henri_le_saux:henri-le-saux-contemplacao

Henri le Saux – Contemplação

Saux1991

A vida de oração e contemplação consiste simplesmente em perceber a presença de Deus no fundo do nosso ser, no fundo de todo ser, além de todos os seres, de tudo dentro e fora. (ESED, p. 19.)

Contemplar com os olhos da fé as árvores e as plantas, os frutos, as flores, os pássaros, os animais, tudo isso criado para o serviço do homem em sua ascensão para Deus — não é contemplar o próprio Deus no mistério de sua manifestação? (ESED, p. 49.)

E mesmo, uma vez que o homem é assim feito que, sem uma disciplina precisa, lhe é impossível alcançar qualquer resultado, será bom fixar certos dias ou certas horas em que, livres de qualquer obrigação, mesmo da oração vocal e do louvor litúrgico, nos contentemos simplesmente em ser, com os olhos fixos no interior, os ouvidos atentos ao interior, atentos apenas ao fato de que “Deus é”. (ESED, p. 54.)

A contemplação vale por si mesma. Não precisa de nenhuma justificação externa. Sem dúvida, esses momentos abençoados de silêncio irão irradiar sobre toda a existência; mas essa irradiação nunca deve ser buscada como um fim. (ESED, p. 59.)

Não é tanto de institutos de vida contemplativa que a Índia precisa, mas de contemplativos autênticos, de almas que sentiram o fogo interior e cujo olhar ficou marcado para toda a vida. Essas almas existem, sem dúvida, aqui e ali, muitas vezes desconhecidas do próprio meio em que vivem. (Iniciação à espiritualidade dos Upanishads, p. 55.)

quando o Espírito faz encontrar um contemplativo hindu e um contemplativo cristão, muito cedo eles penetram no coração um do outro, compreendem-se e reencontram-se, cada um já presente no coração do outro. (Intériorité et révélation, p. 111.)

O apelo universal à contemplação não é o apelo ao Caminho do conhecimento, ao jnâna, mas o apelo do homem a essa experiência que transcende todos os caminhos, sendo ao mesmo tempo todos os caminhos e nenhum caminho! (Intériorité et révélation, p. 171.)

a vida ou o caminho da contemplação não tem em vista nada. Por mais paradoxal que pareça, ela exige um desinteresse total. Ela não busca coisas ditas de cima, nem coisas ditas de baixo. A oração não é um meio, é o fim em si mesma. (Intériorité et révélation, p. 174.)

Contemplação é ter ultrapassado a barreira do som: não mais identificar Deus com os produtos do seu pensamento ou da sua afetividade. (5.4.64; A Ascensão ao Fundo do Coração, p. 327.)

/home/mccastro/public_html/cristologia/data/pages/henri_le_saux/henri-le-saux-contemplacao.txt · Last modified: by 127.0.0.1