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Saint-Martin (SMNH) – espírito santo

Estou destinado a outro fim senão buscar a aliança do Senhor? Assumirei compromissos solenes para que este fim nunca se apague de meu coração e de meu espírito. Vinde todos, ministros puros de meu Deus, vinde assistir ao pacto imutável e irrevogável que desejo fazer com meu Deus. Que todas as potências emanadas dele, e inflamadas do zelo de sua glória se reúnam e escutem minhas palavras. Uno meu coração, espírito e intenção à aliança eterna de meu Deus com a posteridade do homem. Deponho a vossos pés todo o meu ser, todas as minhas afeições, como os primeiros cristãos traziam todos seus bens aos pés dos apóstolos. Consagro-me, graças à infinita assistência divina, a viver, pensar e morrer somente para meu Deus. Fazei que cada dia de minha vida renove diante de vós esta autêntica obrigação. Fazei que jamais seja tão infeliz e indigno a ponto de esquecê-la: ou então levantai-vos todos contra mim, testemunhai todos contra mim; e obrigai-me a pagar, sem demora, o tributo de louvores e homenagens que devo a vosso mestre e ao meu. E tu, princípio eterno e vivificante de tudo o que existe, vela tu mesmo pelo compromisso que acabo de assumir, sê seu primeiro apoio e protetor. Todas as nações inimigas de tua glória têm os olhos abertos para minha oração. Se não a ouvires, dirão que és um deus invocado em vão, e disso se gloriarão. Que nunca haja mais que um triunfo na terra, e que seja reservado ao homem de paz! É sentir que não há alegria comparável à de repousar no Senhor, e ser como que conduzido pela mão do Senhor. Espírito santo, és tu que proporcionas ao homem esta felicidade, porque o espírito santo é o movimento universal. Porque é ao mesmo tempo raiz e potência, pois sua potência é quádrupla como sua raiz. Porque nada sem ele pode conhecer termo nem plenitude. Porque liga o verbo e a obra dos seis dias, e ajuda a um e outro a separar a aparência da iniquidade. Porque é a última veia da vida divina, e toca a primeira veia da vida do homem. L’Homme de désir: 30

Sim, o culto interior é sensível, certamente mais que o culto exterior; mas o é de outra maneira. O culto material é para os sentidos da forma, o culto espiritual para os sentidos da alma; o culto divino e interior é para a vida íntima de nosso ser. É assim que desde a infância até a alta sabedoria dos seres celestes, podemos elevar-nos de santuário em santuário, com a certeza de que quanto mais sublimes e invisíveis se tornam estes santuários, mais ativos e sensíveis são em nossa verdadeira sensibilidade. Não é portanto uma palavra vã a que nos ensina que somos os templos do espírito santo. Teríamos alegrias tão puras e consoladoras, se não nos viessem de uma região verdadeira, de uma região onde a vida não é frágil? Um só olhar sobre o homem nos ensina que somos os extratos de Deus. Um segundo olhar nos ensina que somos como os dias e as aberturas de seu templo pois ele se manifesta por nós. Os números espirituais nos ensinam que somos sua potência essencial. Não nos demos trégua até que este antigo templo seja reconstruído em nós, e nele vejamos renascer os quatro denários, ou esta flor vivificante cuja Páscoa era o caule, e cujas operações anteriores eram a raiz. Não nos demos trégua até que sejamos batizados no espírito, e que, enviando-o sobre nós, o pai da vida nos tenha declarado seus bem-amados. L’Homme de désir: 123

