JBMM Temos um grande Mistério na Arca de Noé, que o Senhor ordenou construir de tal modo, indicando-lhe a altura, o comprimento e a largura que deveria ter, especificando também três pontos distintos; e igualmente lhe indicou as criaturas que deveriam entrar nela, o que representa um Mistério tão profundo que o homem perverso é indigno de conhecê-lo, e nós, por nossa parte, não podemos revelá-lo por completo: pois há um tempo em que ele deverá se revelar — isto é, o tempo dos lírios, quando o reino de Babel tiver chegado ao fim. No entanto, para dar uma ideia e mostrar ao nosso ramo, que surgirá e crescerá de nosso ser lilial em seu tempo, qual rosa florescerá nessa época lilial, queremos esboçar-lhe este mistério com um sentido oculto, cheio de reservas: “O mistério da Santíssima Trindade; item, os três princípios; item, os três filhos de Noé; item, os três homens que apareceram a Abraão no carvalhal de Manre; item, a visão do grande templo que apareceu a Ezequiel e toda a Apocalipse de São João entram nesta alegoria; assim como o templo de Jerusalém.” Para esclarecer o sentido deste vigésimo quarto parágrafo do texto de Frankenberg, consultem-se os capítulos XXX a XXXIV do Mysterium Magnum, de onde foi extraída a passagem citada nesta nota (XXXII, 10-11). O selo do místico, a pomba etc., figuram numa curiosa gravura cuja reprodução se encontra no tomo IX das Obras Completas de Boehme (Epistolae Theosophicae (JBET), frontispício).»