Jerônimo — Comentário a Mateus Obras de San Jerónimo, II, Comentario a Mateo y otros escritos, Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), Madrid, 2002, 769 p., edición bilingüe promovida por la Orden de San Jerónimo, introducciones, traducción y notas de Virgílio Bejarano.
Tradução de Antonio Carneiro do Comentário à Mateus, Livro III (16, 13 — 22, 40), página 247
(44) Sobre uma ovelha perdida e …
Que os parece? Se alguém tem cem ovelhas e se lhe extravia uma delas, não deixa nos montes as noventa e nove e vai em busca da extraviada ? (18,12). Consequentemente chama a clemência quem a havia anteposto dizendo: Mirai que não desprezeis a um desses pequeninos (18,10), e ato seguido acrescenta a parábola das noventa e nove ovelhas deixadas nos montes e uma só extraviada a qual o bom pastor, porque por sua extrema debilidade não podia andar, a devolve de seus ombros ao resto do rebanho. Alguns (Hilario) pensam que este pastor é “o que, ainda que acreditasse que estando na forma de Deus não considerou ser rapina1) que Ele fosse igual a Deus, mas se despojou recebendo a forma do servo, fazendo-se obediente ao Pai até a morte e morte na cruz.” (Flp 2, 6-8), e por isso desceu a terra para salvar a uma só ovelha que havia perecido, isto é, ao gênero humano. Mas outros (Dídimo o Cego) creem que nas noventa e nove ovelhas se entende o número dos justos e na única ovelha o dos pecadores, segundo o que se disse em outro lugar: “Não vim para chamar os justos, mas sim os pecadores, pois os sãos não tem necessidade de médicos, mas sim os que estão maus” (Mc 2,17). Esta parábola está escrita no evangelho segundo Lucas com outras duas parábolas a das dez dracmas e a dos filhos (Lc 15, 8-32).
NOTAS