JACOB BOEHME — Citações de sua obra, organizadas por Franz Hartmann
Retiradas da tradução oferecida pela SCA
XIV – MORTE E VIDA ETERNA
A morte mística é o princípio da vida eterna O Homem é um produto dos três mundos. Seu espírito pertence a Deus, sua alma pertence à constelação dos elementos astrais e seu corpo pertence aos elementos do plano terrestre. Em cada um destes aspectos, ele participa dos atributos do princípio do qual se originaram. Como um espírito ele é, tem sido e sempre será, imortal; e ainda está no céu, de onde nunca partiu. Como um produto do plano astral, ele está sujeito às condições ali existentes, enquanto que sua forma física deve se dissolver novamente nos elementos aos quais pertence. O estado próprio do homem será um dos três, aquele com o qual ele mais se identifica.
Deus quis manifestar-Se nos três princípios, mas a ordem não permaneceu como havia sido originalmente instituída. O meio foi para o exterior, e o exterior para o meio. Essa não é a ordem da eternidade, e, portanto os princípios externos e internos devem ser separados. (Threefold Life, XVIII 3). 148
A vida que recebemos no corpo de nossa mãe pertence unicamente ao poder do sol, das estrelas e dos elementos, que não só organizam o corpo da criança, dotando-o de vida, mas que também o trás à luz, o nutre e o acompanha durante toda a duração desta vida. São esses elementos que distribuem fortuna ou infortúnio, e finalmente o faz morrer e decompor-se. (Three Principles, XIV 4).
Observe o que você é. Pó da terra; um corpo. Tua vida está sujeita às estrelas e aos elementos. São eles que te governam segundo suas qualidades, dotando-o de talentos e ciências; mas quando o tempo e constelação sob os quais foi concebido e nascifo chega ao fim, então eles irão te abandonar. (Menschwerdung, XI 6).
As essências corporais retornam a terra; o espírito elemental, o ar, retorna ao ar; a água e o sangue são recebidos pela água e terra (verrestres), e do homem externo nada fica. Ele deixa de existir. Ele teve um início e um fim. (Threefold Life, XVIII 8).
Na morte os quarto elementos separam-se do elemento único. Então a tintura, junto com a sombra daquilo que constituía o homem, dirige-se ao éter e permanece com a raiz daquele elemento que originou os elementos, e do qual emanaram. (Three Principles, XIX 14).
Quando uma pessoa neste mundo morre aparece diante do anjo que em sua espada carrega a morte e a vida, o amor e a cólera de Deus. Ali sua alma passa pelo julgamento, nos portais do paraíso. Se foi capturada pela cólera de Deus, não será capaz de passar pela porta, mas se é uma criança da virgem, nascida da semente da mulher (celestial), então ela passará. O anjo irá cortar de sua natureza, aquilo que fora gerado pela serpente, e a alma irá então servir a Deus em seu santo templo no Paraíso, esperando ali pela ressurreição de seu corpo (celestial). (Mysterium, XXV 2).
Há três princípios na constituição do homem, cada qual pode ser desenvolvido durante sua existência terrestre; mas depois que o corpo estiver desorganizado, ele vive então em um princípio e não pode envolver o outro. Na eternidade, ele deve permanecer no estado de consciência que adquiriu aqui. (Three Principles, Supplement, X).
Não há três almas separadas no homem, mas apenas uma. Essa alma permanece em três princípios, ou seja, no reino da cólera, no reino do amor de Deus e no reino deste mundo. Quando o ar do reino externo deste mundo deserta a alma, ela se manifesta ou no obscuro reino do fogo ou no santo reino da luz, que é o reino do fogo-amor, o poder de Deus. Seja qual for o plano com a qual ela se envolveu durante sua existência terrestre, ali ela permanece depois que o reino externo a deixa. (Mysterium, XV 24).
