Saint-Martin (SMTN, VII) – matéria

SMTN

Mas, sem discutir as diferentes opiniões que reinaram sobre este objeto, podemos crer que o crime do homem foi o de ter abusado do conhecimento que tinha da união do princípio do Universo com o Universo. Não podemos duvidar, inclusive, que a privação desse conhecimento seja a verdadeira pena de seu crime; já que todos nós sofremos essa punição irrevogável, pela ignorância em que estamos sobre os laços que prendem nosso Ser intelectual à matéria. SMTN: VI

“Que o homem inteligente medite aqui sobre as leis do Astro lunar, que nos representam, sob mil faces, nossa privação; que examine por que esse Astro só nos é visível durante seus dias de matéria; e por que o perdemos de vista no vigésimo oitavo dia de seu curso, embora ele nasça igualmente em nosso horizonte.” SMTN: VI

De resto, como as verdades fixas e reais que o homem pode alcançar na morte, pertencem à ordem intelectual, que é a única verdadeira: não é de admirar que, enquanto estamos sepultados em nossa matéria, que é relativa e aparente, nem sempre percebamos esses trabalhos de outros homens, já separados de seus corpos, embora a única luz da inteligência nos demonstre evidentemente a necessidade; e o mesmo exemplo do viajante pode ainda nos servir de indício sobre este objeto, pois aqueles que permanecem ao pé da montanha o perdem de vista, quando ele atinge certa altura, e não podem, entretanto, formar nenhuma dúvida sobre sua elevação e sobre sua existência, embora seus olhos corporais não o possam mais seguir em sua caminhada. SMTN: VI