Boehme Hartmann XI

JACOB BOEHME — Citações de sua obra, organizadas por Franz Hartmann

Retiradas da tradução oferecida pela SCA

X – ENCARNAÇÃO – A VIRGEM CELESTIAL
O Cristo é maior do que todos os anjos do céu, porque Ele possui um corpo humano celestial; Ele possui também a noiva celestial eterna, a virgem da divina sabedoria, e, finalmente, a Santíssima Trindade em Sua possessão. Em verdade, podemos afirmar que Ele é uma individualidade na Santíssima Trindade no céu, um verdadeiro homem no céu, e um eterno rei neste mundo, um senhor do céu e da terra. (Three Princíples, XXII 86).

O Verbo, ou a segunda pessoa na Divindade, tem estado no Pai por toda eternidade, e ao encarnar na humanidade, não mudou sua natureza, tornando-se uma outra coisa, mas permaneceu no Pai, em seu centro e lugar, como tem sido por toda eternidade. A outra (segunda) formação, ocorreu de forma natural, na ocasião da anunciação pelo anjo Gabriel, quando a virgem disse ao anjo: ‘Que seja feita a tua vontade’. A plenitude deste Verbo foi efetuada no elemento celestial, como foi a criação do primeiro Adão antes da queda. A terceira formação ocorreu simultaneamente a segunda, de uma só vez, assim como uma semente terrestre é semeada enquanto uma criança cresce. (Three Principles, XVIII 45).

O santo Espírito de Deus formou a substancialidade Angélica, celestial em um só elemento, através da virgem; mas os planetas e elementos deste mundo formaram o homem externo, conferindo-lhe um corpo natural e uma alma exatamente igual a dos outros seres humanos, ambos em uma só pessoa. De modo que, cada forma possuía seu próprio estado particular de percepção e sensação, e o estado divino não se misturou a tal fórmula (com a forma terrestre) a fim de que a primeira diminuísse e permanecesse o que era (antes que a encarnação ocorresse), e se transformasse no que não era (através da encarnação), mas sem qualquer separação, diferenciação ou divisão do ser divino. Desta forma, o Verbo permanece no pai, o ser criado do santo elemento permaneceu diante do pai, e o estado natural humano ocorreu neste mundo, no ventre da virgem Maria. (Three Principles, XX 86).

No que se refere à Sua divindade, Ele certamente não é um ser criado; mas no que se refere ao Seu estado celeste, quando diz que veio do céu e que ainda estava no céu, Ele é as duas coisas, uma criatura na natureza humana, e um ser incriado sem a humanidade. (Cartas, II 54).

Alguns afirmaram que a virgem Maria não era um ser terrestre, nem filha de Joaquim e Ana, porque o Cristo é denominado a semente da mulher, portanto, teria que ter nascido de uma completa virgem celeste. Se assim o fosse, de nada serviria para nós pobres filhos de Eva, já que somos terrestres e carregamos nossas almas em tabernáculos terrestres. (Menschwerdung, I.8 I).

Dizem que Maria era uma virgem eterna da Santíssima Trindade, e que dela nasceu o Cristo; pois, segundo Seu próprio testemunho, Ele não veio da carne e do sangue, mas do céu. É verdadeiro o que nosso Senhor disse, que veio de Deus e a Deus retornaria, e que ninguém iria para o céu exceto o Filho do Homem, vindo do céu e estando no céu; mas assim dizendo, falava, evidentemente, de Seu aspecto humano, e não meramente de Sua divindade; pois o Deus eterno não poderia ter sido Filho do Homem, nem um filho do homem poderia surgir da Trindade; foi possível redimir o homem através de uma alma alheia, trazida do céu, onde se satisfez a necessidade da penetração e crucificação de Deus em nossa forma (humana). (Three Principles, XXII, 6I).

Não é verdade, como dizem alguns, que o Cristo tenha tomado uma alma para Si do Verbo na eterna virgem Maria, de modo que Cristo viria de Deus e a alma em Sua natureza humana tivesse um princípio. (Mysterium, LVI 19).