O homem já está no céu o no inferno, neste mundo, onde quer que esteja corporalmente. Se seu espírito está em harmonia com Deus, ele estará então espiritualmente no céu e sua alma encontra-se em Deus. Se ele espiritualmente habita a cólera, então já está no inferno e em companhia dos demônios. (Aurora, XX 86).
Aqui na vida da alma está o equilíbrio. Se ela é má, pode renascer no amor; mas quando o equilíbrio é rompido e o ângulo é virado, então ela estará naquele princípio que nela prevalece. (Forty Questions, XXIII 10).
Durante sua vida terrestre a alma pode mudar swa vontade, mas após a morte do corpo nada permanece no seu poder através do qual possa mudar sua vontade. (Tilk I 267).
O que quer que a alma receba em sua vontade. Durante sua vida terrestre, e seja com o que for que ela se envolva, isso irá levar com sua vontade após a morte do corpo; ela não pode mais se livrar disso, pois ela nada mais tem do que aquilo em que se meteu, e que agora constitui seu próprio ser. Mas durante a vida terrestre ela pode destruir aquilo em que envolveu sua vontade. (Threefold Life, XII 25).
Enquanto uma pessoa permanece numa vontade estranha a sua verdadeira natureza, e não quer ser curada, penetrando o Verbo santo, esse ser estranho vai tomando substância e mantendo a essência celestial na sujeição; essa permanece aprisionada após a morte e não pode alcançar o reino de Deus, e disso resulta a morte eterna. (Mysterium, XXIV 13).
Cada um precisa simplesmente examinar sua própria qualidade e ver em que direção é carregado pela sua vontade. Então saberá a que reino pertence e se é realmente um homem (na imagem de Deus), como ele fantasia ou pretende ser, ou uma criatura do mundo de trevas, um cachorro raivoso, um pavão vaidoso, um macaco luxurioso ou uma cobra venenosa. Se, então, a essência dos quatro elementos o deixarem na morte, nada irá permanecer com ele senão a consciência interna, má e envenenada. (Six Theosophical Points, VII 37).
Se o espírito permanece não regenerado com seu princípio original, então irá aparecer na ruptura da forma tal criatura correspondente à qualidade da vontade (caráter) adquirido durante a vida terrestre. Se, por exemplo, durante a vida se tem a invejosa disposição de um cão, rancoroso com tudo e com todos, então este caráter do cão irá encontrar sua expressão numa forma correspondente após a morte do corpo; pois de acordo com isso, a alma (animal) toma (assume) sua forma, e esse tipo de vontade permanece contigo na eternidade, pois as portas das profundezas que levam à luz de Deus são então fechadas diante de ti. (Three Principles, XVI 50).
Se durante sua vida terrestre, não iluminastes tua alma e o espírito eterno dado a ti pelo bem supremo, na luz de Deus, a fim de que o espírito renasça naquela luz, na substancialidade divina, então a alma no Mysterium irá retornar ao centro da natureza, e penetrar na qualidade da angustia das quatro formas inferiores da natureza eterna. Ali ela estará na companhia de todos os demônios, e será obrigada a devorar aquilo que movimentou. (Menschwerdung, XI 6).
Se a alma-fogo não se tornou substancial no Espírito de Deus, nem buscou esta substância em seu desejo, é então um fogo negro, queimando em grande angústia e terror, pois há em sua constituição apenas as quatro qualidades inferiores da natureza. Se a vontade nada tem do poder divino da verdadeira humildade, não poderá haver em nela penetração da vida através da morte; a alma fica como uma roda viva furiosa, buscando continuamente elevar-se, enquanto se afunda cada vez mais do outro lado. Há neste estado, com certeza, uma espécie de fogo, mas não uma combustão, pois ali governa uma severa dureza e amargor. O amargor busca o fogo e quer aumentá-lo; mas a acidez o mantém aprisionado, o que resulta uma terrível ansiedade que assemelha-se a uma roda viva, girando perpetuamente em torno de si mesma. (Forty Questions, XVIII 14).
