Jesus Pecado (OTP)
//Orígenes — DOS PRINCÍPIOS (OTP)//
5. Se isso parece difícil a alguém, porque mostramos antes que há em Cristo uma alma racional, e que repetimos muitas vezes em nossas argumentações que a natureza das almas é perfeitamente capaz de receber o bem e o mal, resolveremos essa dificuldade da maneira seguinte. Não se pode duvidar que a natureza dessa alma fosse a de todas as almas, pois não lhe poderíamos chamar alma se não fosse verdadeiramente uma alma. Como, porém, está ao alcance de todos escolher entre o bem e o mal, essa alma, a de Cristo, tão bem escolheu amar a justiça que, em consequência da imensidão do seu amor, aderiu a ela de maneira inconvertível e inseparável, de tal modo que a firmeza dos seus propósitos, a grandeza do seu afeto, e o calor inextinguível do seu amor afastaram qualquer desejo de mudança e de reversão, e assim o que se encontrava na vontade se transformou em natureza em decorrência de longo hábito; tal foi o caso, devemos acreditar, da alma humana e racional de Cristo, que não teve nenhum pensamento nem nenhuma possibilidade de pecado.