O Cristo não é só uma semente que veio do céu, sem possuir nenhuma outra qualidade recebida do homem exceto uma cobertura humana (corpo). Se Ele não possuísse uma natureza humana, não seria o Filho do Homem, nem seria meu irmão. (Tilk I. 245).

A alma de Cristo é uma criatura como a nossa própria alma, e Ele a recebeu da humanidade e no corpo de Maria. Portanto, nos regozijamos eternamente de que a alma de Cristo seja nossa irmã e de que o corpo de Cristo seja nosso corpo no homem regenerado. (Three principles, XXIII 30).

O que me ajudaria se Cristo houvesse trazido com Ele uma alma estranha? Nada! Mas regozijo-me de que Ele tenha introduzido minha alma no santíssimo Ternário. Posso dizer, verdadeiramente: ‘A alma de Cristo é minha irmã, e o corpo de Cristo o alimento de minha alma’(Three Principles, XXII 78).

O Cristo disse aos Judeus: ‘Eu sou de cima, mas vocês são de baixo; Eu não pertenço a este mundo, mas vocês pertencem a este mundo’. Se Ele houvesse se humano num tabernáculo terrestre, e não numa virgem casta, celestial e pura, tal como Maria se tornou em consequência de ter sido abençoada, Ele seria deste mundo. (Menschwerdung. I 9, 20).

Tudo o que nasce da carne e do sangue deste mundo é impuro, e uma virgem pura não pode nascer nesta carne e sangue corruptos; mas o Cristo foi recebido e nasceu sem pecado, de uma virgem pura. (Three principles, XXII 36).

Maria foi gerada da semente de Joaquim e Ana do mesmo modo que os outros seres humanos são gerados; mas foi abençoada entre as mulheres, de modo que nela a virgem eterna revelou-se. (Threefold Life, VI 72).

Maria, em quem o Cristo tornou-se homem, foi verdadeiramente a filha de Joaquim e Ana, segundo a carne externa, gerada a partir de suas semente; mas quanto a vontade, era a filha do pacto da promessa, o objeto do pacto, onde o mesmo se realizou. (Menschwerdung, I 8 2).

A virgem pura e imaculada em quem Deus nasceu está diante de Deus e é uma virgem eterna. Ela era pura e sem culpa antes mesmo que o céu e a terra fossem criados; essa virgem pura incorporou-se em Maria, de modo que lhe conferiu um novo ser dentro do elemento santo de Deus. Portanto, ela foi abençoada entre as mulheres, e Deus estava com ela, como foi dito pelo anjo. (Three Principles, XXII 38).

Não podemos dizer que a virgem celeste ao penetrar Maria tornou-se terrestre por ordem de Deus, mas dizemos que a alma de Maria tomou posse da virgem celeste, e esta adornou sua alma com a coroa pura do santo elemento, um ser humano regenerado, puro; ali Maria recebeu o Salvador do mundo, e deu à luz a Ele neste mundo. (Three Principles, XXII 44).

Nenhuma outra mulher, desde o tempo de Adão, tornou-se revestida pela virgem celeste exceto Maria; isso ocorreu na alma-princípio, e não na carne terrestre. (Forty Questions, XXXVI 12).

O Verbo da promessa, que era para os judeus uma espécie de antítipo, ou como uma imagem no espelho, onde o pai colérico imaginou e onde extinguiu Sua cólera, começou a se movimentar essencialmente, como se não tivesse se movimentado desde a eternidade; pois, quando o anjo Gabriel trouxe a Maria a mensagem de que teria um filho, e quando ela expressou seu desejo dizendo: ‘Que seja feita a tua vontade’, o centro da Santíssima Trindade movimentou-se; isso quer dizer que, a virgindade eterna perdida por Adão, se abriu nela, no Verbo da vida. O fogo do amor divino no ser de Maria, na essência virginal corrompida em Adão, fora novamente restaurado. (Menschwerdung, I 8, 3. 4).

