Antonio Orbe — Cristologia Capítulo 2.— Cristo em profecia Ao conhecimento do Cristo pelo de sua pré-existência nos séculos anteriores ao mundo, se adiciona outro vulgarmente mais óbvio: o das profecias do AT. A priori é de presumir que os vaticínios tenham adiantado muitas notícias sobre os mistérios da vida terrena do Cristo.
Tal presunção, no entanto, pode não ser justa ou requer dados ulteriores para sua aplicação particular. Nem todos admitiram o valor dos vaticínios, como nem todos ensinaram a inspiração única, homogênea de ambos Testamentos.
Não são consideradas as doutrinas meramente hebraicas. Segundo Orígenes, Hipólito e outros, os saduceus prescindiam dos profetas — em oposição à Lei — por não crê-los inspirados. Faziam valer somente o Pentateuco, em sentido estritamente canônico.
A tendência se acusa no escrito fundamental das pseudo-clementinas; sobretudo por sua atitude frente à profecia feminina. “As vozes polysemoi, dos profetas (Ep Petri 1,4) denunciam influxo variado e dão lugar a possíveis contradições.
Dentro da primeira literatura cristã, nem todos ensinaram a inspiração única, homogênea, de ambos Testamentos. Eis aqui as atitudes fundamentais na teologia do século II: a) a eclesiástica; b) a marcionita; c) a gnóstica (na maior e melhor parte dos documentos hoje conhecidos.