Categoria: Jacob Boehme

  • Klimov (1997) – Boehme, citado por Scholem

    Klimov1997 G. G. Scholem, La Kabbale et sa symbolique, traduzido do alemão por Jean Boesse, Paris, Payot, 1966, p. 151. Scholem escreve: “É notável observar que há uma lenda correspondente em um texto tântrico indo-tibetano, os ‘Contos dos 84 Mágicos’, onde (…) o Guru Camara (que significa sapateiro) recebeu instruções de um iogue sobre o…

  • Klimov (1997) – Vida divina enquanto devir

    Klimov1997 E nada impede que isso seja feito, pois, para Boehme, a vida divina implica um certo devir. Na verdade, ela se inscreve em uma duração que é “como o tempo”. Recordemos aqui uma das máximas preferidas do místico: “Para quem o tempo é como a eternidade E a eternidade como o tempo Aquele está…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Cristosofia

    CHJB À medida que nos aprofundamos nos escritos de Böhme, torna-se cada vez mais evidente que seu objetivo não era simplesmente expressar os conteúdos de sua visão e pensamento. Sua verdadeira intenção consiste, sem dúvida, em mostrar aos leitores que buscam, questionam e batem à porta — especialmente aos atormentados pela dúvida — um caminho…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Estrutura tripla do ser humano

    CHJB Há muito tempo, discute-se o problema das fontes dessas especulações antropológicas de Böhme. Este problema se coloca efetivamente, mesmo que se leve em conta o fato de que sua antroposofia — como o resto de sua obra — é essencialmente o fruto de sua visão espiritual. No entanto, não foi possível, até o momento,…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – O Andrógino em Boehme

    CHJB No centro das concepções antropológicas de Böhme encontra-se um mistério, o da natureza andrógina — isto é, incluindo tanto o princípio masculino quanto o feminino — do homem tomado em sua totalidade. Embora o pensamento de Böhme seja indissociável da visão espiritual que está na origem de toda a sua obra, sua contribuição para…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – O Conhecimento do Homem e de Deus

    CHJB “O começo da realização é o conhecimento do homem; o conhecimento de Deus é a realização plenamente concretizada“, afirmava, no segundo século da era cristã, São Hipólito, sacerdote e escritor romano. Na mesma época, o gnóstico Clemente de Alexandria, por sua vez, definia assim o “conhecimento do homem“. Consiste em saber “o que somos…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – A “Alquimia da Linguagem” e a Sabedoria Interior

    CHJB A linguagem natural de Böhme não se situa, portanto, no domínio de competência do filólogo, interessado na etimologia e na evolução do significado das palavras. No entanto, não se tem o direito, por isso, de considerar a teoria de Böhme como uma ingenuidade pré-científica. Certamente, é difícil lançar uma ponte entre as teorias modernas…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – A Essência das Assinaturas e a Vontade de Conhecer

    CHJB Desejando ser bem compreendido, Böhme enfatiza que as assinaturas não são elas mesmas o verbo ou o espírito divino, mas apenas “o receptáculo ou o invólucro do espírito que ali se encontra; pois a assinatura está na essência, e é como um alaúde que permanece mudo e incompreendido enquanto não é tocado; mas assim…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – A Teoria das “Correspondências” e o Conhecimento Divino

    CHJB:73 Um elemento fundamental da filosofia medieval da natureza, e mais particularmente da doutrina que se referia a Thot-Hermes ou a Hermes Trismegisto (“Hermes três vezes grande”), era a teoria das “correspondências”. De acordo com uma lenda, Thot-Hermes havia gravado em uma esmeralda o segredo do céu e da terra. Segundo a formulação dos Rosacruzes,…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – A Queda de Lúcifer e a Tragédia Cósmica

    CHJB:73 Neste texto, Böhme alude a um aspecto importante de suas concepções teosóficas e cosmosóficas. Trata-se da queda trágica de Lúcifer, ser portador de luz e o mais próximo de Deus. Por causa dessa queda, a terra lucida, embora proveniente da mão do criador, não está mais em seu estado original. O jogo harmonioso dos…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Princípios, Natureza e Tempo