As quatro formas do estado original da natureza são a fonte da angústia universal. Cada pessoa sente isso, segundo a qualidade de sua Turba, cada um de um jeito. A alma avarenta, por exemplo, sofre de frio; a alma raivosa, de calor; a alma invejosa experimenta o amargor; a vaidosa permanece continuamente voando e caindo num abismo. (Forty Questions, XVIII 21).
Ali o mestre irá que prestar contas a seus servos, caso tenha dado a eles mau exemplo, conduzindo-os ao caminho do erro. Então a pobre alma irá gritar de desespero contra seu mestre; pois tudo isso é objetivo diante dela na tintura. (Three Principles, XXIV 30).
Se um descente deixou para traz um grande rastro de falsidade e engano, a tintura do inferno será invocada sobre sua tumba, e seu curso penetrará sua alma. Esse (curso) ele terá que engolir; pois, esse é o seu alimento, enviado a ele pela vida. Enviar tais cursos, contudo, não cabe aos filhos de Deus; pois, cursando outro caminho, o homem lança sementes no inferno — na cólera de Deus. Que todos fiquem alerta, pois irá colher aquilo que semeou. (Forty Questions, XXIV 4).
Durante a vida terrestre o descrente sente a presença do inferno dentro de sua falsa consciência, mas ele não o compreende; pois ainda vive na vaidade terrestre, onde se distrai, e o qual lhe proporciona prazer e luxúria. Além do mais, sua vida externa está em possessão da luz da natureza externa, e sua alma revela-se ali; de modo que a dor interna não pode se manifestar. Mas quando o corpo morre, a alma não mais desfruta de tal proteção e dos prazeres temporais. Somado a isso, a luz externa terá sido extinta. A alma entra numa eterna ânsia pela vaidade à qual cedeu durante sua vida na terra; mas ela nada pode reter além de sua própria falsa vontade concebida. Ela agora possui muito pouco daquilo que antes possuía tanto, e com o que tampouco estava satisfeita. Ela certamente cometeria mais mal, mas não tem como realizá-lo, e assim ela interpreta esse papel dentro de seu próprio ser. (Supersensual Life, XXXIX).
Os próprios pecados do homem, sua depravação e vícios ao rejeitar a Deus, constituem seu inferno-fogo, que o atormenta eternamente. Seu escárnio está agora diante de seus olhos, e ele não se atreve a deixar nem mesmo um bom pensamento penetrar sua alma; pois o bem é para ele como um anjo, e por causa de sua grande fraqueza não pode tocá-lo com sua alma, muito menos vê-lo através dela; só lhe resta engolir seu escárnio, juntamente com todos os seus vícios e pecados para sempre dentro de si mesmo, o que lhe causa um desespero eterno. (Three Principles, XXIV 29).
Os descrentes são livres. Nada os aprisionam. Eles podem cair o quanto quiserem; sempre haverá um abismo e uma escuridão, e eles estão sempre no mesmo lugar. Quanto mais longe desejem ir, mais fundo irão cair, no entanto, não chegarão a lugar algum, pois não há fundo, nem fim. (Forty Questions, XXXIV 5).
Deus também habita no abismo da alma descrente; mas ele não é reconhecido por ela de outra forma, senão pela cólera, e isso é o significado das seguintes palavras: ‘Com os santos tu és santo, e com os pervertidos tu és pervertido’. (Mysterium, LX 44).
O mesmo verbo eternamente gerado e pronunciado manifesta-se no céu — ou seja, no poder da luz — como uma sabedoria santa (deleite), como no inferno, nas trevas, onde se manifesta como chamas de tormento. (Mysterium, LXI 31).
