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Rolle – Fogo do Amor, vida contemplativa (21)

Richard Rolle — Fogo do Amor (XXI)

Pergunta-se com bastante frequência qual é a mais nobre e meritória, a vida contemplativa ou a vida ativa. Muitas pessoas consideram a vida ativa mais meritória por causa da pregação e das obras às quais ela se dedica. Mas erram por ignorância, porque não conhecem o valor da vida contemplativa.

É certo que muitos ativos são mais perfeitos que muitos contemplativos, mas os melhores dos contemplativos são superiores aos melhores dos ativos.

O que se deve afirmar é que a vida contemplativa, pura e simplesmente, tem mais doçura, nobreza, dignidade que a vida ativa. É também mais meritória no que diz respeito à recompensa essencial, isto é, a alegria que provém do Bem incriado. Com efeito, ela ama a Deus com mais força que a vida ativa. Mas exige mais graça, se se quiser vivê-la perfeitamente.

Se alguém pudesse obter uma e outra vida, mantê-las e vivê-las ambas ao mesmo tempo, estaria com certeza muito elevado em dignidade, pois seria capaz de exercer as obras corporais enquanto saboreia interiormente as melodias celestiais. Ignoro se algum mortal já conseguiu realizar esta conciliação, mas para mim parece impossível que as duas vidas possam ser vividas ao mesmo tempo.

Neste ponto de vista, não se pode contar Cristo entre os homens, nem sua Bem-aventurada Mãe entre as mulheres. Pois Cristo não teve a mobilidade de pensamentos de que padecemos, e sua contemplação não se dava da maneira comum, tal como os santos a praticam nesta vida.

Jamais Ele teve de lutar como temos de fazer, pois desde o primeiro instante de sua concepção Ele via Deus.

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