Eckartshausen (FETC) — ANALOGIA

Eckartshausen retorna frequentemente a essa ideia de um paralelismo rigoroso entre o plano natural e o plano espiritual. O homem deve conhecer a si mesmo e conhecer a imensa natureza; então, nessas duas formas de conhecimento, manifestar-se-á o conhecimento de Deus como em um espelho, « pois existe uma harmonia geral entre o homem, a natureza e Deus ». Reunir esses três elementos significa penetrar no mais profundo do santuário. Ele escreve a Kirchberger que, se o sensível é a marca do espiritual, e o espiritual a marca do divino, é necessário compreender essas diferentes relações como sigillum, sigillans, sigillatum. Ele acrescenta que os sinais primordiais da razão eterna estão presentes na natureza, onde podem ser contemplados sensivelmente; esse é o grande mistério da pneumatologia, desconhecido dos filósofos incapazes de encontrar no sigillatum o que existe sob a forma de energia no sigillum; eles confundem o espelho com a luz e tentam explicar pelas propriedades do espelho aquelas da luz. Eckartshausen declara encontrar no fragmento de Sanchoniaton alguns desses sinais primordiais. Mais tarde, ele ainda escreve a Kirchberger que, se há várias moradas na Casa do Pai, cada uma delas deve corresponder a um caminho particular; todos esses caminhos estão reunidos em um único Reino. No ano seguinte, ele tenta mais uma vez demonstrar a ele como a analogia nos comprova a identidade entre as leis internas e as leis externas. Eckartshausen já havia exposto em seus Esclarecimentos sobre a Magia que as coisas possuem múltiplos aspectos, dos quais apenas alguns são perceptíveis ao nosso nível. Nosso planeta tem ele próprio relações com o Todo; seria um erro isolar a Terra do restante do Universo; ao contrário, é preciso admitir uma ação recíproca. As coisas se diferenciam entre si apenas por sua maneira de ser.