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Amadou (LHREG) – Fabre d’Olivet

LHREG Quanto ao homem, mais frequentemente infeliz do que feliz, foi todo sincero, todo honesto, buscando e ensinando todo dedicado, pesquisador sem fraude ainda que se iludisse muito. A morte de Antoine Fabre d’Olivet foi trágica, e como? Não importa: seus últimos anos o terão apaziguado no entusiasmo. Um labor constante, de frutos enormes, manifesta nele uma vontade e uma potência igualmente admiráveis, a boulimia do curioso, um desejo de compreender onde não consegue se absorver sua necessidade de amor. A obra, em suas diversas espécies, de um gênero único, variado e bastante singular, desorienta quem a ela se obriga; fecunda quem a persegue criticando-a e refletindo sobre ela. Esta última observação se ilustra no caso de sua obra-prima. Por A Língua Hebraica Restituída, ele tenta conhecer o homem e o mundo, suas vicissitudes, a partir das origens, sob o código do Gênesis — na verdade, nas letras que compõem o Sépher Béraeshit. Do Sépher, como ele diz absolutamente, inaugura-se assim uma leitura nova, ao mesmo tempo filológica e esotérica. Ali, o mérito objetivo de Fabre d’Olivet é, a meus olhos, ter aberto o caminho, tanto por si mesmo quanto pelo intermédio parcial de Saint-Yves d’Alveydre, a Auguste-Édouard Chauvet. O autor de Esoterismo do Gênesis, em meados do século XX, presta homenagem expressa e documentada ao autor de A Língua Hebraica Restituída, publicada durante a Restauração. Primeiro, o coloca no primeiro lugar no tempo dos precursores. Depois, alega várias de suas conquistas e erros, que chamarei de linguístico-doutrinais. A amalgamação se impõe, de fato, e até mais do que segundo o próprio Fabre. Às vezes, ele o havia visto ou pressentido, outras vezes ignorado; Chauvet o declara, é seu axioma: a linguística deriva da ideografia dos caracteres hebraicos (e não apenas de seu valor hieroglífico) concorrendo com seu uso alfabético, e a doutrina se conforma à Tradição universal da qual, porém, nem todas as formas são equivalentes, já que ela se aperfeiçoa no cristianismo que o judaísmo preparou; desde então, o dogma cristão ajuda a descobrir as outras formas tradicionais, enquanto seus esoterismos favorecem, por ressonância, a invenção daquele do cristianismo, o esoterismo do Gênesis. Assim, Chauvet supera infinitamente Fabre, e nenhum ancestral ao gênio. Mas Fabre permanece o pioneiro.

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