CRISMA,
Roberto Pla: Evangelho de Tomé – Logion 2
A unção sagrada com o óleo significa, enquanto à realização espiritual do homem, o pôr em marcha da ação de descida na consciência da sabedoria própria do filho, idêntica a das línguas de fogo que segundo os Atos apareceram aos apóstolos reunidos para celebração da páscoa de Pentecostes (Atos 2,1). Jesus lhes havia pedido que aguardassem a Promessa do Pai, pois lhes disse: “João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo”. Chegado, com efeito, o dia de Pentecostes, “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.” (Atos 2:1-4)
Por céu há que entender o Alto, não enquanto lugar, mas como referência a mais pura e elevada consciência, a do Filho no homem. Vento significa também, o espírito e sopro, e é neste último sentido de alento espiritual, ou de percepção de sabedoria como se deve entender a inspiração ou aparição repentina de “um vento impetuoso que preenchia toda a casa”. Essa, a casa, como se dissesse sob o teto, na tenda, na morada, é o interior da consciência, como na frase do centurião: “Senhor, não sou digno de que entres sob meu teto”.