A alma é como uma pessoa que sonha estar em grande angústia e tortura, buscando alguma coisa que a alivie, sem poder encontrar. Ela então se desespera, e não encontrando saída rende-se ao seu condutor (ao impulso interior que a conduz), para que este faça com ela o que quiser. Assim, a alma abandonada cai no poder do demônio, onde não pode, e nem lhe é permitido seguir suas inclinações; mas o que quer que o demônio faça, ela também é compelida a fazer. É desta forma que ela se torna um inimigo de Deus, e facilmente ergue-se ali o orgulho e o fogo sobre o trono principesco dos anjos. Na terra e em seu corpo físico ela se fazia de tola; agora, ela continua sendo tola e traquina, e seja qual for a bobagem que cometeu na vida, é o que agora passará a representar. A própria tolice é seu tesouro, e isso é, como diz o Cristo, seu coração e sua vontade. (Threefold Life, XVIII 10).
As almas mais depravadas, contudo, são bastante audaciosas. Elas negam à Deus e O amaldiçoam, e são Seu piores inimigos. Elas mentem para si mesmas, dizendo que estão certas, e se rebelam contra Deus, e querem estar acima Dele e realizar milagres. (Forty Questions, XXII 21).
A alma condenada penetra magicamente na essência incrédula e dela desfruta, e instruem pessoas durante o sono sobre como realizar todos os tipos de enganos, pois está a serviço do demônio. Se uma pessoa fraca (sinceramente) deseja algo, o demônio está pronto para ajudar, pois pode mais facilmente atuar através da alma de um ser humano do que por si mesmo. (Forty Questions, XXVI 18).
Se a vontade interna batalha a cada instante, diariamente, contra as qualidades demoníacas que a aflige, apaziguando-as e não permite que tomem substância em si, ao mesmo tempo em que as qualidades malignas perturbam a pessoa, não permitindo que ela atue sempre com sua boa vontade, essa pessoa deve acreditar e saber, com certeza, que o fogo de Deus está queimando dentro dela e tentando tornar-se luz; e quando quer que o corpo maligno com sua condição maligna é rompido, a fim de não mais impedir que a centelha flamejante queime, então o fogo divino, em sua essência, irá queimar numa chama, e a imagem divina será reconstituída de acordo com a qualidade mais forte que aquela pessoa tenha introduzido em seu desejo. (Six Theosophical Points, VII 41).
Se um homem tem um desejo constante por Deus; se seu desejo é tão poderoso a ponto de possibilitá-lo a parar e voltar-se para a humildade, as essências malignas, quaisquer que sejam, começarão a queimar; se ele puder resignar a todas as coisas que neste mundo brilham e enganam; se puder fazer o bem no lugar do mal; se é poderoso o bastante para dar aos necessitados tudo o que pertence ao exterior, seja dinheiro ou bens; e se está pronto a desertar todas as coisas por causa de Deus, penetrando um estado de miséria com esperança certa no eterno; se nele surgir o poder divino, para que possa despertar ali o reino da alegria e provar Deus; tal pessoa carrega consigo a imagem divina com a essência celestial mesmo durante sua vida terrestre, a imagem em que Jesus nasce da virgem. Ele não irá morrer eternamente, mas simplesmente irá deixar o reino terrestre abandoná-lo, este que foi, durante essa vida, uma oposição e um impedimento com o qual Deus o cobriu. (Six Theosophical Points, VII 44).
O princípio do pai dentro da alma tem sua base num fogo incandescente que origina a luz, e nesta luz repousa a nobre imagem de Deus. Essa luz modera o fogo incandescente através da substancialidade do amor, tornando-o beneficente para a natureza e para a vida. (Cartas, VIII 78).
Aquelas almas sinceras que operaram as maravilhas de Deus em Sua vontade aos pés da Cruz, tendo recebido o corpo de Deus, ou seja, do Cristo, e que caminharam ali em justiça e verdade, todos os seus feitos também o seguirão, em sua forte vontade e desejo, e experimentam um enorme prazer no amor e misericórdia de Deus, pelos quais estão continuamente rodeados. As maravilhas de Deus são seu alimento; elas vivem na glória, poder, força e majestade além de qualquer descrição. (Threefold Life, XVIII 12).
