====== Valentino e a Páscoa ====== //DE CONICK, A. D.; SHAW, G.; TURNER, J. D. (EDS.). Practicing Gnosis: ritual, magic, theurgy, and liturgy in Nag Hammadi, Manichaean and other ancient literature: essays in honor of Birger A. Pearson. Leiden ; Boston: Brill, 2013.// a observância de feriados anuais como a Páscoa provavelmente não despertava muito interesse nos valentinianos. A paixão de Cristo, celebrada na Páscoa, era, de qualquer forma, menos importante para eles do que sua encarnação, na qual ele desceu ao mundo como Salvador, e seu batismo, pelo qual foi redimido. Se os valentinianos fossem observar um feriado anual, o Natal seria um candidato mais provável do que a Páscoa. No contexto do cristianismo do segundo século, entretanto, o único candidato provável para uma celebração anual da vinda do Salvador ao mundo seria o aniversário do batismo de Jesus, que ocorre em 6 de janeiro, data da Epifania. Basilides e seus seguidores de fato celebravam o batismo de Jesus neste dia, segundo Clemente de Alexandria, mas Clemente, que frequentemente menciona Valentino junto com Basilides, não tem nada a dizer sobre os valentinianos neste contexto. Os valentinianos acreditavam que Jesus foi redimido em seu batismo por aquilo que veio sobre ele do alto. Este evento estabeleceu o modelo para o ritual de apolytrosis dos valentinianos. No entanto, apesar de toda a importância que os valentinianos atribuíam ao batismo de Jesus, não estamos em posição de dizer que esse evento era uma ocasião de celebração anual pelos valentinianos.