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O fenômeno que serve como ponto de partida para qualquer análise hermenêutica da mística é o fenômeno-amor, em sua acepção mais geral e indiferenciada, mas duradouramente associado ao fenômeno-morte. A natureza dessa associação e o caráter das ligações entre as diversas formas de amor, compreendidas como diferenciações do Eros primordial, são o que define as distinções entre os sistemas de interpretação. Do ponto de vista da psicologia profunda ortodoxa e clássica, duas hipóteses são fundamentais neste caso:

O impulso original do amor tem um caráter biológico; o Eros místico é um fenômeno secundário, resultado da sublimação do apetite sexual sob a pressão de sistemas de proibição culturais. O instinto de morte é antagônico à libido; ambos têm fontes independentes que determinam o comportamento humano em direções opostas. As fricções, limitações mútuas ou associações entre essas pulsões produzem a diversidade de comportamentos sexuais e sociais, incluindo a produção religiosa. A diversidade de símbolos e mitos religiosos é explicável pela diversidade de situações frustrantes, compensadas por mecanismos de sublimação.