As almas abençoadas são felizes pelos trabalhos realizados aqui, e aquelas que sofreram muita perseguição por causa da verdade irão receber a coroa da vitória que irá coroar o novo corpo no dia do julgamento. Ocorre nelas um contínuo fluxo de contentamento, sempre que contemplam o futuro. Assim como seus feitos foram variados, variada é sua esperança. Um diarista que trabalha bastante, fica satisfeito com o pagamento. Assim ocorre ali. Uma consciência satisfeita habita nestas almas. Toda a escória a que foram submetidas e todas as falsas acusações são para elas uma grande honra de vitória. Suas orações constantes, seus bons pensamentos e boas obras em benefício ao próximo, constituem o alimento que consomem até o tempo em que seu corpo (celestial) irá provar dos frutos do Paraíso. (Forty Questions, XXII 4).
Aquele que ajuda o degradado abençoa a si próprio, pois ele deseja tudo de bom, e ora à Deus para abençoá-lo em corpo e alma. Assim seu desejo e benção retornam a quem doou no Mysterium, ele é por elas rodeado e seguido, como uma boa obra nascida em Deus. Esse é o tesouro que o homem leva com ele; seus tesouros terrestres ele terá que deixar para trás. (Menschwerdung, CXI 4).
O homem é seguido por todas as suas obras, ele as tem eternamente diante de seus olhos e vive ali, a não ser que da malícia e falsidade nasça novamente pelo sangue de Jesus Cristo. Se isso ocorrer, ele rompe a imagem terrestre e infernal para penetrar uma imagem Angélica, vindo para um novo reino, ao qual suas imperfeições não podem acompanhá-lo, e assim a imagem de Deus será restaurada, a partir da forma infernal e terrestre. (Three Principles, XVI 47).
O repouso da alma é como aquele que repousa num doce sonho. (Forty Questions, XXIX
Aquelas almas felizes que repousam no seio de Abraão, no Cristo, ou seja, na essencialidade celeste (Devachan) — não podem ser perturbadas por ninguém, a menos que queiram, caso estejam favoravelmente inclinadas a uma alma particular em harmonia consigo mesma. Elas não se incomodam com assuntos terrestres, a menos que seja pela glória de Deus. Neste caso serão infatigáveis em revelar coisas de forma mágica. (Forty Questions, XXVI 22).
Voz perguntais por coisas sobre as quais não posso saber, para isso eu mesmo deveria estar entre as almas que partiram, e o espírito da alma deveria estar comigo; mas, como todos nós temos um corpo e um espírito em Cristo, portanto, todos nós devemos ver no Cristo em um espírito e desfrutar Seu conhecimento. Assim, nossa alma estará relacionando-se com as almas dos mortos. Elas não podem vir até nós, mas nós podemos penetrá-las. (Forty Questions, XXV I).
As almas que partiram não reivindicam nada a Deus por nós. Por que fariam isso? Nossa salvação não depende daquilo que imploram, mas da nossa penetração. Aquele que coloca sua vontade em Deus será ajudado por Ele. Seus braços estão abertos, dia e noite, a fim de auxiliar o homem. Não seria muita prepotência de uma alma querer fazer de Deus um Juiz severo, não desejoso de receber um pecador convertido? (Frty Questions, XXVI 23).
Não negamos que (como é ensinado pelo Papado) os grandes santos que partiram tem aparecido para muitas pessoas, realizando alguns milagres. Isso é verdade, embora seja negado por muitos; mas isso pertence a um A B C diferente (a um outro ramo da ciência oculta) do conhecido por aqueles que fazem tal afirmação ou que negam tal fato. (Forty Questions, XIX 63).
O motivo pelo qual nossos antepassados aparecerem, de vez em quando,de forma maravilhosa, deve ser encontrado na fé dos vivos; pois a fé é um poder que move montanhas. A fé das pessoas vivas ainda era boa e pura, e elas não adoravam seus ventres ou o show terrestre. Portanto, a fé destas pessoas penetrou o céu; ou seja, o elemento único, os santos. Assim, uma fé alcança a outra; pois os santos também reagem a esta fé poderosa, especialmente aqueles que, sobre a terra, converteram muitos para Deus. É desta forma que obras maravilhosas tem sido realizadas pela invocação da memória dos santos. (Three Priniples, XVIII 80).
