Diádoco de Photiki — Excertos da Philokalia
Discurso ascético dividido em cem capítulos práticos sobre o conhecimento e o discernimento espiritual.
#Irmãos, que a fé (pistis), a esperança (elpi), o amor (agape), mas sobretudo o amor, guiem toda contemplação espiritual (theoria).
#Por natureza só Deus é bom. Mas o homem também se torna bom pelo cuidado que toma de sua conduta, sobre a via do verdadeiro bem (agathon), se transformando naquilo que não é, quando a alma, pela preocupação do bem, se une a Deus tanto quanto querem suas faculdades que pões em obra.
#O mal não é natural, e ninguém também não é má por natureza. Pois Deus nada fez de mau. Mas quando, no desejo do coração, toma forma aquilo que não é realidade, então começa a ser aquilo que queria aquele que fez aquilo.
#Todos os homens, somos à imagem de Deus (eikon). Mas ser à semelhança (homoiosis) é próprio somente àqueles que, por muito amor, escravizaram a Deus sua liberdade.
#Livre arbítrio é o poder de uma alma deiforme (theosis) em dirigir a si mesma pela escolha deliberada em direção ao que decide. É preciso garantir que nossa alma dirige a si mesma deliberadamente apenas em direção ao que é bom (agathon), de modo que sempre se consuma nossa lembrança do mal (kakia) com os pensamentos (logismos) bons.
#A luz do verdadeiro conhecimento (gnosis) é o poder de discriminar (diakrisis) sem erro entre o bem (agathon) e o mal (kakia). Então o caminho da retidão conduz o intelecto (nous) para o alto na direção do Sol da Retidão e o leva para a iluminação sem limites do conhecimento espiritual (gnosis), de modo que daí em diante ele crescerá mais e mais confiante em sua demanda pelo amor (agape). Como o poder irascível (epithymetikon) livre da cólera (orge) devemos agarrar a retidão das mão daqueles que ousam ultrajá-la, pois a aspiração pela santidade triunfa não pelo ódio aos outros, mas por convencê-los de suas faltas.