Boehme (JBEG) – Da Eleição e da Graça

JBEG

Jacob Boehme nos oferece uma solução interessante e criteriosa para essas antinomias. Mas ele a expressa de uma forma bastante dolorosa. Por outro lado, quando você o lê, precisa esquecer a maneira teológica de pensar. Nosso sapateiro não é um filósofo nem um metafísico. É um vidente. Vê, não os seres, as entidades vivas que a metafísica concebe como pensamentos: vê os ambientes, os estados nos quais essas entidades evoluem. Enquanto o teólogo discerne um processo psicológico e mental, Boehme vê forças em movimento; um místico vê seres vivos: anjos, demônios, espíritos humanos.

Boehme se expressa como um físico do invisível; fenômenos naturais, estados mentais, leis naturais ou divinas, tudo é para ele um sistema de ondas que vibram em ritmos alternadamente discordantes e concordantes, dependendo se um germe volitivo perdido no meio desses redemoinhos os inclina em uma direção ou outra. (Sédir)