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saint-martin:homem-espirito-lcsm-mhe-iii

Saint-Martin (SMMHE, III) – Homem-Espírito

É muito verdade que se a palavra não sustentasse o universo em sua existência e não o dirigisse em todos os seus movimentos, ele pararia no instante em sua marcha, e reiteraria na não-aparência; É muito verdade que se a palavra não sustentasse os animais e as plantas, eles retornariam imediatamente ao seu próprio germe, e seu germe ao espírito temporal do universo; É muito verdade que se a palavra não sustentasse a ação e o jogo de todos os fenômenos do universo, nenhum mais se manifestaria aos nossos olhos; É igualmente verdade para o espiritual, que se a palavra não sustentasse o pensamento e a alma do homem, como ela sustenta todos os seres do universo, nosso pensamento cairia no instante nas trevas, e nossa alma no abismo sobre o qual nós só flutuamos diariamente, apesar de nossos crimes, pela incomensurável e misericordiosa potência da palavra; assim, a menos que nos dediquemos voluntariamente à demência, e sejamos conscientemente nossos primeiros inimigos, não deveríamos cessar um instante de nos levar para o princípio das coisas, e de nos apoiar sem interrupção na palavra, sem o que é renegar nossa existência e renunciar a ser úteis às diversas regiões que esperam os benefícios do ministério do Homem-Espírito. TERCEIRA PARTE. Da Palavra. É esse fogo que deve incessantemente te preparar e te manter em temor; e sem essa preparação contínua que ele opera em seu ser, a palavra viva da angústia não entrará em você; você se tornará para ela um objeto de desgosto, e quando ela quiser te abraçar, ela será obrigada a desviar a cabeça porque ela se sentirá infectada pelo hálito de sua boca; pois se o Homem-Espírito é tão frequentemente infectado pelo hálito que sai da boca do homem, como Deus poderia suportá-la? TERCEIRA PARTE. Da Palavra. Eu considerei, por assim dizer, até agora apenas a literatura de gosto, e que tem principalmente por objeto nosso divertimento, e apenas abordei o que podemos chamar de literatura religiosa. Vamos agora nos ocupar desta mais particularmente, porque ela se liga ainda mais de perto ao ministério do Homem-Espírito e à palavra. TERCEIRA PARTE. Da Palavra. A principal dificuldade não seria, a meu ver, provar aos incrédulos a existência de Deus e a da própria alma; sobretudo se tomássemos suas provas no Homem-Espírito. Assim, muitos filósofos, tomando este facho por guia, provaram esses dois fatos por raciocínios, tais como os que a seita dos ateus exige; em uma palavra, por raciocínios que os espíritos positivos podem comparar ao que eles chamam de demonstrações por A e B. TERCEIRA PARTE. Da Palavra. Assim, se há um A + B para provar a existência de Deus e a imaterialidade do Homem-Espírito, deve haver um A + B para provar nossa alteração, e consequentemente a coisa religiosa que é o remédio, como deve haver um A + B para provar a eficácia desse remédio, que só pode ser específico, pois se a vontade dos seres livres pode torná-lo nulo em relação a eles, e impedi-lo de operar para eles, eles não podem impedi-lo de operar contra; ora, todas essas espécies de provas, embora diferentes, devem ser positivas cada uma em seu gênero. TERCEIRA PARTE. Da Palavra. A primeira dessas provas, ou aquela que tem por objeto a existência de Deus e do Homem-Espírito, podemos chamá-la prova positiva, racional ou intelectual, porque, de fato, ela é da alçada da simples observação refletida ou do raciocínio. TERCEIRA PARTE. Da Palavra. Embora consumamos diariamente nossa palavra em mil objetos inferiores e em mil ocupações secundárias que não nos avançam no verdadeiro ministério do Homem-Espírito, entretanto, quando nos limitamos à medida de nossas necessidades e da justiça, essas próprias ocupações podem ser úteis como preservativos. TERCEIRA PARTE. Da Palavra. Quanto aos diversos nomes do homem, já se viu, o primeiro nome atual do homem é dor, aflição: é preciso que esse nome ressoe em todo o nosso ser, antes que possamos chegar às portas da vida e da palavra. Mas o segundo nome que o homem encontra às portas da vida, é a santidade, cuja raiz hebraica significa renovar. Quando ele tem a felicidade de fazer renascer esse nome em si, então ele pode esperar entrar no ministério do Homem-Espírito, visto que a palavra não pede mais do que ter obreiros; e aquele que compreender a dignidade desse nome, as clarificações que ele proporciona, e os deliciosos e magníficos serviços que ele nos possibilita prestar à universalidade das coisas, conhecerá o que é a felicidade e a glória de ser um homem. TERCEIRA PARTE. Da Palavra. Esse segundo nome engendra no homem todos os outros nomes parciais dos quais sua carreira pode lhe oferecer a necessidade e a propriedade nos diversos dons e empregos que podem lhe ser destinados, e segundo as diversas inações e melhorias que podem se encontrar em seu caminho. Assim, quando o Homem-Espírito se entrega corajosamente ao trabalho de sua regeneração, e que ele desenvolve a atividade das faculdades que estão nele, parece que, dos diversos pontos do horizonte espiritual, ele se reúne sobre sua cabeça como tantas vapores ativas e vivas que vêm estabelecer fontes fecundas e abundantes acima dele. TERCEIRA PARTE. Da Palavra. Então, homem de desejo, espera em paz o fruto de sua oração, você não tardará a sentir o coração de seu Deus penetrar em toda a sua essência e enchê-las de suas dores; e quando você se sentir crucificado pelas próprias angústias desse coração divino, você voltará no tempo, para ali preencher, segundo sua medida e segundo sua missão, o verdadeiro ministério do Homem-Espírito. TERCEIRA PARTE. Da Palavra.

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