Klimov (1997) – Boehme, sapateiro
Klimov1997 Se eu pegar uma pedra ou um torrão de terra e olhar para ele, posso ver o que está acima e o que está abaixo, Posso até ver o mundo inteiro…
Mysterium Magnum, II, 6. Quod est inferius, est sicut quod est superius. Essa máxima, extraída aqui de A Tábua de Esmeralda 1), nunca deixou de iluminar todos aqueles que, em sua busca pelo absoluto, poderiam ter atribuído a si mesmos essas linhas de Hadewijch: Às vezes humilhado, às vezes exaltado, oculto agora, manifesto logo, para ser um dia preenchido pelo amor, deve-se arriscar muitas aventuras antes de chegar ao ponto onde se saboreia a pura essência do Amor 2). A verdade dessa máxima foi incorporada por um dos mais cativantes aventureiros místicos, o sapateiro Jacob Boehme. Como se seu destino tivesse se espelhado em parte no do patriarca Enoque, que, antes de ser levado e colocado por Deus, sob o nome de Metatron, entre os seres angélicos, tinha sido, segundo os hassidim alemães da Idade Média, também um sapateiro: “Em cada ponto do furador, ele (Enoque) não juntava o couro de cima com o de baixo, mas tudo o que estava em cima com o que estava embaixo …”.
