É evidente que as faculdades invisíveis, pelas quais tive o poder de produzir esta obra, são, por sua natureza, muito superiores ao seu resultado e que são totalmente independentes dele. Pois este edifício poderia não ter recebido a existência sem que as faculdades que me tornaram capaz de lha dar fossem alteradas. Desde que a receberam, elas conservam a mesma superioridade, pois, tendo o poder de destruí-la, não destruí-la é, de certa forma, continuar a sua existência; finalmente, se ela viesse a perecer, as faculdades que lhe foram dadas pelo Ser permaneceriam após ela o que eram antes e durante a sua duração. Quadro natural…: I

Tudo se reúne aqui para demonstrar a superioridade do homem, uma vez que ele encontra em suas próprias faculdades o que é necessário para elevar-se até a demonstração do Princípio ativo e invisível do qual o universo recebe a existência e suas leis; uma vez que nas próprias obras materiais que ele tem o poder de produzir, ele encontra a prova de que seu Ser é de natureza imperecível. Quadro natural…: I

Considerada como efeito, a liberdade se dirige unicamente segundo a lei dada à nossa natureza intelectual; então ela pressupõe a independência, a isenção total de toda ação, força ou influência contrária a essa lei, isenção que poucos homens conheceram. Sob este ponto de vista, em que o homem não admite outro motivo que sua lei, todas as suas determinações, todos os seus atos são efeito dessa lei que o guia, e só então ele é verdadeiramente livre, nunca sendo desviado por nenhum impulso estranho do que convém ao seu Ser. Quadro natural…: I

Quanto ao Ser princípio, tem essa força pensante universal, superior ao homem, cuja ação não podemos superar nem evitar, e cuja existência é demonstrada pelo estado passivo em que nos encontramos em relação a ela no que diz respeito aos nossos pensamentos, este último Princípio tem também uma liberdade que difere essencialmente da dos outros Seres, pois sendo ele próprio a sua própria lei, nunca pode se desviar dela e sua liberdade não está exposta a nenhum obstáculo ou impulso estranho. Assim, ele não tem essa faculdade funesta pela qual o homem pode agir contra o próprio objetivo de sua existência. O que demonstra a superioridade infinita desse Princípio universal e Criador de toda lei. Quadro natural…: I

Este Princípio supremo, fonte de todos os Poderes, sejam aqueles que vivificam o pensamento no homem, sejam aqueles que geram as obras visíveis da natureza material, este Ser necessário a todos os outros Seres, germe de todas as existências: esse termo final para o qual elas tendem, como por um esforço irresistível, porque todas buscam a Vida; esse Ser, digo eu, é aquele que os homens geralmente chamam de Deus. Quadro natural…: I

Não tentarei tornar mais sensível a natureza desse Ser, nem penetrar no Santuário das Faculdades divinas; para isso, seria necessário conhecer algum dos números que as constituem: mas como seria possível ao homem submeter a Divindade aos seus cálculos e fixar o seu Número principal? Para conhecer um número principal, é necessário ter pelo menos uma de suas alíquotas: e quando, para representar a imensidão dos Poderes divinos, enchêssemos um livro, todo o Universo, com sinais numéricos, ainda não teríamos a primeira alíquota, pois sempre poderíamos acrescentar novos números, ou seja, sempre encontraríamos nesse Ser novas Virtudes. Quadro natural…: I

Além disso, é preciso dizer aqui sobre Deus o que poderíamos ter dito sobre o Ser invisível do homem. Antes de pensar em descobrir suas relações e suas leis, tivemos que nos convencer de sua existência, porque ser ou ter tudo em si mesmo, de acordo com sua classe, é uma única e mesma coisa; de modo que, tendo reconhecido a necessidade e a existência do Princípio eterno doinfinito, é atribuir-lhe ao mesmo tempo todas as faculdades, perfeições e potências que deve ter em si mesmo esse Ser universal, embora não possamos conceber nem o número nem a imensidão. Assegurados esses primeiros passos, tentemos descobrir as novas relações pela consideração da Natureza física. Quadro natural…: I