efrem_o_sirio:efrem-hinos

Efrem Hinos

Efrem — HINOS Contribuição e Tradução de Antonio Carneiro

Hino “Sobre o nascimento de Cristo” «O Senhor veio à ela para fazer-se servo. O verbo veio à ela para calar em seu seio. O raio veio à ela para não fazer ruído. O pastor veio à ela, e nasceu o Cordeiro, que chora docemente. O seio de Maria há alterado os papéis: O que criou todas as coisas as possui, mas na pobreza. O Altíssimo veio à ela (Maria), mas entrou humildemente O resplendor veio à ela, mas com vestido de humildade. Aquele que tudo dá passou fome. Aquele que dá de beber à todos sofreu sede. Aquele que reveste tudo (de beleza) saiu desnudo dela»

(Hino De Nativitate 11, 6-8).

Hino Sobre a Pérola «Coloquei-a (a pérola), meus irmãos, na palma de minha mão a fim de contemplá-la. Observei-a por todos os lados tinha o mesmo aspecto por todas partes. Assim é a busca do Filho, inescrutável, pois toda ela é luz. Em sua limpidez vi ao Límpido, o que não se opaca; em sua pureza, vi um grande símbolo: o corpo de Nosso Senhor, imaculado. Em sua indivisibilidade vi a Verdade, que é indivisível»

(Hino Sobre a Pérola 1, 2-3).

Hino contra Bar-Daisan

São Efrem de Síria (306-373 d.C. aprox.), conhecido como “A Lira do Espírito Santo”, pela beleza e profundidade de suas poesias, preocupou-se em refutar os erros que pouco mais de um século antes o doceta Bar-Daisan (154-222 d.C. aprox.) havia propagado por meio de seus difundidos hinos, tratando de unir seus conhecimentos de ocultismo com o cristianismo, e que seus seguidores, em tempos de Efrem, continuavam expondo.

Há Um Ser, que se conhece a Si mesmo e se vê a Si mesmo. Ele habita em Si mesmo, e desde Si mesmo se desdobra. Glória a seu Nome. Este é um Ser que por sua própria vontade está em todo lugar, que é invisível e visível, manifesto e escondido. Ele está acima e abaixo. Familiar e condescendente por sua graça entre os pequenos; mais sublime e mais exaltado, como convém à sua glória, que os elevados. O veloz não pode exceder sua presteza, nem o lerdo ir más além que sua paciência.

Ele está antes de tudo e depois de tudo, e no meio de tudo. Ele é como o mar, e toda a criação se move em Ele. Como as águas envolvem os peixes em todos seus movimentos, assim o Criador está vestido com todo o criado, com o grande e com o pequeno. E como os peixes estão escondidos na água, assim estão escondidos em Deus a altura e a profundidade, o distante e o perto, e seus habitantes. E como a água se encontra com os peixes aonde quer que vá, assim Deus se encontra com tudo o que caminha. E como a água toca ao peixe em cada volta que faz, assim Deus acompanha e olha a cada homem em todos seus atos. Os homens não podem mover a terra, que é seu carro, assim tampouco ninguém se distancia do Único Justo, que é seu sócio. O Único Bom está unido ao corpo, e é a luz dos olhos. Um homem não é capaz de escapar de sua alma, pois ela está com ele. Nem tampouco tem homem escondido do Bom, pois Ele o envolve. Como a água envolve o peixe e este o sente, assim também todas as naturezas sentem a Deos.

Ele se difunde no ar, e com teu alento ingressa no mais íntimo de ti Ele está unido à luz, e ingressa, quando vês, em teus olhos. Ele está unido ao teu espírito, e te examina desde dentro, para saber quem és. Ele habita em teu espírito, e nada que está em teu coração lhe é oculto. Como a mente precede ao corpo em todo lugar, assim Ele examina tua alma antes que a examines. E como o pensamento precede em muito ao ato, assim seu pensamento conhece de antemão o que planejarás.

Comparado com sua impalpabilidade, tua alma é corpo e teu espírito carne. Ele, que te criou, é alma de tua alma, espírito de teu espírito, distinto de tudo, e está unido a tudo, e manifesto em tudo, um grande prodígio e uma escondida maravilha insondável. Ele é o Ser cuja essência nenhum homem é capaz de explicar. Este é o Poder cuja profundidade é inexpressável. Entre as coisas vistas e entre as coisas escondidas não há nada que se compare a Ele. Este é Aquele que criou e formou do nada tido o que é. Deus disse: Que se faça a luz! Uma coisa criada. fez a escuridão e se fez noite. Observa: uma coisa criada. Fogo nas pedras, água nas rochas: O Ser os criou. Há um Poder que os tirou do nada.

Contempla, também hoje, o fogo não está em um armazém na terra. Olha! É continuamente criado por meio de pedernais. É o Ser quem ordena sua existência por meio de Ele mesmo, que a sustenta. Quando Ele quer acende, quando Ele quer a apaga a maneira de chamar a atenção para o obstinado.

Na grande alameda se acende um fogo pela fricção de uma madeira. A chama devora, se torna forte, e ao final sucumbe. Se fogo e água são seres e não criaturas, então antes que a terra fosse, onde estavam ocultas suas raízes?

Quem quer que vá destruir sua vida, abre sua boca para falar de tudo. Quem quer que se odeia a si mesmo e não se circunscreve em Deus pensa que é uma grande impiedade que alguém se creia um erudito.

E se pensa que há dito a última palavra alcançou o paganismo, Oh Bar Daisan, filho do Rio Daisa, cuja mente é líquida como seu nome!

Fonte: MERCABA

/home/mccastro/public_html/cristologia/data/pages/efrem_o_sirio/efrem-hinos.txt · Last modified: by 127.0.0.1