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theosophos:espirito-do-homem-lcsm-tn

Saint-Martin (SMTN) – espírito do homem

Mas, uma vez que já descobrimos no homem as provas do Princípio que o constituiu como ele é, é no próprio homem, é no espírito do homem que devemos encontrar as leis que dirigiram sua origem. Finalmente, sendo o homem um Ser real, nunca se deve julgá-lo por comparação, como se pode fazer com os Seres corporais, cujas qualidades são relativas. Quadro natural…: IV

No entanto, essas coisas sensíveis, que são apenas aparentes e nulas para o espírito do homem, têm uma realidade análoga ao seu Ser sensível e material. A sabedoria é tão fecunda que estabelece proporções nas virtudes e nas realidades, em relação a cada classe de suas produções. Quadro natural…: V

De fato, se entre os seres materiais não há nenhum que possa manifestar o que há nele sem uma reação, há igualmente uma reação para o espírito do homem, uma vez que ele tem, como eles, um princípio gerador. Quadro natural…: VIII

Ora, reconhecida a analogia entre o nosso Ser intelectual e as outras Virtudes da Divindade, e provando-se, além disso, que existe fora de nós uma fonte de pensamentos falsos e desordenados que nos obsedam e fazem com que o espírito do homem esteja, por assim dizer, exposto a tantas doenças quanto o seu próprio corpo, segue-se que as nossas relações naturais com as Virtudes divinas nos colocam em relação a elas na mesma dependência e necessidade em que se encontram nossos corpos em relação às substâncias alimentares; segue-se que, para essas Virtudes divinas, estamos igualmente sujeitos a um culto ou a uma lei, que nos proporciona, por parte delas, o socorro que esperamos; segue-se, finalmente, que, tendo que curar ou preservar nosso Ser das influências intelectuais que nos são prejudiciais, assim como nossos corpos das influências corporais malignas, devemos, por uma necessidade evidente, buscar os socorros análogos a essa necessidade intelectual e empregá-los ativamente quando os encontrarmos. Quadro natural…: VIII

Em nenhum momento, em nenhum povo, se viu fazer uso de figuras mais belas e mais nobres do que as coisas figuradas. Não seria inverter todas as noções que temos sobre o funcionamento da mente humana afirmar que ela empregou o superior como emblema do inferior e que imaginou símbolos e hieróglifos mais elevados e espirituais do que o objeto que pretendia designar? Quadro natural…: X

E, realmente, se refletirmos sobre até que ponto a ignorância pode degradar a mente do homem e sobre o pouco cuidado que ele tem em cultivar sua inteligência; se considerarmos os graus tão numerosos e variados em que ele pode parar na desordem de suas ideias, teremos a origem evidente dessa multidão: de Ídolos distinguidos entre si por formas e poderes tão diferentes, pois em toda a extensão do círculo dos Seres, não há nenhum, verdadeiro ou falso, sobre o qual o homem não seja senhor de repousar e para o qual não possa dirigir seu culto. Quadro natural…: X

Poderíamos ouvir nossos Mestres, se eles nos descrevessem as imprudências a que o espírito do homem está exposto em sua caminhada, por seus julgamentos precipitados; se eles nos dissessem que, qualquer que seja o grau de conhecimento, sabedoria e virtudes que possamos ter, sempre nos resta mais a adquirir do que possuímos; que as plantas, que seguem com pacífica perseverança o curso de sua ação, deveriam servir-nos de modelo; que todos os momentos que o homem emprega em contemplar-se são tirados daqueles destinados ao seu crescimento; que não só não se deveria contar para nada os prazeres mais vastos a que podemos aspirar como homens, mas que deveríamos considerar ainda menos os prazeres e as graças particulares, como complemento da obra, nem uma ciência isolada como a universalidade das maravilhas contidas na aliança do homem com seu Princípio, pois essa maneira errada de ver seria o primeiro obstáculo ao nosso progresso: e se a insinuássemos a outros, poderíamos ter a certeza de que os enganamos e que nos enganamos a nós mesmos. Quadro natural…: XVII

De acordo com as ideias profundas que estas demonstrações nos apresentam, não nos surpreendamos com as diferentes opiniões a que os homens chegaram sobre o Agente universal. Qualquer que seja a ideia que tenham formado, não há nada em fato de virtudes, dons e poder que não tenham podido encontrar nele. Alguns disseram que era um Profeta; outros, um homem profundo no conhecimento da Natureza e dos Agentes espirituais; outros, um Ser superior; outros, finalmente, uma Divindade; todos tinham razão, todos falaram de acordo com a verdade; e todas essas variedades provêm apenas das diferentes maneiras como os homens se colocaram para contemplar o mesmo objeto. O erro dos primeiros foi querer tornar exclusivo e geral o ponto de vista particular que se lhes apresentava; o dos segundos, não se adequarem à fraqueza dos seus discípulos e quererem fazê-los admitir, sem o concurso da sua inteligência, as verdades mais fecundas que o espírito humano pode abraçar. Quadro natural…: XVII

Por outro lado, se o espírito do homem, querendo contemplar os direitos desse ato eficaz e real, os buscasse apenas entre os números passivos, não seria de temer que ele encontrasse então apenas a aparência da realidade, em vez da própria realidade? Não perderia de vista os frutos essenciais desse culto que deve restabelecer todos os números em sua ordem natural, para que possamos ver, ao mesmo tempo, no mesmo ato, manifestar-se a sublimidade dos números verdadeiros, desaparecer a nulidade dos números passivos e corrigir a irregularidade dos números falsos: isto é, que nesse ato, a plenitude dos números deve se desdobrar diante do homem, para apagar a deformidade que resulta de sua separação. Quadro natural…: XX

Vimos qual foi, desde o início do cristianismo, a progressão da desordem em que as disputas científicas levaram os homens, e a que produziu a divulgação demasiado fácil de coisas que não podem ser bem compreendidas pela multidão, nem deixar de ser secretas sem serem expostas a serem mal compreendidas ou mal interpretadas. Qual é, então, o caminho que o espírito humano deve seguir para sair desse estado de desordem e incerteza? É aquele que ele descobriria quase sem esforço, se voltasse o olhar para si mesmo. Quadro natural…: XX

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