====== Saint-Martin (SMTN, XI) – Ser ====== Se quisermos uma prova ainda mais completa da relação dos signos sensíveis com os nossos pensamentos, a tiraremos do estado atual do nosso **Ser**, e da lei violenta que o //subjuga//. Pois, se é //evidente// que não podemos receber nada no intelectual senão pelo sensível, e que, no entanto, não duvidamos que o intelectual do homem tenha recebido, como recebe todos os dias, pensamentos, //resulta// que esses pensamentos tomaram uma modificação sensível, antes de chegar até ele; //resulta//, em suma, que essa //modificação// ou esse signo sensível existe //invisivelmente// ao nosso redor, perto de nós, assim como a //fonte dos pensamentos//; e que, se em vez dos pensamentos //secundários// que recebemos dos homens, nos //elevássemos// até os pensamentos vivos e primitivos, //hauridos// em sua //própria// fonte, eles seriam //necessariamente// precedidos dos signos análogos e vivos que lhes pertencem, como os //signos grosseiros// e //convencionais//, tais como a //escrita// e a //palavra//, precedem para nós os pensamentos que os homens nos comunicam. Quadro natural...: XI De acordo com esses princípios, assim como a criança que começa a crescer, começa também a //perceber//, embora //obscuramente//, os objetos que a //cercam//; da mesma forma, aquele que pelos primeiros progressos de suas faculdades intelectuais, estaria em estado de começar a //receber// pensamentos, poderia //perceber// de maneira //incerta//, os signos que os //representam//; mas esses pensamentos e esses signos se //aperfeiçoando// //proporcionalmente// com a idade, como suas faculdades físicas, o //crescimento natural// de seu **Ser** intelectual, o //conduziria// ao ponto de ser //favorecido// de pensamentos //vivos//, //justos//, //extensos//, e de receber também o signo análogo; isto é, um signo completo de regularidade, com traços tão //perfeitos// e tão //acabados// que ele o tomaria por um homem //realizado//, por um Agente //superior//, por um Ministro da Divindade; como o homem ao sair da infância //reconhece// //visivelmente// como homens, os agentes sensíveis que //aliviaram// suas primeiras //necessidades//, e aqueles de quem ele tem a //existência// e a //vida//. Quadro natural...: XI Mas se o homem //representa// todos os dias a mesma verdade sob //imagens// e //quadros// //variados//, não seria //de se estranhar// que os diversos homens escolhidos para servir de Colunas ao Edifício, tivessem recebido o conhecimento dos //grandes// fatos e das //grandes// verdades por //signos diferentes//, e sob //relações// que não //oferecessem// todos os mesmos caracteres, como vemos que as Línguas só se //multiplicaram// e //diversificaram// porque cada Povo considerou o mesmo **Ser** sob uma //face// e uma1 //acepção particular//. Quadro natural...: XI É por isso que, entre os //antigos Povos//, as tradições falam de uma //idade de ouro//; de //Gigantes//; de //Titãs//; da //usurpação do fogo celeste// e do //trono da Divindade//; da //cólera do pai dos Deuses// contra os //prevaricadores//; dos diversos //padecimentos//2 que estes //experimentam// na Terra e nas diferentes Regiões do Universo; das //virtudes// //espalhadas// sobre os //mortais pios// e //fiéis//, a quem as Divindades mesmas concedem seus //favores//; e da //esperança// que elas os //admitirão// a //felicidades// ainda maiores, se //observarem// a lei de seu Princípio, e que //saibam// //respeitar// seu **Ser**. Quadro natural...: XI Embora os Sábios instruídos pelas //virtudes superiores//, e os Discípulos instruídos pelos Sábios, tenham obtido //essencialmente// os mesmos conhecimentos e os mesmos resultados, eles não receberam, no entanto, cada um as grandes luzes e os grandes traços da História universal do homem, senão sob os signos e os quadros que lhes eram particularmente //análogos//; porque, se é //verdade// que todos os homens têm o mesmo **Ser** quanto à //essência//,3 é também //certo// que há entre