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Fabre d’Olivet (Tanner) – Gênesis I - A principação
ATFO
- No Princípio, Ælohim, ELE-os-Deuses, o Ser dos seres, criara em princípio o que constitui a existência dos Céus e da Terra.
- Mas a Terra era apenas uma potência contingente de ser dentro de uma potência de ser; a Obscuridade, força astringente e compressiva, envolvia o Abismo, fonte infinita da existência potencial; e o Espírito divino, sopro expansivo e vivificante, exercia ainda sua ação geradora sobre as Águas, imagem da passividade universal das coisas.
- Ora, dissera ELE-os-Deuses: Haja Luz, e a Luz fora.
- E, considerando essa essência luminosa como boa, determinara um meio de separação entre a Luz e a Obscuridade.
- Designando ELE-os-Deuses essa luz, elementização inteligível, sob o nome de Dia, manifestação fenomênica universal, e essa Obscuridade, existência sensível e material, sob o nome de Noite, manifestação negativa e nutação das coisas: e assim fora o ocidente, e assim fora o oriente, o fim e o meio, o termo e o começo, da primeira manifestação fenomênica.
- Declarando em seguida sua vontade, dissera ELE-os-Deuses: Haverá uma expansão etérea no centro das águas, haverá uma força rarefazente operando a divisão de suas faculdades opostas.
- E ELE, o Ser dos seres, fizera essa Expansão etérea; excitara esse movimento de separação entre as faculdades inferiores das águas e suas faculdades superiores; e assim se fizera.
- Designando ELE-os-Deuses essa expansão etérea pelo nome de Céus, as águas exaltadas: e assim fora o ocidente, e assim fora o oriente, o fim e o meio, o termo e o começo, da segunda manifestação fenomênica.
- Disse ainda ELE-os-Deuses: As ondas inferiores e gravitantes dos céus tenderão irresistivelmente juntas para um lugar determinado, único; e a Aridez aparecerá: e assim se fizera.
- E designara a aridez sob o nome de Terra, elemento terminante e final, e o lugar para onde deveriam tender as águas, chamara-o Mares, imensidade aquosa. E, considerando essas coisas, ELE, o Ser dos seres, vira que seriam boas.
- Continuando a declarar sua vontade, dissera ELE-os-Deuses: A Terra fará brotar uma erva vegetante, germinando de um germe inato, uma substância frutífera portando seu fruto próprio, segundo sua espécie, e possuindo em si sua potência seminal: e assim se fizera.
- A Terra fizera brotar de seu seio uma erva vegetante e germinando de um germe inato, segundo sua espécie, uma substância frutífera possuindo em si sua potência seminal segundo a sua: e ELE, o Ser dos seres, considerando essas coisas, vira que seriam boas.
- E assim fora o ocidente, e assim fora o oriente, o fim e o meio, o termo e o começo, da terceira manifestação fenomênica.
- Declarando ainda sua vontade, dissera ELE-os-Deuses: Haverá, na Expansão etérea dos céus, Centros de luz, destinados a operar o movimento de separação entre o dia e a noite, e a servir de sinais futuros, tanto para as divisões temporais quanto para as manifestações fenomênicas universais e para as mutações ontológicas dos seres.
- E serão, esses Centros de luz, como focos sensíveis encarregados de fazer eclodir a Luz inteligível sobre a Terra: e assim se fizera.
- E determinara, ELE, o Ser dos seres, a existência potencial dessa Díade de grandes focos luminosos; destinando o maior à representação do dia, e o menor à da noite; e determinara também a existência das faculdades virtuais do Universo, as estrelas.
- Prepondo-os na expansão etérea dos céus, esses focos sensíveis, para fazer eclodir a luz inteligível sobre a Terra.
- Para representar no dia e na noite, e para operar o movimento de separação entre a luz e a obscuridade: e, considerando essas coisas, ELE, o Ser dos seres, vira que seriam boas.
- E assim fora o ocidente, e assim fora o oriente, o fim e o meio, o termo e o começo, da quarta manifestação fenomênica.
- Em seguida, dissera ELE-os-Deuses: As Águas emitirão em abundância os princípios vermiformes e voláteis de uma alma de Vida, movente sobre a Terra e esvoaçante na expansão etérea dos céus.
- E ELE, o Ser dos seres, criara a existência potencial dessas imensidades corpóreas, legiões de monstros marinhos, e a de toda alma de Vida, animada de um movimento reptiforme, cujas águas emitiam em abundância os princípios, segundo sua espécie, e a de toda ave de asa forte e rápida, segundo sua espécie: e, considerando essas coisas, ELE-os-Deuses, vira que seriam boas.
- Abençoara esses seres e lhes declarara sua vontade, dizendo: Propagai-vos e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; para que a espécie volátil se multiplique sobre a Terra.
- E assim fora o ocidente, e assim fora o oriente, o fim e o meio, o termo e o começo, da quinta manifestação fenomênica.
- E ELE-os-Deuses dissera ainda: A Terra emitirá de seu seio um sopro de vida segundo sua espécie, animado de um movimento progressivo, quadrúpede e reptil. Animalidade terrestre, segundo sua espécie: e assim se fizera.
- Determinara, pois, ELE, o Ser dos seres, a existência potencial dessa Animalidade terrestre, segundo sua espécie, e a do Gênero quadrúpede, segundo sua espécie; e, considerando essas coisas, julgara que seriam boas.
- Continuando então a declarar sua vontade, dissera ELE-os-Deuses: Faremos Adam, o Homem universal, em nossa sombra refletida, seguindo as leis de nossa ação assimilante; para que, potência coletiva, ele detenha universalmente o império e domine ao mesmo tempo no peixe dos mares, na ave dos céus, no quadrúpede, em toda a animalidade e em toda vida reptiforme movente sobre a Terra.
- E ELE, o Ser dos seres, criara a existência potencial de Adam, o Homem universal, em sua sombra refletida; em sua sombra divina o criara; e, potência coletiva, o identificara juntamente macho e fêmea.
- Abençoara sua existência coletiva e lhe declarara coletivamente sua vontade, dizendo: Propagai-vos e multiplicai-vos; enchei a Terra e subjugai-a; detende universalmente o império e dominai no peixe dos mares, na ave dos céus e em toda coisa que goze do movimento vital sobre a Terra.
- E declarara igualmente, ELE-os-Deuses: Eis que vos dei sem exceção toda erva germinando de um germe inato, sobre a face da Terra inteira, assim como toda substância portando seu fruto próprio e possuindo em si sua potência seminal, para vos servir de alimento.
- E a toda animalidade terrestre, e a toda espécie de volátil, de ser reptiforme movente sobre a Terra e possuindo em si o princípio inato de um sopro animado de vida, dei em totalidade a erva verdejante por alimento. E assim se fizera.
- Então, considerando todas essas coisas que fizera em potência, como presentes diante de si, vira, ELE-os-Deuses, que seriam boas segundo sua medida. E assim fora o ocidente, e assim fora o oriente, o fim e o meio, o termo e o começo, da sexta manifestação fenomênica.
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