JBMM

A serpente, “tendo sido o animal mais astuto entre todos os animais e tendo roubado a Eva o seu pudor virginal, inspirou-lhe o desejo de um coito bestial (…) O desejo de Eva captou essa propriedade terrena e bestial e imprimiu-a nela como uma mancha na virgindade pura e reta da feminilidade da Mãe. É por isso que Deus amaldiçoou a imagem da serpente exterior e ordenou-lhe que se arrastasse sobre o ventre e comesse terra; e por isso também amaldiçoou o estigma da serpente monstruosa que tinha sido impresso no homem. (…) E Deus disse: “Porei inimizade entre a mulher e a serpente, entre a tua descendência e a sua, e esta descendência esmagará a tua cabeça…” (Gênesis 3, 15) (…) Esmagar essa cabeça não significa outra coisa senão destruir a mancha da serpente, tirar-lhe o poder por um justo desejo de amor e, por meio de uma violenta imaginação de fé no Verbo prometido, agarrar esse Verbo e introduzi-lo no ser da serpente, destruindo assim o covil do saqueador, matando a feminilidade do desejo de prostituição e reintroduzindo a feminilidade no ser virginal, nos objetivos da Aliança.” (Mysterium Magnum, XXIII, 24-32.)