Se o homem estivesse atento aos seus caminhos, poderia chegar a produzir o mesmo efeito, ou a sair de si de outra maneira; seria quando se sentisse impelido ao falso, de tentar não esquecer que o verdadeiro não deixa por isso de existir; seria de dizer a Deus no fundo de seu ser, que ainda há algo a fazer para a melhora da natureza e da alma humana, e para o avanço da obra divina, da soberana sabedoria. Seria de representar a ele quão urgente é esta obra, de pedir-lhe que o empregasse nela, e de não o deixar ocioso nem abandonado a nenhuma outra obra, que a tarefa em questão não fosse cumprida. O Ministério…: Do Homem. Assim, quando Deus admite um homem ao primeiro lugar no ministério do Homem-Espírito, é para o transformar em um agente penetrante, vivo, e cuja ação seja universal e permanente; pois o caminho de Deus não se manifesta assim para obras indiferentes e passageiras. Assim, todos os universos reunidos não deveriam balancear em nossos olhos o preço de uma semelhante eleição, se tivéssemos a felicidade de que nos fosse oferecida, já que poderíamos então trabalhar utilmente para o alívio da alma humana. O Ministério…: Do Homem. Quando caímos de algum lugar elevado, nossa cabeça gira tão forte durante a queda, que não percebemos nada; é só no momento do choque que o sentimento vivo da dor vem nos penetrar; e muitas vezes permanecemos sem movimento e sem conhecimento. Tal foi a história da alma humana na prevaricação. Ela perdeu de vista a região gloriosa de onde se precipitava por sua queda, e o homem inteiro se encontrou como morto e privado do uso de todas as faculdades de seu ser. O Ministério…: Do Homem. Quando pela tenra efusão do amor supremo, os primeiros tratamentos foram empregados em relação à alma humana, o movimento lhe foi devolvido, e esse movimento a colocou em condições de aproveitar, para sua instrução, do movimento que regia o universo; pois esses dois movimentos deviam ser coordenados. De fato, buscamos diariamente coordenar nosso pensamento com tudo o que age neste universo; e era verdadeiramente um favor particular concedido à alma humana, aquele que lhe fornecia os meios de contemplar ainda a verdade nas imagens deste mundo, depois que ela se banira da morada da realidade. O Ministério…: Do Homem. Ela havia sabido durante sua glória, esta alma humana, que não deveria ter outro Deus senão o Deus supremo; e embora não devesse, de fato, conhecer o complemento dessa glória senão depois que tivesse atingido o complemento de sua obra, no entanto, por pouco que em seu estado primitivo tivesse provado o encanto das maravilhas e das doçuras divinas, não deveria ignorar que nada podia ser comparado ao seu princípio. O Ministério…: Do Homem. No entanto, ela se deixou enternecer pelo poder de um princípio inferior que é este mundo físico universal, onde as estrelas e os astros exercem um emprego tão importante que a alma humana se tornou corporalmente submetida ao seu regime. Mas, embora tivesse caído nesse regime inferior e que estava ligado à sua degradação, a fonte que havia produzido esta alma humana, não quis perdê-la de vista e lhe transmitiu, nesta nova ordem de coisas, o preceito fundamental de sua lei primitiva. O Ministério…: Do Homem. Mas assim que o dia anuncia, a luz desses astros se enfraquece para nós; ela se esvai completamente quando o dia adquiriu seu grau e sua força, e o sol, ao fazer desaparecer, por sua única presença, a vã multiplicidade desses falsos Deuses, parece dizer a todo o universo o que foi dito à alma humana, quando ela saiu de sua gloriosa fonte: Não terás outro Deus diante de mim. O Ministério…: Do Homem. alma humana, tu havias esquecido esta lei superior, quando, em teu estado de esplendor, te deixaste extraviar por um falso atrativo; mas esta lei inextinguível te perseguiu até em teu abismo terrestre, porque o princípio das coisas não pode produzir nada sem imprimir em toda parte os eloquentes caracteres de sua língua divina. O Ministério…: Do Homem. Sim, alma humana, é certamente assim que o amor supremo se conduziu contigo, quando viu que os grandes flagelos da natureza que tu havias provocado por tuas inadvertências, não te haviam tornado mais sábia. Ele se aproximou de ti com todos os traços de um zelo inquieto, e tomando um tom ameaçador, ele te recordou as antigas ordenanças sobre as quais tua origem e o contrato divino estavam fundados; que ele havia pronunciado diante de ti depois de te ter dado a existência; que ele havia feito pronunciar de novo à natureza, depois que tu te havias sujeitado ao seu regime figurativo, e que poderiam a todo momento ressonar em teu ser mais íntimo, já que tu és sempre originariamente o órgão da eterna fonte divina, e já que o que ela pronunciou uma vez não pode mais cessar de se pronunciar sem interrupção e na duração de todas as eternidades. O Ministério…: Do Homem. Independentemente de mil outras lições instrutivas que a natureza é encarregada pelo amor supremo de transmitir todos os dias e fisicamente à alma humana, estamos intimamente convencidos de que cada coisa, para ter apenas um nome entre os homens, deve ter feito sua