Uma fé alcança a outra. A fé do vivo pega a fé dos santos, e a fé realiza o milagre. A fé pode remover montanhas. Poderia destruir o mundo, se Deus a dirigisse. (Forty Questions, XXVI).
Não é possível descrever, por antecipação, o tipo de purgatório que tal alma terá que passar; através de sua pequena chama (de amor), ela pode penetrar na vida eterna. O mundo não acreditaria em tal descrição; o mundo é muito esperto, e muito cego para compreender. As pessoas sempre se apegam à letra. Desejo, por Deus, que ninguém passe por essa experiência; Prefiro ficar quieto e não falar nada sobre o assunto. (Forty Questions, XVIII).
As almas que ainda não alcançaram o céu possuem o estado humano, com seus feitos, apegando-se à eles e portanto muitas almas deste tipo retornam em sua forma sideral, assombrando suas casas, e são vistas em forma humana. Ela pode pedir por uma coisa ou outra, e pensa ser possível obter a benção dos santos para seu repouso (ela pede oração); ela pode também preocupar-se com filhos e amigos. Tudo isso, contudo, só dura enquanto seu espírito astral for consumido, depois ela entra em repouso. Depois disso todo seu pesar e sofrimento acaba, e a alma não mais tem conhecimento sobre ele; tudo o que vê está nas maravilhas, na magia (do espírito). (Forty Questions, XXVI 8).
O Cristo diz: ‘Onde estiver o seu tesouro, ai está seu coração’. Almas infortunadas reaparecem em suas comunidades e pedem auxílio através da oração, e fantasiam que desta forma poderão ser aliviadas. Fatos como este deram início à doutrina do purgatório. (Threefold Life, XII 24).
Sabemos que a comunidade de Cristo tem grande poder de redimir uma alma, por fazerem seu trabalho sinceramente, como se fazia entre os primeiros Cristãos, quando ainda eram pessoas santas e sacerdotes santos em existência. Eles, com certeza, tinham sucesso, mas não aqueles que afirmam possuir as chaves e que poderiam libertar as almas do purgatório, segundo a sua vontade e segundo a quantidade de dinheiro que recebem por isso. Para tais pessoas, seria melhor que nunca recebessem dinheiro algum, para que não se apegassem à ele com seu Desejo. (Forty Questions, XXIV 12).
A oração dos vivos para os mortos são úteis na medida em que os que oram sejam verdadeiros Cristãos (em seus corações), num estado de regeneração. Se a pobre alma não se tornou inteiramente brutalizada num verme ou animal, mas se ela ainda penetra em Deus com seu desejo, estando, portanto conectada à Ele pelo fio da regeneração, e se a alma-espírito daqueles que oram, juntamente com a pobre alma volta-se para Deus em fervoroso amor, então a primeira irá auxiliar a segunda no combate contra os elementos das trevas e romper as correntes do demônio. Isso é especialmente possível na horada separação do espírito do corpo, e eminentemente no caso de pais, filhos ou parentes de sangue; pois entre aqueles que estão ligados entre si pelo sangue as tinturas entram mais facilmente na harmonia necessária (co-vibração), e então o espírito fica mais propenso a entrar na batalha, havendo mais facilidade de conquistar do que se apenas estranhos estiverem presentes. Tudo isso é porém inútil, a menos que estas pessoas estejam, elas próprias num estado de regeneração, pois um demônio não pode destruir a outro. Se a alma do moribundo está inteiramente separada daquilo que a liga a Cristo, e se ela não alcança por seus esforços próprios está ligação. as orações dos outros não valem de nada. (Three Principles, XIX 55).
PÁGINAS:
{toc}
CITAÇÕES: