CRISTOLOGIA

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====== Páscoa Eucaristia ======

PÁSCOA — RITOS

VIDE: TRANSUBSTANCIAÇÃO
Eucaristia

Já preparados para a «mesa do Senhor», os recém-batizados entram na grande basílica onde só ficaram os fiéis. Cada um daqueles, como «recém-nascido» de uma grande família, é recebido nela com manifestações de alegria. Já ao sair da piscina o abraçara o bispo. Agora cercam-nos os fiéis: Deo gratias! Graças a Deus! Todos lhe dão os parabéns, citam-se em voz alta as palavras do apóstolo: «Éreis antes trevas, agora sois luz no Senhor».

Depois ajuntam-se todos à volta do altar e, pela primeira vez, vão os «Recém-nascidos» (infantes) assistir à eucaristia que só por obscuras alusões conheciam. A cerimônia da noite foi carregada demais, de modo que não será alongada com nova pregação. Na manhã de Páscoa, durante a segunda oblação, é que o bispo irá comentar os ritos.

Veem, pois, sobre o altar as oblatas: pães e um cálice. Escutam as orações, ouvem, sem ainda saber as respostas, o diálogo: Dominus vobiscum. Sursum com. Habemus ad dominum. Gratias agamus domino deo nostro. Dignum et justum est. Rezam pela primeira vez o Pai Nosso, que há oito dias receberam e recitaram na véspera. Batem no peito ao Dimitte nobis, trocam com os outros o ósculo de paz, seguem os fiéis que, enquanto vão receber a eucaristia, cantam um salmo, estendem por sua vez para o bispo ambas as mãos juntas: Corpus Christi. Amen, bebem do cálice apresentado pelo diácono. E temos a iniciação acabada.

Na sua passagem da morte à vida, na sua Páscoa, o Filho único decidiu adotá-los e tomou-os por irmãos. É o que lhes há de dizer o bispo, dentro de algumas horas, durante a pregação da manhã.

Abade Gilbert Zufferey

O Corpo Eucarístico do Cristo aparece quando de um rito. Este rito, a Eucaristia, põe o cristão em comunhão com o Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem; ele conduz, em princípio, à Orgiem. ë uma repetição do que se fez no começo intemporal (In illo tempore). O Cristo como Novo Adão, e a Cruz como Árvore da Vida nos recolocam no Éden, no tempo em que o Homem vivia não corrompido, participava da Harmonia perfeita entre todos os graus do criado e do incriado. E o Prólogo de São João, que é de algum modo uma nova descrição do Ato criador, começa por estas palavras: “In principio erat Verbum”. O Cristo é o Verbo. Ora, na Eucaristia, o Cristo está realmente presente. Que comunga assimila esta Presença do Verbo, ou melhor a Presença absorve o comungante e o conduz assim ao Princípio onde o Verbo reside.

Um rito verdadeiro transmite portanto ao homem realidades de ordem espiritual. Para o fazer com eficacidade, utiliza suportes, um conjunto coerente de signos, gestos simbólicos, palavras obrigatórias, orações. No rito eucarístico, o pão e o vinho servem de “suportes” ao Corpo e ao Sangue de Jesus Cristo, à “Presença real”; os atos de comer e de beber são os sinais muito concretos nos dizendo que se trata de nos alimentar desta Presença divina, de assimilar Deus por assim dizer, a fim de que nossa visão não seja mais senão espiritual, a fim de que Deus nos penetre integralmente. “Neste dia, compreendereis que estou em meu Pai, e estais em mim e eu em vós” (Jo 14,20).

Raimon Panikkar

"Se encontrares o Cristo, coma-o!" Isto é a eucaristia.

Não te contentes de ter o Cristo diante de ti, mas assimila-o, coma-o.