NICOLAS BOON — NO CORAÇÃO DA ESCRITURA
DUAS MÃOS
As duas mãos por seu número de dedos significam ainda os dez Sephiroth; os cinco dedos da mão direita correspondendo ao He inferior é normalmente aquela da ação; o He superior corresponde a Binah, o inferior a Malkuth. Encontramos o análogo no Cântico dos Cânticos: «teu braço esquerdo sob minha cabeça, teu braço direito me abraça».
O Daleth do He superior corresponde efetivamente ao braço dobrado cuja extremidade, o ápice é o Yod, a mão. A mão direita abraça no sentido literal da palavra e distribui suas carícias enquanto a outra mão sustenta a cabeça ou, dito de outro modo, a Grande Face. As duas mãos juntas significam Malkuth em Binah, ou a integração do Todo no Uno. Neste momento o He superior que é chamado a Mãe Universal é a Porta que dá acesso à Sabedoria Hokhmah, simbolizada pela primeira letra do Tetragrama Yod; e é na Sabedoria que se reúne Kether ou a Coroa que é o Ápice do Yod. Está aí todo o Mistério do Coroamento da Virgem que em Malkuth é chamada da Serva, ou a Mãe Obscura.
Este mistério do Coroamento da Virgem tem portanto um sentido escatológico.
O simbolismo das duas mãos juntas em sua relação com o Tetragrama pode ser visualizada de várias maneiras.
A maneira mais simples é contar as falanges dos dedos em tomando o polegar que é a cabeça da mão como unidade, o que dá o número 13 para cada mão. 13 é o número do Uno ou da Unidade. As duas mãos dão 26, número do Tetragrama. Uma outra maneira de visualizar este simbolismo está em relação com o rito da elevação das mãos. Neste caso cada uma das quatro letras está escrita plenamente, o que nos dá quatro palavras. Por sua vez cada letra de cada uma destas quatro palavras é ainda escrita plenamente. Donde resultam 28 letras. Cada falange visível da mão é marcada por uma destas letras pois há 28 falanges visíveis.