Pois se tivesse nascido magicamente, à maneira divina, não teria estado num estado natural neste mundo, pois a substancialidade celeste teria que ter engolido a fonte terrena; Ele não teria, pois, sido semelhante a nós. Como, então, teria querido sofrer a morte, entrar na morte e quebrá-la? — Mas não é assim: Ele é verdadeiramente a semente da mulher e entrou neste mundo pelo caminho natural, como todos os homens; mas saiu dele segundo o caminho divino, no poder e na substancialidade divinos, pela morte. Foi Sua substancialidade divina, viva, que resistiu na morte, que dela zombou e a quebrou, e introduziu, pela morte, a humanidade ferida, meio morta, na vida eterna. Pois a parte terrena, vinda de Maria, Sua mãe, que Ele tomou para Si, isto é, admitiu em Seu ser divino, morreu, na cruz, para a fonte terrena. — A alma se encontrou assim na substancialidade divina e entrou, como um príncipe vitorioso, no inferno de Satanás, isto é, na ira de Deus, e a extinguiu pelo amor e a doçura divina da substancialidade do amor divino. O fogo do amor penetrou o fogo da ira e afogou a ira na qual Satanás queria ser deus; assim o diabo foi feito cativo com as trevas e perdeu seu domínio, pois o aguilhão ou a espada do querubim ou anjo da morte, foi aqui quebrada. Foi para isso que Deus se tornou homem, para que nos introduzisse da morte na vida eterna e extinguisse, por Seu amor, a ira que queimava em nós.