SERMÃO DA MONTANHA — CONCILIAR (Mt 5,23-26)
EVANGELHO DE JESUS: Mt V,23-26
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
COMENTÁRIO:
Tudo que é dito no Evangelho faz muito mais sentido que a literalidade de suas palavras. Que oferta)), dádiva,1 com este outro, de fato irmão. Só então a doação se faz na plenitude da Trindade, na ananda de sat e chit, na felicidade de ser e consciência.
O adversário é o mim mesmo que se opõe ao si mesmo, mas cuja fonte, una e única de ambos, permite a conciliação, a ação da força neutralizante, enquanto a caminho de Deus. Caso contrário, e aí não se entenda como ameça ou castigo, serás lançado, pois já estarás na prisão do ((ego, projetando e pagando e penando sua submissão equivocada ao que não és.
PHILOKALIA
Isaías o Solitário: GUARDA DO INTELCTO
sacrifício, estarias apresentando, presentando, no altar interior? Apenas é possível apresentar de fato, o que se é, o SOU, no altar, centro do templo de Deus, este, por sua vez, minha presença. No que SOU lembro de meu irmão, do que também se apresenta nesta mesma presença interiormente, e assim se refletindo por projeção exteriormente no corpo de um outro, que em si é um mesmo, originário da mesma fonte. Qualquer oposição entre SOU e outro, qualquer coisa que se imagine contra ou entre o que é o mesmo, a Filiação, não permite a perfeita doação de SER. É preciso deixar-ser, “deixar ali diante do altar a tua oferta”, e buscar a conciliação, a ação do princípio de conciliação ↩