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Saint-Martin (SMTN, X) – Ser

É por aí que se podem explicar em parte as contradições que a Mitologia apresenta. A ignorância do verdadeiro sentido dos nomes levou a atribuir ao mesmo Ser, a um Herói, a uma Divindade, fatos e ações que pertenciam a seres diferentes; não se deve, portanto, surpreender de ver nela o mesmo personagem mostrar em suas ações, ora o orgulho e a ambição dos seres mais culpados, ora o excesso da deboche mais vergonhosa, ora as virtudes dos Heróis e dos Deuses: não é de admirar ver nela Júpiter senhor do Céu, Chefe dos Deuses terrestres, seus irmãos, e Júpiter entregue às paixões mais viciosas; ver Saturno ser ao mesmo tempo o Pai dos Deuses, e comer seus filhos; enfim, ver Vênus Urânia e Vênus Deusa da prostituição; assim, embora se encontrem reunidos na Mitologia todos os fatos e todos os tipos: embora ela apresente vários quadros opostos sob os mesmos nomes, a inteligência deve discernir as cores e os verdadeiros assuntos. Quadro natural…: X

Sem nos determos mais nesta questão, e qualquer que seja a maneira como esta população se deu, não se pode deixar de reconhecer uma unidade de origem primitiva em Povos cujas diversas espécies engendram conosco, e cujos frutos provenientes dessas alianças, engendram por sua vez; em Povos nos quais se descobrem os vestígios das verdades que anunciamos sobre a necessidade da manifestação das faculdades e potências do Ser divino neste Universo e diante dos homens; enfim, em Povos que são absolutamente semelhantes a nós por sua natureza, por suas ideias fundamentais e por suas tradições. Quadro natural…: X

Digamos mais; ainda que sua origem primitiva não fosse comum com a nossa, desde que nos assemelham, devem participar dos mesmos benefícios. Enfim, se são homens, se estão como nós na privação e na necessidade do Ser superior e universal que os formou, este Ser se relaciona com eles, como com todas as suas outras produções. Assim, mesmo que nunca tivessem tido comunicação com o nosso continente, este Ser sempre poderia ter-lhes feito chegar provas e manifestações de seu amor e de sua sabedoria. Quadro natural…: X

Pelas mesmas razões, não devemos nos surpreender se o sentido sublime que vislumbramos nas tradições mitológicas dos antigos Povos parece imaginário para a maioria dos homens. Eles perderam tanto de vista a ciência do seu Ser e a de seu Princípio, que já não conhecem nenhuma das relações que os ligarão eternamente um ao outro. Quadro natural…: X

Assim, sem pretender negar os símbolos em pequeno número, que a Agricultura e a Astronomia forneceram à Mitologia, podemos prestar serviço aos nossos semelhantes, advertindo-os de que essas tradições, tais como as recebemos dos Antigos, encerram uma infinidade de outros emblemas, para os quais é de toda impossibilidade admitir o mesmo sentido e as mesmas relações; porque seu tipo não se encontra nem na terra, nem nos astros, nem em nenhum Ser corporal. Quadro natural…: X

O amor do Princípio supremo havia apresentado aos homens as leis da Natureza material apenas para ajudá-los a reconhecer nela vestígios do modelo vivo que haviam perdido de vista. Ao contrário, os Filósofos herméticos serviram-se dessa similitude entre o modelo e a imagem para os confundir e compor apenas um único Ser. Quadro natural…: X

Ora, sendo essas causas segundas por sua natureza abaixo do homem, não é enganá-lo dizer-lhe que ele é feito para ter a disposição delas. Se os Filósofos herméticos têm experiência e conhecimentos suficientes para preparar convenientemente as substâncias fundamentais de sua obra, e que essa obra seja possível, eles devem, portanto, alcançá-la com certeza, sem que seja necessário para isso interpor outra Potência que não a que é inerente a toda a matéria, e que constitui sua maneira de Ser. Quadro natural…: X

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