própria revelação. Assim, as práticas religiosas que se veem universalmente em uso entre os homens, não permitem duvidar que este amor supremo não tenha aberto também neste gênero alguma espécie de via de reabilitação para a alma humana, embora enormes amontoados de entulho se tenham tão acumulado sobre essas fontes restauradoras, que mal podem ser reconhecíveis. O Ministério…: Do Homem. É por isso que distinguimos claramente duas classes de profecias, umas assustando o povo culpado com ameaças, outras anunciando às almas de paz os dias de consolação prometidos à terra. Notamos também o quanto nessa época o objeto das profecias se estende e se aproxima dessa regeneração da alma humana que sempre havia sido o objetivo de todas as manifestações divinas anteriores, mas que se mantivera envolvido nas ordenanças figurativas. O Ministério…: Do Homem. De fato, a efusão do sangue da vítima deve operar em razão do posto e das propriedades dessa vítima; e se o sangue dos animais só podia desatar as cadeias corporais do pecado no homem, já que não têm nada acima do elementar; se o sangue dos profetas desatava as cadeias de seu espírito, deixando-o entrever os raios da estrela de Jacó, a efusão do sangue do reparador devia desatar as cadeias de nossa alma divina, já que esse reparador era ele mesmo o princípio da alma humana, e desvendar suficientemente seus olhos para que ela percebesse a própria fonte onde havia buscado o nascimento, e que ela sentisse que era apenas pela imolação interior e voluntária de tudo o que em nós nada no sangue e está ligado ao sangue, que podíamos satisfazer o desejo e a necessidade essencial que temos de nos reunir à nossa fonte divina. O Ministério…: Do Homem. Só esse princípio divino que, em seguida a essa operação, pôde atrair a alma humana para fora de seus abismos, e identificar-se, por assim dizer, com ela, a fim de lhe fazer provar as delícias de sua verdadeira natureza; só ele que, sendo depositário da chave de Davi, podia de um lado fechar o abismo, e do outro abrir o reino da luz, e devolver ao homem o posto que ele deveria sempre ter ocupado. O Ministério…: Do Homem. Reanimemos, pois, nossa coragem. Se nossa reabilitação espiritual exige, na verdade, todos os nossos cuidados, podemos também considerá-la assegurada, por pouco que nos determinemos a empreendê-la, pois a doença da alma humana, se posso me permitir expressar-me assim, não é senão uma espécie de transpiração estagnada; e a sabedoria suprema não cessa de fazer passar até em nós salutíferos e poderosos sudoríficos que tendem incessantemente a restabelecer a circulação e a ordem em nossos líquidos. O Ministério…: Do Homem. De seu lado, essa envoltura material, tendo sido perpetuamente impregnada dos frutos de sua obra, sofreu quase imperceptivelmente a decomposição diária de suas molas, e se os planos restauradores tivessem sido seguidos, ela teria sofrido comumente sem dor sua própria demolição final. Pode-se, então, conceber algo mais doce do que todas essas progressões que a sabedoria suprema estabeleceu para a reabilitação do homem? Mas se tais são as alegrias que o devotamento ao Ministério do Homem-Espírito nos apresenta, mesmo aqui embaixo, o que esse devotamento não deve, então, prometer à alma humana, quando ela depositou sua mortal despojo? Vemos que aqui embaixo nossos corpos são destinados a gozar de todas as suas faculdades, e a se comunicar entre si. Quando não gozam de nenhuma de suas faculdades, não se comunicam nada, como se vê para as crianças da primeira idade. O Ministério…: Do Homem. Sem dúvida, este simples quadro poderia ser suficiente para inflamar tua coragem, e para excitar teu devotamento; pois qual móvel mais belo do que aquele que leva o homem a trabalhar para fazer a alma humana sabatizar? Mas este móvel se tornará muito mais premente e mais ativo, quando pensares que tua obra não se limita à posteridade inteira, passada, presente e futura, do primeiro homem, e que ela pode se estender até este primeiro homem mesmo, pelas relações que esta posteridade conserva com ele; pois ele sofreu tanto pelo contato da atmosfera desarmonizada que habitamos, que não teria podido suportar o choque até o presente, se a mão suprema não tivesse temperado os primeiros ataques. O Ministério…: Do Homem. Será, além disso, para o interesse da triste morada dos homens. Pois aqui embaixo quando Deus não encontra alma humana onde possa se colocar e pela qual possa agir, é então que as desordens se engendram e se sucedem na terra de uma maneira dilacerante para aqueles que amam o bem, e isso mostra que o crime do primeiro homem foi de se ter tornado vazio de Deus, para seguir apenas seu próprio espírito tenebroso. Mas esses abusos a que sua posteridade se entrega, fazem com que se o espírito do homem se inclina assim todo para um lado, a força divina se inclina do outro por sua vez inteira, e que por seu grande peso ela se faz perceber no fim em algumas almas humanas de onde ela se estende em seguida para fora para conter o excesso do mal e deter as desordens; sem isso, o universo já estaria derrubado. O Ministério…: Do Homem.