O Verbo, que permaneceu na virgem da sabedoria circundado pelas maravilhas eternas, saiu do grande amor e penetrou novamente a nossa imagem, destruída em Adão, tornando-se humano em Maria em consequência da benção (Forty Questions, XXXVI 10).

A virgem eterna, não tendo substância, penetrou também a encarnação e assim a verdadeira alma fora recebida das essências de Maria. Desta forma, a virgem eterna veio à substancialidade, pois recebeu a alma humana em si. (Threefold Life, VI 75).

O verdadeiro ser da humanidade, que havia morrido e desaparecido (tornou-se latente) em Adão, despertou-se novamente para a vida em Maria; ela tornou-se altamente exaltada, como o homem antes da queda. Nada disso ocorreu por seu próprio poder, mas pelo poder de Deus. Se o centro de Deus não houvesse se movimentado dentro dela, ela não teria sido diferente de todas as outras filhas de Eva. (Menschwerdung, I 8. 5).

Maria é chamada de virgem pura e santa apenas com referência à virgem celeste que dela tomou posse, e a revestiu do puro elemento do paraíso. Maria não se apoderou deste estado por poder próprio, como se nota quando o anjo lhe diz: ‘O Espírito de Deus cairá sobre ti e serás revestida pelo poder Supremo; Assim sendo, o Santíssimo que de ti nascerá será chamado de Filho de Deus’. (Three Principles, XX 41).

As palavras do anjo, ‘O Espírito de Deus cairá sobre ti, e serás revestida pelo poder do Supremo’, significa: O Espírito Santo abrirá o centro fechado interno, na semente moribunda e a Palavra de Deus penetrará com substancialidade vivificante e celestial naquela que se encontrava enclausurada na morte, tornando-se com ela uma só carne. (Three Principles, XXII 41).

A primeira coisa que uma criança (no ventre) recebe é a tintura de sua mãe. O mesmo aconteceu com o Cristo. Quando o anjo anunciou à Maria a futura encarnação de Cristo, foi a vontade da mãe, e a tintura que receberam o Limbus de Deus que a impregnou e passou a lhe pertencer. Se, então, a alma da criança está na Santíssima Trindade, não pensam vocês que sua luz gloriosa ilumina maravilhosamente a mãe, e que esta mãe coloca, corretamente, seus pés sobre a Lua, ao ser exaltada acima de tudo o que é de natureza terrestre? Ela deu à luz o Redentor do mundo sem nenhum contato carnal, e dela originou-se o corpo que atraiu todos os membros, ou seja, os filhos de Deus em Cristo, os filhos da Luz. (Three Principles, XVIII 93-98).

A Palavra prometida por Deus no jardim do Éden veio a florescer na vida-luz da virgem; e quando o anjo Gabriel, por ordem do pai, veio a dar a ela um impulso, através da mensagem, a palavra penetrou um elemento da virgem casta, mas não inteiramente em sua alma e corpo a ponto de deidificar uma pessoa. (Three principles, XVIII 89).

A virgem Maria alcançou uma grande perfeição, como a estrela da manhã, que é mais gloriosa que as outras estrelas. Ela alcançou a perfeição e a beleza através de seu Filho, Jesus Cristo. (Three Principles, XVIII 88).

A virgem Maria não se tornou deidificada. O próprio Cristo diz: ‘Ninguém vai para o céu exceto o Filho do Homem, que veio do céu e está no céu’. Todos os outros devem alcançar o céu através dele. O Cristo é o seu céu, e o Pai é o céu de Cristo. (Three Principles, XVIII 89).

Quando Deus movimentou-se em Maria como Seu desígnio, ela foi então altamente abençoada, e nesta benção do Redentor ela se tornou impregnada. Ora, sabe-se que a semente do homem comunica suas qualidades ao corpo. Quando a vida divina penetra a essência da semente (poder) de Maria, seu corpo todo, que então envolvia o corpo da imagem (divina), tornou-se abençoado e vivificado por este maravilhoso movimento de Deus. O reino externo deste mundo não foi com isso separado de Maria, ela ainda estava aprisionada ali; mas a tintura de seu sangue tornou-se iluminada com a tintura divina; ou seja, com a tintura da semente; comunicando suas qualidades à forma corpórea. (Tilk I. 331).