eles uma variedade universal de dons, de //faculdades//, de //maneira de apreender os objetos//; e a Sabedoria, ao enviar //fisicamente// aos homens seus //presentes//, //adapta-se// sempre a essas diferenças. Esses Sábios e esses Discípulos, ao comunicar as mesmas coisas, tê-lo-ão feito cada um apenas //em conformidade// com a ideia que seus //dons particulares// lhes permitiam tomar delas. Quadro natural...: XI Mas todos esses erros anunciam igualmente a ideia e o conhecimento de um **Ser** soberano; pois se a ideia de um Deus não fosse //análoga// à nossa Natureza, nunca nem os objetos de nossas afecções //sensíveis// nem a própria //instrução// dos Agentes //superiores// a teriam feito //nascer//, nem no espírito dos //instituidores//, nem no dos outros homens. Do mesmo modo, se um homem nunca tivesse conhecido //sensivelmente// nenhum objeto //superior// e //digno// de suas //homenagens//, ele não teria podido //engendrar// a Idolatria soberana criminosa, já que, para ser verdadeiramente //Idólatra//, não somente é preciso começar por conhecer um Princípio divino, mas ainda é preciso tê-lo conhecido de maneira a não poder //ignorar// que lhe é devido um //culto puro// e //legítimo//. Quadro natural...: XI Assim, quando nos //enchemos// de //admiração// pelas beleza naturais, de //veneração// por //heróis//, de //ternura// por um //amigo//, ainda estamos //longe// da Idolatria, e nunca //atribuiríamos// a nenhum **Ser** //inferior//, nem os nomes, nem os títulos que pertencem à Divindade, se a ideia da perfeição suprema não tivesse sido //anteriormente desenvolvida// em nós, seja em natureza, seja pelo //exemplo// e pela //instrução// mesmo //alterada// de nossos //educadores// e daqueles que nos //rodeiam//. Quadro natural...: XI E mesmo, quando nos //esquecemos// a ponto de //divinizar// homens ou objetos //puramente terrestres//, não são eles que //elevamos// realmente à qualidade de Deus, eles são //demasiado fracos// e //demasiado enfermos// para nos //induzir// a uma //verdadeira// idolatria, mas é a majestade do nosso **Ser** que fazemos //descer// do ponto de //elevação// onde o exemplo e a instrução a haviam //levado//, e que //deixamos// //repousar// sobre objetos //inferiores//; é este **Ser** que sabendo que está //destinado// a //prestar homenagem// e a //contemplar// a Divindade suprema, //rebaixa-se// para os Seres que estão //abaixo// dela, e os toma como o //termo// de sua //adoração//. Quadro natural...: XI Aqueles que //adoraram// o Sol, e aqueles que //gostariam// de //anunciar// o //culto// como o mais //natural// porque o objeto está mais //próximo// de nós, não //destroem// o princípio que exponho. Os Povos que exerceram o //culto do Sol// só //chegaram// a essa //idolatria//4 por uma //alteração// de um culto mais //sublime//; e basta para se //convencer// disso //confrontar// sua //antiguidade// com a dos Povos que //adoraram// o **Ser** //invisível//. As tradições Chinesas //anunciam// um //culto puro// e //esclarecido// nessa Nação, //muito antes// do //estabelecimento// do //culto do Sol// em qualquer outra Nação da terra. Quadro natural...: XI Quanto àqueles que pretendem justificar essa idolatria material, eles //fecham os olhos// para a natureza do homem, não veem sequer que um semelhante culto não pode //satisfazê-lo// por muito tempo; porque o homem, sendo um **Ser** //ativo//, //precisa// orar, //concorrer// para a obra que deseja operar, e que o Sol //cumpre// //regularmente// suas funções para conosco, sem que //ajamos//, e sem que seja //necessário// que lhe //dirijamos// preces: porque o homem é //destinado// por sua origem a //exercer// uma função sagrada, que o coloca em //correspondência// com seu Princípio; enfim, porque o homem, assim como todos os Seres, só pode //comprazer-se// com Seres nos quais //reconheça// sua //semelhança//, e que o Sol, por mais //majestoso// que seja, não tem uma //verdadeira// similitude com o homem. Quadro natural...: XI