem e a vida que nela existem. É a única pela qual o homem pode adquirir uma ideia verdadeira e íntima de seu Ser, tanto em seu estado atual quanto em seu estado futuro. É a única que estende simultaneamente todas as faculdades do homem. Quadro natural…: VIII
Finalmente, se as faculdades do homem particular não podem gozar da universalidade de sua própria ação enquanto estiver ligado aos mínimos vestígios de sua matéria: se não pode ser verdadeiramente livre enquanto estiver submetido às influências dos seres contrários à sua natureza; se não pode contemplar o conjunto da Região sublime onde nasceu, enquanto a menor parcela corruptível existir entre ele e esses sublimes quadros, o mesmo ocorre com a espécie universal do homem. Quadro natural…: XXI