A virgem continha o Cristo, assim como uma mãe contém seu filho. Ela lhe deu as essências naturais, assim como havia herdado de seus pais; O Cristo recebeu as essências de sua carne e de seu sangue no elemento, e tornou-se ali uma alma viva. (Three Principles, XVIII 90).

O Verbo vivo que habitava a virgem eterna atraiu para si a carne de Maria, ou seja, as essências corporais de Maria, e assim cresceu ali, em nove meses, um ser humano completo, com alma, espírito e carne. (Threefold Life, VI 79).

A vida de Cristo não começou a se movimentar imediatamente, no momento da concepção, nem de qualquer forma sobrenatural, isso ocorreu no momento natural apropriado, da mesma forma que os filhos de Adão. Em nove meses cresceu para ser um ser humano completo, e nasceu como todos os outros filhos de Adão. Ele poderia ter nascido magicamente, mas se isso tivesse ocorrido ele não estaria neste mundo de forma natural. (Menschwerdung, I 10).

Cristo em Maria aceitou os três princípios, mas em ordem divina, e não misturados, como foi o caso de Adão, quem, através da imaginação, introduziu o reino externo no reino interno, na alma-fogo, em consequência do que a luz foi extinta. Ele (Cristo) tinha em Si a alma-essência, ou o primeiro princípio, a substância da imagem do segundo princípio, e finalmente a forma externa, ou seja, o terceiro princípio. (Tilk I 336).

O Cristo tomou de Maria a semente interior, enfraquecida em Adão, e à ela foi anexada a semente externa da carne, mas elas não se misturaram, nem estavam separadas; mas eram, uma para a outra, como Deus, que habita na terra, ainda que o mundo não seja Deus. (Stiefel, II 204).

O Cristo não produziu através de seu corpo externo pecado ou desonra. Não, isso não pode ser; mas Ele tomou para Si, como um peso, o pecado que herdamos de Adão, e o qual Ele carregaria como se fosse Adão, ainda que não fosse Adão. (Stiefel, II 499).

Deus revelou-se na semente externa (princípio) de Maria, pois o Cristo não se diferenciou, enquanto esteve sobre a terra, de outros seres humanos, em forma, substância ou aparência externa. Naquela semente externa Ele não tomou a divindade; Sua forma externa era mortal, e através disso ele anulou a morte. (Stiefel, II 203).

O Cristo atraiu verdadeiramente para Si as essências humanas enquanto no corpo da virgem Maria, e desta forma tornou-se nosso irmão. Mas as essências humanas não podem apreender Sua divindade eterna; só o novo homem, nascido em Deus, é disso capaz, assim como o corpo apreende a alma. (Three Principles, XXII 48).

A alma e o Verbo não são um ou um ser. A alma nasce do centro da natureza, das essências, e pertence ao corpo, pois surge das essências do corpo, e atrai o corpo para si; mas o Verbo pertence ao centro da majestade, e atrai a majestade para si. (Threefold Life, VI 83).

A alma e o Verbo não estão lado a lado, como duas pessoas, mas o Verbo penetra a alma e do Verbo brilha a vida-luz; a alma, contudo, permanece livre. Um ferro quente e vermelho encontra-se nela preto e obscuro, mas o fogo a penetra, para que se torne luminoso. Não há transformação no ferro propriamente dito; o ferro continua sendo ferro e o calor continua sendo calor; um é livre com relação ao outro, e um não é o outro; Assim a alma tem sido mergulhada no fogo da divindade, a fim de que a divindade possa penetrar e iluminar a alma, e ali habitá-la e concebê-la, embora a alma não possa conceber a divindade; no entanto, ela não é transformada. A divindade concebe a alma e a dota do poder da majestade. (Threefold Life, VI 83).

Enquanto o Cristo viveu sobre a terra Sua forma externa era limitada como nossos próprios corpos, mas o homem interno era imensurável. (Three Principles, XXIV 88).