Não estás em teu lugar aqui abaixo; um só de teus desejos morais, uma só de tuas inquietudes, prova mais a degradação de nossa espécie que todos os argumentos dos filósofos provam o contrário. O amor teria produzido seres para a dor? Quem poderia forçá-lo a ser o contribuinte da dor? Vosso filho vos deixa para unir-se a uma quadrilha de ladrões: sofre fome, fadiga, insônia; corre risco de sofrer todos os flagelos da justiça. Vosso coração paterno voa até ele para livrá-lo de todos esses males: que insensato dirá que fostes vós que lhos enviastes? Que outro insensato dirá que não são males? Led aqui a marcha do amor supremo em relação à posteridade humana; vede se vossas trevas não provam um desvio, e se o amor supremo não prova um reparador. Almas pacíficas, não leveis adiante vossas questões: seja qual for este reparador, deve ser o único que possa vos libertar; seja qual for seu nome, invocai-o, lançai-vos em seus braços, ele vos aquentará em seu seio. Se seu amor é universal, de qualquer lado que o busqueis, não podereis deixar de encontrá-lo. O pai não veio, porque não foi o pensamento do ímpio que foi culpado; foi seu amor que faltou e se tornou um falso amor: eis por que foi o amor que começou a reparação. O falso amor do culpado o conduziu a um falso ato. Eis por que a ação ou o espírito santo veio depois do amor, para nos ajudar a operar atos verdadeiros. Reparador divino, amor vivificante, vieste nos curar e devolver nossas forças. O espírito santo veio nos ajudar a usá-las. Deus criador, Deus reparador, Deus atuante e santificador: eis nosso recurso, remédio e mestre; eis os elementos de nossa prece. Peçamos que o espírito santo ore em nós ao pai em nome do reparador. A mulher pura implorará por nós esta graça. Por que negligenciaríamos os socorros da mulher pura? Não estamos suficientemente afastados, extra-linhados, para que um intermediário nos seja útil? Mas guardemo-nos de colocá-la acima de seu posto, se não quisermos multiplicar os deuses, como fizeram as nações cegas e idólatras. L’Homme de désir: 128

Santifico-me por eles, para que também sejam santificados na verdade. Que texto São João apresenta aqui ao pensamento! O pai santificou o filho, o filho santificou o espírito, o espírito santificou o homem. O homem deve santificar todo seu ser; seu ser devia santificar os agentes do universo. Os agentes do universo deviam santificar toda a natureza; e daí a santificação devia estender-se até a iniquidade. Eis pois esta semente divina que está sempre florescente na região superior, mas que aqui abaixo se subdivide em diferentes germes, e aguarda diferentes épocas, para manifestar a vida gloriosa que encerra! Estava oculta no reparador, durante o tempo de seu trabalho e humildade. Por isso dizia então que o pai era maior que ele. Dizia ao mesmo tempo a seus apóstolos que se alegrassem por ele ir para seu pai… Naquele dia não me perguntareis mais nada… O que quer que peçais a meu pai em meu nome, ele vos dará. Porque o espírito, trazendo consigo todas as frutificações divinas, terá completado o círculo de Deus, sem necessidade de outro número. Quem pode pois abraçar-te pelo pensamento, homem majestoso, santificado pelo espírito santo, no qual o filho faz brilhar a santificação do pai? Tornas-te um foco de amor e potência, a quem tudo cede, e em quem todos os tesouros da verdade se reúnem. Quem penetrou em toda sua profundidade o sentido e a expressão do sinal quádruple, atuando ao mesmo tempo sobre todas as dimensões dos seres? L’Homme de désir: 224

O homem geral e particular avançaram proporcionalmente; à medida que o chefe dos mortais subiu, sua posteridade também subiu e recebeu maiores luzes. Este chefe dos mortais, elevando-se sobre as asas do espírito, foi conduzido sucessivamente a graus sempre superiores. O espírito, a cada um desses graus, lhe fez abrir novas portas, donde fluíram sobre o homem particular novas graças. Essas graças foram sensíveis e terrestres sob a lei da natureza; foram espirituais sob a lei escrita; foram divinas sob a lei do reparador: porque ao grande nome do deus dos judeus, juntou a letra da salvação, que triplicou nossas riquezas e nos fez nadar em abundância. Que faz este chefe vigilante, o mais valoroso dos guerreiros? Vai sem cessar a todos os pontos de seu exército, para salvar sua tropa das mãos do inimigo que a persegue. Não fora enviado especialmente aos gentios nos primeiros atos de sua missão. Fora enviado apenas às ovelhas perdidas do rebanho querido de Israel. Recomendara a seus apóstolos que as buscassem preferencialmente. Porque Israel devia ser o archote das nações, e representar assim o chefe dos mortais. Porque a palavra judeu, a que tanto desprezo ligamos, mereceria nossa maior veneração, se a compreendêssemos, e fôssemos dignos de portá-la. Mas quando esses próprios judeus não quiseram reconhecer aquele que lhes fora enviado; quando o sacrificaram à sua ignorância e cegueira, então a porta abriu-se para as nações. Então o espírito santo desceu sobre os apóstolos, para lhes infundir o dom das línguas; então receberam ordem de pregar por toda a terra. Então Paulo foi escolhido para ser o apóstolo dos gentios; então o rio descrito pelos profetas transbordou, e todas as nações da terra foram saciadas. É assim que a sabedoria faz voltar até as faltas dos homens ao cumprimento de seus desígnios, e que as trevas de alguns fizeram eclodir universalmente a luz. L’Homme de désir: 297

