“Não podemos falar a língua dos anjos, mesmo se pudéssemos tudo pareceria como se estivéssemos falando sobre seres criados, para os habitantes deste mundo, e diante da mente terrestre se apresentaria como algo terrestre. Somos apenas parte do todo; só podemos conceber e falar de partes, mas não do todo”. (A Vida Tríplice…, II 66).
“Aquilo que é tranquilo e sem ser, repousa em si mesmo, não contém as trevas, mas é uma felicidade lúcida, clara e calma. Isso é, pois a eternidade, sem nada mais, e significa acima de tudo Deus. Mas como Deus não pode existir sem um ser, Ele concebe em Si mesmo uma vontade, e essa vontade é amor”. (A Vida Tríplice…, II 75).
“A corporalidade de Deus resulta de Sua essencialidade. Essa essencialidade não é espírito, mas é como se fosse uma impotência, se comparada com o poder onde o Três reside. Essa essencialidade é o elemento de Deus, onde está a vida, mas não a inteligência”. (A Vida Tríplice…, V . 53).
“A Luz e as trevas são opostas, mas há entre elas um vínculo, de modo que nenhuma poderia existir sem a outra”. (A Vida Tríplice…, II. 86)
“A fonte do amor é uma detentora e mantenedora da corrente colérica, um superar do poder áspero, pois a brandura afasta o comando do poder duro e pungente do fogo. A luz da paz mantém as trevas aprisionadas e reside nas trevas. O poder rigoroso deseja unicamente o colérico e o aprisionamento na morte; mas a brandura emerge como um doce crescimento, ela desabrocha e supera a morte, dando a vida eterna”. (A Vida Tríplice…, II 92).
“A Essência eterna, desejando revelar-se a si mesma (para obter auto consciência), teve que conceber em si uma vontade; mas como em si mesma não havia objeto para sua vontade ou desejo, exceto o Verbo poderoso, que na eternidade tranquila não existia, os sete estados da natureza eterna tiveram que nascer ali. Daí procede então, de eternidade em eternidade, o Verbo poderoso, o poder, o coração e a vida da eternidade tranquila e de sua sabedoria eterna”. (A Vida Tríplice…, III 21).
“Cada qualidade do espírito deseja a outra, e quando ela adquire esse objeto, torna-se como se tivesse sido transformada na outra; mas sua própria qualidade não se perde, simplesmente se adapta à outra, e manifesta um outro tipo de angústia (consciência), mas ambas mantém suas próprias qualidades especiais”. (A Vida Tríplice…, IV. 8).
“Os sete candelabros na Revelação de São João referem-se aos sete espíritos na Divindade, também as sete estrelas. Os sete espíritos estão no centro do pai, o seja, no poder do Verbo. O Verbo transforma a cólera em doce satisfação e lhe confere a forma de um oceano cristalino; ali os sete espíritos aparecem numa forma que queima, como sete tochas luminosas”. (A Vida Tríplice…, III 46).
“O desejo é uma qualidade (contrativa) atraente, adstringente e ácida. É um poder ativo, e sem ele nada haveria senão tranquilidade. Ele se contrai e se preenche de si mesmo; mas aquilo que é atraído constitui nada mais do que trevas, um estado que é mais compacto que a vontade original, sendo essa tênue como um nada, depois se torna plena e substancial”. (A Vida Tríplice…, II. 12).
“A Sabedoria é a substancialidade do espírito. O espírito dela se reveste, como um ornamento, e assim se revela. Sem a sabedoria a forma do espírito não seria conhecida; ela é a corporalidade do espírito. Não se trata de um corpo de substância tangível, como os corpos dos homens, mas contém qualidades visíveis e substanciais que o espírito per se não possui”. (A Vida Tríplice…, V. 50).
“O Espírito Santo revela a divindade na natureza. Ele estende o esplendor da majestade, a fim de que ele possa ser reconhecido nas maravilhas da natureza. Ele não é o esplendor propriamente dito, mas seu poder; ele introduz esse esplendor da majestade na substancialidade, onde a Divindade é revelada”. (A Vida Tríplice…, IV. 82; V. 39).
“O Pai, sendo a vontade primordial, pronuncia todas as coisas através do Verbo, do centro da liberdade; mas a emissão do Pai através do Verbo é o espírito do poder, e esse espírito dá forma àquilo que foi falado, a fim de que apareça como um espírito”. (A Vida Tríplice… II. 63).
