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Ruysbroeck (JRO) – A Alma Vivente

Ao receber o Sacramento, tenham um grande amor afetivo e uma verdadeira satisfação; pois é o corpo e o sangue de Cristo, a vossa própria natureza, que recebem. Em seguida, apliquem a vossa alma racional ao amor que é justiça; pois recebem a alma viva de Nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus méritos e toda a sua glória. Por fim, tenham em seus pensamentos, isto é, em seu espírito, um amor que inflama, pois recebem Cristo, Deus e homem, que pode iluminá-los e transformá-los na unidade divina. Assim, amarão a Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com todo o seu espírito. E este é o primeiro e o mais alto mandamento de Deus, o princípio e o fim de toda a santidade. O LIVRO DAS SETE CLAUSURAS CAPÍTULO III

Quando o Espírito do Senhor toca o coração humilde, derrama nele a sua graça e exige em troca que ele se assemelhe a ele em virtudes e, acima de todas as virtudes, que seja um com ele pelo amor. Dessa exigência, a alma viva e o coração amoroso se alegram, mas não sabem como satisfazê-la e como pagar a dívida que lhes é mostrada e exigida pelo amor. OS SETE DEGRAUS DA ESCADA DO AMOR ESPIRITUAL CAPÍTULO V

A alma amorosa compreende bem, porém, que a honra e a reverência para com Deus constituem a virtude mais nobre, ao mesmo tempo que o caminho mais curto para chegar até Ele. Por isso, prefere a todas as boas obras e a todas as virtudes um exercício constante e sem fim de honra e reverência para com a majestade divina. Essa é uma vida celestial que agrada a Deus; e essa exigência da parte dele, assim como a resposta dada pela alma viva, eleva todas as potências, o coração, o sentimento e tudo o que vive no homem; ao mesmo tempo em que se exaltam todas as forças vitais, as veias se inflam e o sangue ferve sob esse desejo veemente de procurar a glória de Deus. OS SETE DEGRAUS DA ESCADA DO AMOR ESPIRITUAL CAPÍTULO V

Uma segunda forma leva ao gozo de Deus os homens de vida íntima, consumidos pela caridade, segundo a querida vontade de Deus. É própria daqueles que renunciam a si mesmos e se abandonam, que fogem de toda criatura pela qual possam ter apego e amor, toda criatura de Deus que possa ser uma preocupação e um obstáculo nesta vida íntima em que servem a Deus. A partir daí, elevam-se a Deus com um amor afetivo que vem do fundo da alma viva, com o coração elevado acima de todos os céus; e as suas potências são inflamadas por uma caridade ardente, ao mesmo tempo que o seu espírito é elevado à pura inteligência das imagens. OS SETE DEGRAUS DA ESCADA DO AMOR ESPIRITUAL CAPÍTULO XIV

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