O cristianismo só pode ser composto da raça santa que é o homem primitivo, ou da verdadeira raça sacerdotal. O catolicismo, que repousa particularmente sobre a missa, estava na última Páscoa de Cristo apenas nos graus iniciáticos deste sacerdócio; pois quando Cristo celebrou a Eucaristia com seus apóstolos, e lhes disse: Fazei isto em memória de mim, já haviam recebido o poder de expulsar demônios, curar enfermos e ressuscitar mortos; mas não haviam ainda recebido o complemento mais importante do sacerdócio, pois a consagração do sacerdote consiste na transmissão do Espírito santo, e o Espírito santo ainda não fora dado, porque o reparador ainda não fora glorificado (João, 7:39). Le Ministère…: De la Parole.

Mas se antes que a divindade nos penetre e nos atravesse em seu esplendor e glória, é preciso que ela nos atravesse em sua ignomínia e dor, também é necessário que faça em nós uma primeira operação, e esta operação é fazer-nos anunciar pelo anjo que o espírito santo deve sobrevir em nós, que a virtude do altíssimo nos cobrirá com sua sombra, e que é por isso que o santo que nascer de nós será chamado filho de Deus; ora, para que este anúncio nos possa ser feito, é preciso que sejamos renovados na verdadeira inocência, e que três virgens mais antigas que Maria nos tenham purificado em nosso corpo, alma e espírito; isto é, que nos tenham tornado virgens como elas. Quando por nossa constância e esforços recuperamos esta tripla virgindade, a anunciação se faz em nós, e não tardamos a perceber que a concepção santa também se realizou, o que nos põe em condições de cantar o cântico de Maria, quando nossos parentes nos saúdam e bendizem pelo fruto de nossas entranhas, como Maria foi saudada e bendita por Isabel. Le Nouvel Homme: 6.

Eis o quadro dos graus pelos quais o novo homem pode subir ao trono da glória; seu ser corpóreo é mantido em atividade e harmonia pelos elementos, os elementos são operados por suas potências, suas potências são dirigidas pelos espíritos das regiões, os espíritos das regiões são excitados em sua obra pela alma sensível e desejante do novo homem, sua alma sensível e desejante é ativada pelo espírito santo. Ali, a alma divina do novo homem recebe uma pétula impulsão que é o aguilhão de fogo e verdade; daí chega ao respeito e amor do filho, donde se eleva ao santo terror do pai que a mantém inteira na sabedoria, zelo e vigilante operação, até ser reintegrada na unidade não subdividida, onde só conhecerá o amor que é o caráter essencial e universal dAquele que é Deus. Le Nouvel Homme: 56.

Que é este homem levando um cântaro de água? É o precursor da santa aliança que só pode ser contraída após a purificação perfeita. Que é esta sala alta onde a Páscoa deve ser celebrada? É o pensamento do homem revestido do privilégio de mostrar-se entre as nações como a região mais sublime do templo imortal que o espírito santo propôs habitar. Que é este mestre que envia perguntar onde é o lugar em que comerá a Páscoa com seus discípulos? É o espírito do próprio novo homem, que vem visitar a alma humana para lhe devolver a vida e luz, mas que, sabendo ser esta alma humana um ser livre, não quer habitar nela senão por seu próprio consentimento, apesar de todos os bens e riquezas com que a vem favorecer. Le Nouvel Homme: 60.

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