    CHJB: Os três princípios, que correspondem à trindade divina no mais alto nível do ser, Böhme os encontra na natureza exterior, em tudo o que é criado, pois “este mundo exterior de quatro elementos, com as estrelas, é uma figura das forças interiores do mundo espiritual“. As forças de sua dinâmica própria lhe foram incorporadas…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Cosmosofia

    CHJB:70-71 “Este universo inteiro é um grande milagre, e jamais teria sido reconhecido pelos anjos na sabedoria de Deus. Por isso a natureza do Pai se pôs em movimento para a criação da essência (Wesen), a fim de que os grandes milagres se tornassem manifestos. E então serão reconhecidos para a eternidade pelos anjos e…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Boehme, Theosophia (3)

    CHJB:68-70 Em sua obra “Da eleição da graça” (De electione gratiae), Böhme tentou ele mesmo expor sua doutrina dos três princípios confrontando-a com a concepção canônica da Igreja concernente à Santíssima Trindade. Após descrever a “vontade primeira, sem começo, única, que não é nem má nem boa” e que “engendra o único e eterno bem”,…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Boehme, Theosophia (2)

    CHJB:64-68 A imagem de referência que Böhme utiliza é a do mundo paradisíaco. Em sua mente, não se trata de uma pálida abstração, nem de um simples tema de catequese; trata-se de um mundo maravilhoso e multiforme, de um universo de alegria e deleites onde a presença de Deus torna-se perceptível aos sentidos a ponto…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Boehme, Theosophia (1)

    CHJB:61-64 Como devemos e podemos refletir sobre Deus e falar Dele? É a questão que Jakob Böhme se põe de imediato. Por toda a sua vida, ele a colocará; certamente, as respostas que dará variarão. Isto se explica notadamente pela natureza particular da sua atividade criadora. Além disso, o sapateiro de Görlitz era bastante flexível…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Boehme, escrita de “A Aurora”

    CHJB:49-51 Aquele que iria trocar a sovela do sapateiro pela pena era animado por motivações precisas e poderosas. No importante capítulo dezenove de “A Aurora”, assim como nas “Epístolas Teosóficas” (carta a Caspar Lindner, já citada), ele evoca a “forte impulsão” que o levou a “descrever a realidade de Deus”. “E experimentava na minha alma…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Auto(?)-iniciação de Boehme

    CHJB:44-46 […] Pode-se recordar o extrato, citado acima, de “A Aurora” onde ele evoca o “triunfo no espírito” que resulta do ato “onde a vida é engendrada no meio da morte”. Aí, novamente, pode-se admitir que há uma referência concreta. De fato, em 29 de janeiro de 1600, portanto muito pouco tempo depois da “ruptura…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – As questões cruciais para Boehme

    CHJB:41-44 […] O que o preocupou durante longos anos, mesmo antes da “revelação espiritual” ocorrer, foram os problemas do conhecimento: a questão do “verdadeiro céu” que, invisível ao olho exterior, “permaneceu até agora quase oculto aos filhos dos homens”; a questão do significado do bem e do mal como elementos estruturais da existência; a questão…

  • Gerhard Wehr (CHJB) – Ideia de Reforma Geral no século XVII

    CHJB:19-20 À ideia de uma segunda Reforma (ou Reforma geral) aderem igualmente, neste início do século dezessete, todos aqueles que escolheram se alinhar sob a bandeira da Rosa-Cruz. Este movimento se considera inspirado por um certo Christian Rosenkreutz, personagem provavelmente mítico do século quinze. É impressionante notar que a literatura rosacruz faz a sua aparição…

  • Boehme (JBVAS) – Da vida além dos sentidos

    Jacob Boehme — DA VIDA ALÉM DOS SENTIDOS Diálogo em forma de questões e respostas, da época madura deste místico. Existe uma versão em inglês, devida a William Law (VEJA AQUI) e uma versão em francês atribuída a Louis-Claude de Saint-Martin. A primeira está disponível no site Pass-the-Word que reúne um amplo acervo digital de…