Jesus disse: Aquele que está próximo de mim está próximo do fogo, e o que está longe de mim está longe do reino.
82. Jésus a dit : Celui qui est près de moi est près du feu, et celui qui est loin de moi est loin du Royaume.
1 Jésus a dit : 2 celui qui est près de moi est près de la flamme, 3 et celui qui est loin de moi est loin du Royaume.
82 (1) Jesus said, “Whoever is near me is near the fire, (2) and whoever is far from me is far from the kingdom.” . I am the fire that blazes. Whoever is is near the fire; whoever is far from me is far from life” (Berlin 22220 107, 39–48).]
mt.3.11 εγω μεν βαπτιζω υμας εν υδατι εις μετανοιαν ο δε οπισω μου ερχομενος ισχυροτερος μου εστιν ου ουκ ειμι ικανος τα υποδηματα βαστασαι αυτος υμας βαπτισει εν πνευματι αγιω και πυρι (Mt 3,11; )
mk.9.48 οπου ο σκωληξ αυτων ου τελευτα και το πυρ ου σβεννυται
mk.9.49 πας γαρ πυρι αλισθησεται και πασα θυσια αλι αλισθησεται (Mc 9,48-49)
lk.12.49 πυρ ηλθον βαλειν εις την γην και τι θελω ει ηδη ανηφθη (Lc 12,49; Fogo sobre a terra)
É importante a diferença que aponta Jesus no logion: de longe, Cristo é o Reino; de perto, é o fogo.
Cristo, o Cristo oculto, não se afasta nem se aproxima porque ele é o Eu Sou, eterno, absoluto, de cada um; no entanto, Cristo está longe para os que não creem e não o descobrem e próximo, muito próximo, para os que já o creem.
Segundo esta maneira de ver, quando Cristo está longe é contemplado como o Reino, e o Reino é então um lugar e sua aparência, inacessível. Cristo fez sua morada “entre (em) nós”, mas enquanto rei e fundador do Reino, Cristo “é de Alto” e a tenda em que mora “é de Baixo”; por isto está longe.
Quando Cristo está próximo é porque alguém acendeu uma chama para queimar a palha que sempre é de baixo. Este é o começo da aproximação, da presença, de Cristo, pois está dito: “A voz do Senhor lança labaredas de fogo” (Sl 29:7).
Ninguém deve se estranhar então do incêndio que acendeu no meio dele, pois Cristo disse que havia vindo lançar um fogo sobre a terra. Seu cumprimento consiste em dissolver os céus em chamas e fundir os elementos abrasados para acelerar sua Vinda (Vinda do Filho do Homem (Mc 13,1-37); Mt 24,1-51; Lc 17,20-25)).
Assim baixa o fogo desde o céu à terra e o Reino que está longe se converte em chama que está próxima; uma chama de fogo, em meio da qual se revela Cristo.
“Nosso Deus é um fogo devorador”. Quem se incendeia nesse fogo que está próximo, consegue habitar no fogo e consumir-se nele.
Então é conhecida a revelação de Cristo que está no meio da chama. É conhecido como é, como o verdadeiro Eu Sou, absoluto e eterno.
Têm sua “consagração sobre sua cabeça”, explicava a citada passagem de Números a propósito dos Nazarenos. Porém, o que há sob o osso, sob o aro esplêndido de Kether? O “princípio” e além disso um “canto de fogo”: shaar, “melodia”, “cântico”, de esh, “fogo”, já que na palavra rosh, “cabeça”, cabem precisamente estas duas palavras. E não nos diz João Batista que “ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”? No conhecido logion 82 do Evangelho de Tomé, ouvimos Jesus dizer: “Quem está perto de mim está perto do fogo, e quem está longe de mim está longe do reino”. O reino do fogo é, então, o reino do princípio cósmico. Porém, o fogo queima, é perigoso, como o vinho. Somente aquele que o amestra, o sublima, pode ser purificado por suas chamas e por sua vez purificar os outros. Nesse sentido, Jesus não faz mais do que reativar, por intermédio de sua memória pré-natal, a Lei do Fogo que havia levado Moisés aos hebreus. A Lei que existe em cada “homem”, ish, onde há “fogo”, esh. Os que entram em contato com o esplendor zohárico, os nazarenos, devem por isso cuidar do recipiente, da lâmpada de seus próprios corpos sob pena de queimar-se antes do tempo ou queimar aos demais ao invés de iluminá-los.