Todo o mundo angélico é a substancialidade do Cristo segundo Sua essencialidade celeste, ‘criada’ segundo a personalidade da humanidade, mas fora disso Ele é incriado e eterno. (Cartas, XII 56).

A Razão diz: ‘O corpo de Cristo está em um lugar; como poderia estar em todo lugar? Trata-se de uma criatura, e uma criatura não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo’. Ouça, cara Razão: ‘Quando o verbo de Deus tornou-se um ser humano, no corpo de Maria, não estava ele, ao mesmo tempo, acima das estrelas? Enquanto estava em Nazaré, não estava também em Jerusalém e em todo lugar? Ou pensas que Deus, enquanto Se fez homem, tenha ficado confinado à sua forma humana?’ Isso constitui uma impossibilidade e assim, enquanto Deus se tornou homem, Sua humanidade encontrava-se em todo lugar em que Sua divindade existisse. (Three Principles, XXIII 8).

O Cristo não se tornou homem apenas no corpo (terrestre) da virgem Maria, como se Sua divindade ou essencialidade divina tivesse sido capturada, aprisionada ou permanecida ali. Assim como um pouco de Deus, que é a plenitude de todas as coisas, reside em apenas um lugar, pequeno foi o movimento de Deus, em uma pequena porção (a do Verbo); pois Ele não é diferenciado, mas em todo lugar é um e o todo, e onde quer que se torne manifesto ali é Ele manifestado como um todo. Nem Deus é mensurável, nem há lugar em que habite, a menos que Ele estabeleça para Si mesmo tal morada em uma de Suas criaturas; mas, mesmo assim Ele permanece um todo à parte e além de todo ser criado. (Menschwerdung. I 8).

Podemos comparar o sol à Cristo em Seu aspecto de ser criado, e toda a profundidade do espaço pode ser comparada ao Pai. Se observarmos então, que o sol brilha na total profundidade do espaço, enviando seu calor e poder a todo lugar, não podemos dizer então, que na profundidade o poder e a luz do sol estejam fora do corpo do sol; pois se a luz e a substância do sol não estivessem em toda parte, o espaço não receberia o poder da luz do sol. Dois poderes ou princípios de uma natureza similar são necessários para serem receptivos um ao outro. A profundeza (do espaço) contém sua luz de forma oculta (latente). Pela vontade de Deus, toda a profundidade seria sol. (Menschwerdu, I 8).

Como o sol brilha por todo o mundo externo, fazendo com que todas as coisas se tornem mais poderosas e férteis, sem deixarem de ser distintos entre si (em seus centros corporais), do mesmo modo, o Cristo, como um Sol manifestado, brilha de Iahweh ou Jesus (da profundeza de), na humanidade criada de Cristo. Iahweh é o Sol divino e eterno, e dentro deste Sol encontra-se oculto de todas as criaturas o grande Amor-Sol de Cristo, como um coração no centro da Santíssima Trindade; mas pelo movimento da Divindade Ele se revelou como um Sol santo do amor divino. (Stiefel, II 422)

Quando o Verbo penetra o elemento puro, a matriz virginal, Ele não se separa do Pai, mas permanece eternamente, e está em todo lugar, presente no céu do elemento em que penetrou, e onde se tornou uma nova criatura, chamadadeus’. Essa nova criatura naturalmente não nasceu da carne e do sangue da virgem (física), mas de Deus, de Seu elemento (a virgem celeste, e no poder da Santíssima trindade, que permanece ali eternamente em sua plenitude). Mas a corporeidade do elemento daquele ser criado é inferior com relação à Divindade, pois Ela é espírito, e o elemento santo é nascido do verbo da eternidade. Desta forma, o Verbo penetrou a serva, o que fez com que todos os anjos do céu fossem tomados de surpresa. Trata-se do maior milagre já ocorrido desde toda eternidade, porque isso vai contra a natureza (humana), e só poderia ter acontecido por conta do amor divino. (Three Principles, XVIII 42).

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