“Como não há nada perfeito exceto a Árvore divina, consequentemente todas as coisas diferem uma das outras; do mesmo modo, os anjos possuem diferentes qualidades”. (A Vida Tríplice… V.90).
“O universo com todos os seus seres foi criado da natureza eterna, dos sete espíritos da natureza eterna”. (A Vida Tríplice… III.40).
“Há uma vida superior à vida neste mundo, na eternidade. O espírito deste mundo (a mente terrestre) não pode conceber a sua natureza. Ela contém em si todas as qualidades desta vida terrestre, mas não em essências inflamadas como no último. Verdadeiramente, ela também contém um fogo, e muito poderoso, mas que queima de forma diferente; ele é doce, humilde e sem dor; ele não consome, mas causa majestade e esplendor vivo, seu espírito é puro amor e alegria”. (A Vida Tríplice…, VIII. I).
“Saiba que o demônio sempre luta com os anjos. Quando a alma do homem está segura em Deus, então o demônio deseja entrar, mas ele é impedido, não podendo realizar a sua vontade. Sempre que a alma imagina, fazendo com que surjam os desejos luxuriantes, ocorre a vitória do demônio”. (A Vida Tríplice…, XIV.13).
“Deus não criou um inferno ou um estado especial de sofrimento para atormentar as criaturas que dele desertaram; mas tão logo os demônios deixaram a luz e tentaram governar através do poder do fogo sobre a beatitude no coração de Deus, no mesmo momento foram para fora de Deus, penetrando as quatro qualidades inferiores da natureza eterna. Com isso, foram mantidos aprisionados no abismo do inferno”. (A Vida Tríplice…, II.53).
“Os quatro princípios inferiores sem a luz eterna são o abismo, a cólera de Deus, e inferno. A luz desses princípios é o terrível raio de luz, onde devem despertar a si próprios”. (A Vida Tríplice…, II. 50).
“Nisso consiste a queda de Lúcifer; ele despertou a mãe do fogo e quis governar sobre a benevolência, no coração de Deus. Esse fogo é agora seu inferno; mas esse inferno foi capturado por Deus através do céu, ou seja, a mãe da água. Pois enquanto a localidade desse mundo dera para queimar por conta própria, Deus movimentou-se para criar, e criou a água. Disso resultou o oceano e a insondável profundeza aquosa. Foi o que ocorreu em Sodoma e Gomorra, pois quando o pecado era grande e o demônio habitava ali, desejando manifestar seus poderes, Deus permitiu que o príncipe desse mundo acendesse aqueles cinco reinos, para ali ser senhor e ter sua morada. Deus pensava em destruir seu orgulho; Ele fez com que a água chegasse até lá, e desta forma extinguiu sua glória”. (A Vida Tríplice… VIII. 24).
“Na morte, no centro, no corpo ou ainda na substância corporal da terra, Deus despertou a tintura, com seu brilho, esplendor e luz, onde está contida a vida da terra; mas na profundeza acima do centro Ele deu o sol, que é uma tintura de fogo, e que com seu poder, alcança a liberdade fora e além da natureza, e de onde a natureza recebe seu esplendor. Ele é a vida de todo o círculo das estrelas, e todas essas estrelas são Seus filhos. Não que ele contenha suas essências, mas a vida deles surgiu de seu centro, no princípio”. (A Vida Tríplice… IV. 27).
“O sol está no meio das profundezas, ou seja, na luz ou no coração das estrelas, extraído de todos os seus poderes pelo poder de Deus, trazido para a forma. Portanto, ele é a luz clara de tudo, e pelo seu brilho e calor acende todas as estrelas, cada um de acordo com sua própria e especial qualidade e poder”. (A Vida Tríplice… VII.40).
“O Mercúrio é agitador, barulhento e retumbante; mas ainda não possui a verdadeira vida. Essa se origina no fogo. Assim, ele deseja a essência tempestuosa e penetrante, para fazer com que surja o fogo, que é Marte”. (A Vida Tríplice… IX 78).
“Todas as criaturas, foram criadas da vida de baixo e da vida de cima. A matriz da terra forneceu o corpo e as estrelas, o espírito”. (A Vida Tríplice… XI 7).
“Na vida do homem há três estados que devem ser distinguidos um do outro — primeiro, o mais interno, ou seja, Deus eternamente oculto no fogo; segundo, a parte do meio, que desde a eternidade permanece como uma imagem ou semelhança nas maravilhas de Deus, comparável a uma pessoa que se vê no espelho; terceiro, essa imagem viva que recebe ainda um outro espelho na criação, onde se observou, ou seja, o espírito do mundo externo, ou o terceiro princípio, que também é uma forma (estado) do Eterno”. (A Vida Tríplice…, XVIII. 4)
“A mente de Adão era inocente como a de uma criança, brincando com as maravilhas de seu Pai. Não havia nele nenhum auto conhecimento da vontade demoníaca, nenhuma avareza, orgulho, inveja, raiva, mas um puro desfrutar do amor”. (A Vida Tríplice…, XI 23).
“Antes de sua queda, o homem podia governar o sol e as estrelas. Tudo estava em seu poder. O fogo, o ar, a água e a terra não podiam subjuga-lo; nenhum fogo o queimava, nenhuma água o afogava, nenhum ar o sufocava; tudo o que vivia o temia”. (A Vida Tríplice…, XI 23).
“O abismo do inferno está neste mundo, e o sol é a causa única da existência da água, e do fato da profundeza acima da terra ser amorosa, prazerosa, branda e deleitosa”. (A Vida Tríplice… VI 36).
“Tudo o que vive e existe é despertado e trazido à vida pelas estrelas, pois elas não são apenas fogo e água, mas também possuem dureza e maciez, amargura e doçura, todos os poderes da natureza e tudo o que está contido na terra”. (A Vida Tríplice… VII 46).
“A constelação é a causa das artes e da ciência, assim como de toda ordem e harmonia neste mundo, pois desperta as árvores e metais, permitindo que cresçam. Na terra estão todas as coisas contidas nas estrelas; a constelação inflama a terra, e tudo isso junto é senão um espírito”88 (A Vida Tríplice…, VII 48).
“As estrelas são a quinta-essência, na quinta forma dos elementos, e por assim dizer, a vida dos quatro”. (A Vida Tríplice…, VII 45).
“A terra está girando porque possui dois fogos, o fogo frio e o quente, e aquilo que está embaixo sempre deseja elevar-se em direção ao sol, porque a terra recebe espírito e poder unicamente do sol. Portanto, ela está girando. O fogo, seu desejo de luz, a faz girar, pois ela deseja ser inflamada e ter vida própria. Tendo, contudo que permanecer na morte, até que deseje e atraia a vida que está acima, abrindo seu centro para sempre receber a tintura e fogo do sol”. (A Vida Tríplice… XI 5).
“Antes da queda, o paraíso florescia por todas as árvores e frutos que Deus criou para o homem. Mas quando a terra foi amaldiçoada, essa maldição penetrou todos os frutos, tornando todas as coisas boas e más. Houve morte e podridão em tudo o que anteriormente encontrava-se na única árvore, chamada de árvore do conhecimento do bem e do mal”. (A Vida Tríplice… IX 15).
“Cada coisa é como um fogo. Contudo, a tortura do fogo não é uma vida verdadeira, mas a tintura que se origina do fogo”. (A Vida Tríplice… VIII 18).
“Onde existe um desejo, existe um fogo, pois o fogo deseja substancialidade, a fim de ter algo para consumir. Ele não pode fazer para si qualquer substancialidade, mas faz uma tintura e essa tintura produz a substancialidade”. (A Vida Tríplice… VIII 33).
“Deus também produz o segundo princípio em Seu amor, de onde gera, de eternidade em eternidade Seu coração e verbo eterno, e o espírito inflama o elo da natureza, e a torna luminosa no amor e na vida de Seu coração, pelo poder da luz. Da mesma forma, a alma do homem deseja penetrar o segundo princípio e manter sua ânsia no poder de Deus”. (A Vida Tríplice…, I II-13).
“Cada pessoa causa sofrimento a uma outra, sendo, portanto, o seu demônio”. (A Vida Tríplice…, XVII 10).
“Se a matéria deste mundo (o imaginário da natureza externa) fosse rompida, como será um dia, no futuro, a alma permaneceria na morte eterna, nas trevas. A bela criatura (a imagem viva) seria capturada pelo reino do inferno, e o demônio triunfaria sobre ela”. (A Vida Tríplice…, VIII 38).
“A pobre alma de Adão foi feita cativa pelo espírito e princípio deste mundo, e permitiu que sua tintura nela penetrasse”. (A Vida Tríplice…, VIII 63).
“Se o homem tivesse resistido à tentação um ser humano teria nascido do outro, do mesmo modo que Adão em seu estado virginal fora projetado na objetividade como um ser humano e imagem de Deus, porque aquilo que é do eterno também pode procriar (multiplicar) de acordo com a lei da eternidade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 7).
“Maria foi gerada da semente de Joaquim e Ana do mesmo modo que os outros seres humanos são gerados; mas foi abençoada entre as mulheres, de modo que nela a virgem eterna revelou-se”. (A Vida Tríplice…, VI 72).
“A virgem eterna, não tendo substância, penetrou também a encarnação e assim a verdadeira alma fora recebida das essências de Maria. Desta forma, a virgem eterna veio à substancialidade, pois recebeu a alma humana em si”. (A Vida Tríplice…, VI 75).
“O Verbo vivo que habitava a virgem eterna atraiu para si a carne de Maria, ou seja, as essências corporais de Maria, e assim cresceu ali, em nove meses, um ser humano completo, com alma, espírito e carne”. (A Vida Tríplice…, VI 79).
“A alma e o Verbo não são um ou um ser. A alma nasce do centro da natureza, das essências, e pertence ao corpo, pois surge das essências do corpo, e atrai o corpo para si; mas o Verbo pertence ao centro da majestade, e atrai a majestade para si”. (A Vida Tríplice…, VI 83).
“A alma e o Verbo não estão lado a lado, como duas pessoas, mas o Verbo penetra a alma e do Verbo brilha a vida-luz; a alma, contudo, permanece livre. Um ferro quente e vermelho encontra-se nela preto e obscuro, mas o fogo a penetra, para que se torne luminoso. Não há transformação no ferro propriamente dito; o ferro continua sendo ferro e o calor continua sendo calor; um é livre com relação ao outro, e um não é o outro; Assim a alma tem sido mergulhada no fogo da divindade, a fim de que a divindade possa penetrar e iluminar a alma, e ali habitá-la e concebê-la, embora a alma não possa conceber a divindade; no entanto, ela não é transformada. A divindade concebe a alma e a dota do poder da majestade”. (A Vida Tríplice…, VI 83).
“Deus também vive no homem. Portanto, se amamos e buscamos, não mais que ao nosso (verdadeiro) ser, então amamos a Deus. Aquilo que fazemos uns aos outros fazemos a Deus. Aquele que busca e encontra seu irmão e irmã buscou e encontrou a Deus. Nós estamos Nele, todos em um só corpo com muitos membros, sendo que cada um tem sua própria função”. (A Vida Tríplice…, XI 106).
“O homem deve, novamente, deixar o espírito dos planetas e elementos e penetrar um novo nascimento, na vida de Deus. Isso a alma não pode realizar pelo próprio e, portanto, a vida de Deus que emana do amor e da misericórdia veio até nós em carne e tomou nossa alma humana novamente para si, na vida divina, no poder da luz; assim, nesta vida devemos ter um novo nascimento e penetrar em Deus” (A Vida Tríplice…, I 17).
“Para o espírito humano (como tal) seria impossível sair da tormenta de angústia e penetrar a região do céu; Deus teve que surgir novamente, no seio da humanidade e ajudar o espírito humano a romper as portas das trevas, a fim de poder penetrá-lo (revestido) de poder divino”. (A Vida Tríplice…, XXI 21).
“Como consequência do pecado, não havia salvação para o homem; a menos que o Verbo eterno, coração de Deus, se tornasse humano e penetrasse o terceiro princípio, a carne e o sangue humano e tomasse para si (o estado de) uma alma humana, penetrando a morte de uma alma destituída, através da qual pudesse afastar da morte o seu poder e do inferno a sua picada terrível, conduzindo assim a alma para fora da morte e redimindo-a do inferno”. (A Vida Tríplice…, VII 39).
“Um Cristão sincero, nada quer saber sobre sua própria santidade; ele só vê suas imperfeições, nas quais o demônio batalha contra ele. Suas imperfeições estão sempre diante de si, mas sua santidade ele não conhece enquanto viver nesta terra. Essa santidade encontra-se oculta pelo Cristo, aos pés de Sua Cruz, a fim de que o demônio não a perceba”. (A Vida Tríplice…, XV).
“Após esta vida não há regeneração, pois os quarto elementos com seus princípios já partiram”. (A Vida Tríplice…, I I).
“Deus quis manifestar-Se nos três princípios, mas a ordem não permaneceu como havia sido originalmente instituída. O meio foi para o exterior, e o exterior para o meio. Essa não é a ordem da eternidade, e, portanto os princípios externos e internos devem ser separados”. (A Vida Tríplice…, XVIII 3). 148
“As essências corporais retornam a terra; o espírito elemental, o ar, retorna ao ar; a água e o sangue são recebidos pela água e terra (verrestres), e do homem externo nada fica. Ele deixa de existir. Ele teve um início e um fim”. (A Vida Tríplice…, XVIII 8).
“O que quer que a alma receba em sua vontade. Durante sua vida terrestre, e seja com o que for que ela se envolva, isso irá levar com sua vontade após a morte do corpo; ela não pode mais se livrar disso, pois ela nada mais tem do que aquilo em que se meteu, e que agora constitui seu próprio ser. Mas durante a vida terrestre ela pode destruir aquilo em que envolveu sua vontade”. (A Vida Tríplice…, XII 25).
“A alma é como uma pessoa que sonha estar em grande angústia e tortura, buscando alguma coisa que a alivie, sem poder encontrar. Ela então se desespera, e não encontrando saída rende-se ao seu condutor (ao impulso interior que a conduz), para que este faça com ela o que quiser. Assim, a alma abandonada cai no poder do demônio, onde não pode, e nem lhe é permitido seguir suas inclinações; mas o que quer que o demônio faça, ela também é compelida a fazer. É desta forma que ela se torna um inimigo de Deus, e facilmente ergue-se ali o orgulho e o fogo sobre o trono principesco dos anjos. Na terra e em seu corpo físico ela se fazia de tola; agora, ela continua sendo tola e traquina, e seja qual for a bobagem que cometeu na vida, é o que agora passará a representar. A própria tolice é seu tesouro, e isso é, como diz o Cristo, seu coração e sua vontade”. (A Vida Tríplice…, XVIII 10).
“Aquelas almas sinceras que operaram as maravilhas de Deus em Sua vontade aos pés da Cruz, tendo recebido o corpo de Deus, ou seja, do Cristo, e que caminharam ali em justiça e verdade, todos os seus feitos também o seguirão, em sua forte vontade e desejo, e experimentam um enorme prazer no amor e misericórdia de Deus, pelos quais estão continuamente rodeados. As maravilhas de Deus são seu alimento; elas vivem na glória, poder, força e majestade além de qualquer descrição”. (A Vida Tríplice…, XVIII 12).
“O Cristo diz: ‘Onde estiver o seu tesouro, ai está seu coração’. Almas infortunadas reaparecem em suas comunidades e pedem auxílio através da oração, e fantasiam que desta forma poderão ser aliviadas. Fatos como este deram início à doutrina do purgatório”. (A Vida Tríplice…, XII 24).
“O espírito deste mundo não conhece seu próprio ser, a menos que seja aquela outra luz que brilha no espírito — a luz em que a mente pode repousar e conhecer seu próprio ser”. (A Vida Tríplice…, V 28).
“A pedra-de-toque do Cristianismo é seu amor para com Deus e a humanidade”. (A Vida Tríplice…, XIII 42).
“A vontade de Deus está aberta a todos os homens, seja qual for o nome que o homem é designado… De que vale crenças e opiniões para aqueles que alcançaram o auto conhecimento? Opiniões não constituem o Espírito de Cristo, que dá a vida, mas o Espírito de Cristo dá testemunho ao nosso espírito, de que somos filhos de Deus. Ele está em nós, e não precisamos busca-Lo em opiniões”. (A Vida Tríplice…, XI 82).
“Não é preciso ir a lugar algum para encontrar o Espírito Santo; pois, desde o nascer e do brilho do sol, até o seu pôr, o Cristo brilha em todos os lugares e em todos os países, onde quer que o homem e a mulher evitem o pecado e penetrem a vontade de Deus”. (A Vida Tríplice…, XI 88).
“O nada, onde o demônio reside. A dúvida é a negação daquela fé que é Deus. É o resultado do egoísmo e da cegueira que não permite ao homem reconhecer a possessão do que ele já tem”. (A Vida Tríplice…, XIV 41).
“A Fêmea deseja o macho, e a Lua busca o Sol; pois ela é de natureza material, e deseja um coração celeste. Assim, a matriz feminina deseja o coração do homem e a alma feminina deseja sua tintura; pois a alma é um bem eterno. Assim, existe o desejo sexual entre todas as criaturas; elas desejam misturar-se uma com as outras. O corpo não compreende isso, nem tampouco o espírito-ar; mas, as duas tinturas, a masculina e a feminina, conhecem muito bem”. (A Vida Tríplice…, IX 106).
“Isso compreende as quatro qualidades, de onde surge a vida; mas, não tem seu princípio no centro, como o Phur, mas de acordo como a carne-ígnea, no terror da qualidade das trevas”. (A Vida Tríplice…, II 42).