====== Saint-Martin (SMNH) – ato do espírito ====== Não, Senhor, não é permitido ao homem possuir aqui abaixo todos os bens que seu pensamento lhe faz vislumbrar. Dignas-te não lhe negar a esperança, para que não desanime; mas a justiça ainda não lhe pode conceder o gozo pleno, ele não o suportaria. Oh! Quão bela será aos nossos olhos a realidade do mundo futuro, se a ilusão deste mundo atual, passageiro e aparente, é tão imponente e magnífica! Na região da vida, o **ato do espírito** é perpétuo. O homem regenerado ali passeia seu olhar sem interrupção sobre os seres vivos e puros, cuja visão o santifica. Todos esses movimentos sucessivamente o impressionam, e não lhe deixam uma faculdade que não esteja preenchida. Quando será o tempo precipitado e não roubará mais ao homem o gozo e os direitos de seu ser? Durante o tempo só podemos buscar penosamente a sabedoria e a verdade. Acima do tempo, possuímo-las. Abaixo do tempo, vomitam-se injúrias contra elas. Regiões santas, essas maldições jamais prevalecerão contra vós. O sangue da terra não subirá mais acima de sua cabeça; o Eterno o prostrou pela voz de seu triplo trovão, e o fez retornar a seus canais. Ligou os céus à terra, semeando na alma de seus eleitos o germe do espírito de verdade. Ligou a terra aos céus, fazendo frutificar na alma desses mesmos eleitos esse germe divino. L’Homme de désir: 16 É por esse duplo poder que os profetas cumpriram sobre o povo Hebreu o **ato do espírito** que os enviava. Esse ato realizado, as profecias cessaram entre os Hebreus, porque a morada mista que habitamos submete a própria ação do espírito a intervalos e operações parciais, embora não haja tempo para o espírito: assim, após o cativeiro da Babilônia que confirmara e realizara as ameaças dos profetas, a obra desses profetas parece terminada, e eles não derramam senão alguns clarões, que mesmo se limitam a apressar a construção do segundo templo, e o povo é deixado a si mesmo para lhe dar tempo de reconhecer a justiça dos caminhos rigorosos pelos quais acabara de passar. Le Ministère…: De l’Homme. Devemo-lo além disso continuamente, para nos conformarmos ao espírito que se estabeleceu em nós, porque o **ato do espírito** não deve se interromper, mas sempre crescer. Le Ministère…: De l’Homme.